O papel do CAS na perspectiva da vocação e missão de Santo Afonso

A Igreja no Brasil, por meio da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos), no ano de 1981, instituiu agosto como o Mês Vocacional, providencialmente esse também é o mês em que celebramos Santo Afonso Maria de Ligório, fundador dos redentoristas, que são os mantenedores dos 8 CAS (Centro de Assistência Social Redentorista).

Para ajudar-nos a compreender melhor estas datas e a relação delas com a missão do CAS, nós conversamos com o missionário redentorista, C.Ss.R., Irmão Marco Lucas Tomaz. Confira a entrevista. 

CAS: Agosto é o mês vocacional e de Santo Afonso. Qual a relação do CAS nesse contexto?

Ir. Marco: Todos nós, cristãos, pelo batismo, somos chamados a viver a vocação sendo sal e luz no mundo. E, por sermos continuadores de Jesus a exemplo de Santo Afonso, nunca devemos esquecer da missão especial que a nós foi confiada, que é a de zelar pela vida dos mais pobres e abandonados da sociedade. É esse o motivo pela qual dá razão para a existência do CAS, que hoje tem a missão vocacional de ser um meio de transformação da pessoa humana, como nos é pedido pelo Concílio Vaticano II e por tantos outros documentos da Igreja.

Ser agente de transformação, valorizando a pessoa por completo, é a marca que identifica e que faz com que o carisma Redentorista seja sempre importante e atual para o mundo.

:: História de Santo Afonso

CAS: De que forma o trabalho desenvolvido pelo CAS contribui com a missão da Igreja e com a vocação dos leigos que aqui atuam?

Ir. Marco: A Igreja é chamada a ser no mundo o sinal visível do amor de Jesus Cristo pela humanidade. Jesus veio ao mundo e aqui se fez pessoa como cada um de nós, exceto no pecado, para nos mostrar que o seu desejo é que vivamos bem felizes e compartilhemos essa mesma experiência com os demais. E a missão do CAS é, justamente, esta: a de fazer com que todos que participam dessa obra sintam-se amados por Deus. E, sem dúvida alguma, é muito gratificante para todos nós sabermos que somos proporcionadores desse amor que vem de Deus, e que é transmitido por meio dos vários momentos que aqui realizamos com os nossos assistidos, através das inúmeras oficinas, que são desenvolvidas pelos nossos colaboradores leigos.

Acredito que tanto para mim como para os meus confrades redentoristas, especialmente para os leigos que nos ajudam, ser um agente de transformação é uma forma de se autorrealizar vocacionalmente. É muito bom poder trabalhar, mas não só trabalhar por trabalhar, mas saber que está podendo ajudar alguém a mudar de vida e a ter mais perspectivas. Isso é o que nos motiva e nos faz a querer dar o nosso melhor.

CAS

CAS São Clemente (Sapopemba/SP) durante atividade sobre o Mês Vocacional

CAS: Como os leigos podem viver sua vocação e colaborar na construção de uma sociedade mais justa e solidária?

Ir. Marco: Todos nós somos chamados a ser missionários a partir da vocação particular que Jesus nos confiou. É por isso que o Papa Francisco nos convida a ser uma Igreja sinodal, isto é, uma Igreja missionária por vocação. Cada pessoa, ao viver a sua vocação de modo específico, tem a missão de anunciar Jesus no ambiente em que se encontra inserida. Não podemos pensar que só é missionário aquele que foi chamado a viver a vida como consagrado ou ministro ordenado. É missão de todos nós sermos testemunhas do Redentor, solidários para a missão, no mundo ferido.

Se cada um de nós fizermos a nossa parte, sem dúvida alguma, o mundo será mais justo e fraterno. Enquanto houver injustiças com a pessoa humana, tirando-lhe o direito à vida digna, o Evangelho de Jesus se faz necessário e precisa ser anunciado por nós, por meio das palavras e das obras de caridade que somos chamados a prestar.