Neste sábado (20), o Santuário Nacional recebeu a Pastoral da AIDS da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para a celebração da Santa Missa em memória dos que já morreram por causa da AIDS e para reconhecer o empenho das pessoas que dedicam sua vida a cuidar dos que vivem com HIV e AIDS.
A celebração, que aconteceu às 18h, foi presidida por Dom Luiz Antônio Lopes Ricci, Bispo da Diocese de Nova Friburgo/RJ e Bispo Referencial Nacional da Pastoral da AIDS, animada pelo Missionário Redentorista, Ir. Ian Lucas e concelebrada pelos demais sacerdotes presentes. Leia MaisPastoral da Aids celebra Missa e Vigília neste fim de semana
Destacando o tema que a Vigília aborda este ano, “Memória e Reconhecimento”, Ir. Ian iniciou a Santa Missa relembrando a história da Vigília, que iniciou em 1983 e desde então, todo mês de maio se repete.
Dom Luiz Antônio iniciou sua fala convidando a todos para rezar pelos mortos pela Aids:
“Aqui estamos com Família Pastoral da Aids e aqui com todos vocês na Casa da Mãe vamos rezar por todos os mortos pela Aids. Essa Vigília se iniciou em 1983 logo no começo dessa epidemia e pensemos em todos aqueles que foram vítimas desse vírus que ainda não tem cura. Tem tratamento, mas não cura”.
O bispo apresentou a Pastoral da Aids como uma grande família que cuida uns dos outros e lembrou daqueles que convivem com o vírus e com o preconceito.
“Nos unimos hoje a todas as famílias enlutadas, as vitimas da Aids e também a todas as pessoas que vivem e convivem com HIV e Aids e ainda sofrem com situações difíceis de preconceito, discriminação e julgamentos. E aqui está a Pastoral da Aids para ser uma expressão da Igreja Samaritana, do cuidado que Jesus sempre teve com os doentes e os mais necessitados”.
O bispo agradeceu os agentes e voluntários da Pastoral e convidou os presentes para serem agentes também. Na oportunidade ele destacou e agradeceu os médicos, enfermeiros, voluntários e pesquisadores que lutam contra esse vírus, cuidando dos contaminados e buscando a cura.
Em sua reflexão, o bispo falou sobre a Solenidade da Ascensão do Senhor e afirmou que devemos celebrar com alegria a Ascensão do Senhor, porque Jesus, que volta para o Pai Ressuscitado e Glorificado é Aquele que vai nos acolher.
“Na casa de meu Pai há muitas moradas. Hoje nós celebramos a nossa esperança cristã: onde está Jesus, estaremos nós. Onde está Maria, nossa Mãezinha do céu, estaremos nós. Então, celebrar a Ascensão é agradecer a Jesus que volta para o Pai, que nos salvou e que abre para nós as portas da vida eterna”.
Ao final da Santa Missa, foi lida a Mensagem da Pastoral da Aids da CNBB:
“A Pastoral da Aids da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove a Vigília Pelos Mortos de Aids, em 18 regionais da CNBB.
A Vigília pelos mortos de Aids é um movimento internacional que iniciou em maio 1983. Um grupo formado por mães, parentes e amigos de pessoas que morreram por causa do HIV, organizou, em Nova Iorque, a Primeira Vigília Pelos Mortos da Aids. Este ano a vigília traz o tema “Memória e Reconhecimento”, expressão que coloca em comunhão as pessoas que faleceram e estão na presença de Deus, com aquelas que cuidam da vida e buscam que os direitos humanos sejam respeitados.
De 1980 a junho de 2022, foram identificados 1.088.536 casos de aids no Brasil. O país tem registrado, anualmente, uma média de 36,4 mil novos casos de aids nos últimos cinco anos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que desde o início da epidemia, em 1981, até os dias atuais, mais de 40 milhões de pessoas morreram de Aids em todo o mundo. E continuam a morrer... Segundo o Boletim Epidemiológico (BRASIL, 2022), desde o início da epidemia de Aids no Brasil (1980) até 31 de dezembro de 2022, foram notificados no Brasil 371.744 óbitos tendo o HIV/Aids como causa básica.
Em 2023, com o tema “Memória e Reconhecimento”, queremos recordar a profecia que nos faz esperançar num mundo sem Aids.
Neste dia queremos fazer memória dos mortos em consequência da Aids, e suscitar nossa solidariedade com as pessoas que vivem e convivem com o HIV, despertando toda a população para a prevenção. A igreja, mobilizada pela Pastoral da Aids e por entidades comprometidas com a causa, dá sua contribuição promovendo a solidariedade. Lembra, ao mesmo tempo, que a morte não é a última palavra sobre o humano. Cristo ressuscitou para que transformemos os sinais de morte em sinais de vida”.
Rezemos, todos nós, por essas pessoas que tanto sofrem, com a doença e com o preconceito, com a falta de acolhimento e tratamento adequados.
Senhor, fonte da vida e da esperança.
Estamos diante de Ti como criaturas frágeis e necessitadas.
Tu que amas tudo o que existe, acolhe-nos em teu coração.
Recebe os que faleceram com Aids.
Confiantes em tua promessa, cremos que a morte não é o fim!
Torna-nos defensores da vida, perseverantes na luta,
Solidários no sofrimento.
Livra-nos da discriminação, liberta-nos do preconceito.
Sejamos acolhedores e misericordiosos,
Conforme Tua vontade. Amém.
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