Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando o 34° domingo do tempo comum. O último domingo do ano litúrgico, recebe o nome de domingo de Cristo Rei. Consagramos a nossa vida ao Cristo Rei do universo. Iniciamos neste final de semana o ano vocacional. Recordamos o início do Terceiro Ano Vocacional do Brasil, o qual se prolongará até o dia 26 de novembro de 2023. O Ano Vocacional traz como tema: “Vocação: graça e missão”, e como lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33). Ademais, o Ano Vocacional assegura o seguinte objetivo geral: “promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade, para que sejam ambientes favoráveis ao despertar de todas as vocações, como graça e missão, a serviço do Reino de Deus” (Texto Base, 9).
Lembrando um pouco a história dos anos vocacionais no Brasil. O Primeiro Ano Vocacional do Brasil foi realizado em 1983. Já o Segundo Ano Vocacional ocorreu vinte anos após, precisamente em 2003. E agora, passados, novamente, vinte anos, a Igreja do Brasil realiza o Terceiro Ano Vocacional, tendo como inspiração as Palavras de Jesus: “A messe é grande, mas poucos são os operários” (Lc 10,2a). Assim sendo, torna-se urgente fazer ecoar o imperativo de Jesus: “Pedi ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe” (Lc 10,2b).
O termo “vocação” vem da palavra latina “vocare”, que quer dizer chamar. No contexto cristão dizemos que o vocacionado é uma pessoa que sentiu em si a vontade de Deus. É uma inclinação interna, que supõe um seguimento, uma resposta concreta de ação e vida.
Na história concreta de existência das pessoas, um dado fundamental que as identifica é o seu estado natural de vida, a escolha que cada uma faz e assume na expectativa da felicidade. Dizemos e chamamos a isso de vocação ou realização pessoal. Na verdade, fazemos bem alguma coisa quando temos vocação para tal. Vocação tem a ver com a intensidade com que fazemos algo e a felicidade que daí podemos conseguir. Portanto, a medida da vocação está na amplitude da felicidade vivenciada.
São muitos os vocacionados na sociedade, cada um dentro de seus objetivos de vida concreta e com oportunidade de fazer o bem na construção de um mundo melhor e mais saudável para todos. Importa colocar essas qualidades naturais para render e dar frutos. Não é difícil ver quem realmente é vocacionado. As suas ações são fecundas e benéficas para os outros. Ele põe vida no que faz e se identifica com sua ação. Caminha firme, sem medo e sem vacilar, porque está seguro da própria identidade e missão. São muitos os vocacionados na sociedade, cada um dentro de seus objetivos de vida concreta e com oportunidade de fazer o bem na construção de um mundo melhor e mais saudável para todos. Importa colocar essas qualidades naturais para render e dar frutos.
Queremos pedir por todas as vocações:
Vocações Sacerdotais – O padre age em nome de Cristo e é seu representante dentro daquela comunidade. Ao padre compete ser pastor e pai espiritual para todos sob sua responsabilidade. Pela caridade pastoral, ele deve buscar ser sinal de unidade e contribuir para a edificação e crescimento da comunidade de forma que ela se torne cada vez mais atuante e verdadeira na vivência do Evangelho.
Vocações Religiosas – Desta vocação brotam carismas e atuações que enriquecem nossas comunidades com pessoas que buscam viver
verdadeiramente seus votos de castidade, obediência e pobreza. São testemunhos vivos do Evangelho. Perseverantes, os religiosos estão a serviço do Povo de Deus por meio da oração, das missões, da educação e das obras de caridade. Com sua vida consagrada, eles demonstram que a vida evangélica é plenamente possível de ser vivida, mesmo em mundo excessivamente material e consumista. São sinais do amor de Deus e da entrega que o homem é capaz de fazer ao Senhor.
Vocações leigas – Os leigos atuam como agentes na catequese, na liturgia, nos ministérios de música, nas obras de caridade e nas diversas pastorais existentes, além de sua presença de fermento, sal e luz na sociedade. Ser leigo atuante é ter consciência do chamado de Deus a participar ativamente da Igreja e do Reino contribuindo para a caminhada e o crescimento das comunidades rumo a Pátria Celeste. Assumir esta vocação é doar-se pelo Evangelho e estar junto a Cristo em sua missão de salvação e redenção.
Vocação matrimonial – Este belo Sacramento tem como modelo a união de Cristo com a sua Igreja. Assim, marido unirá à sua esposa e formarão um só carne. A graça matrimonial coloca-os a receber novas vindas oriundas e frutos desse amor que são os filhos. Rezemos, com muita insistência, para que os pais tenham a consciência de que recebendo-se em matrimônio não podem olvidar de ter filhos, muitos filhos para a glória de Deus e a santificação da humanidade. Famílias numerosas é confiança na graça de Deus e testemunho da graça do Evangelho.
Ao celebrar o ano vocacional queremos intensificar as nossas orações por todas as vocações no seio da Igreja. Que o Senhor envie inúmeros operários para a sua messe.
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
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