Por Ir. André Luiz Oliveira, C.Ss.R. Em Artigos Atualizada em 18 JUL 2019 - 15H45

Maria, a senha de Deus



Certa vez me perguntava a respeito de como nos sentimos envolvidos em um ambiente mistérico quando estamos diante de uma imagem de Nossa Senhora, em um momento de oração. Foi aí que percebi que Maria exerce o ofício de uma senha, uma espécie de código (signo, segredo, senha) que permite o acesso à algo, como o segredo que abre um cofre, a senha que dá acesso a um e-mail ou a chave que abre uma porta; assim é a Virgem, ela é a senha que nos transporta aos umbrais de Deus, cuja missão é nos conduzir para um ambiente mistérico; quando estamos diante dela, um estado de elevação à presença do sagrado parece nos ocorrer. 

A jovem de Nazaré, tornou-se o segredo que abre a dimensão sacral e nos transporta para um universo paralelo. Quando estamos em sintonia com Maria, em um momento de oração ou contemplação somos elevados as alegrias celestes, como que espiritualmente transportados para um universo límbico, à experiência do Céu já na terra, ou como ensina a teologia clássica, o já e o ainda não. Para que Jesus revelasse-nos o Pai foi necessário a encarnação, bem como a livre adesão de Maria ao projeto salvífico, assim ela tornou-se íntima de Deus e, estar diante dela é sentir-se envolvido por alguém que esteve na presença de Deus e se refrescou a sombra do Altíssimo (Lc 1,35). A relação protológica – Teologia da Criação – de Maria com a Criação é a chave que nos abre as portas para adentrar ao jardim secreto e assim, atravessar os umbrais do Éden onde um dia Deus passeava (Gn 3,8) na presença dos primeiros seres humanos. Não foi desprovido de sentido que a Igreja na ladainha a chamou de Janua caeli (Porta do Céu), devido ao fato de ela se tornar um portal para o mundo místico, nos transportando para outra realidade sobrenatural. Maria não pode ser apenas denominada como arquétipo, ícone, modelo, é necessário considerá-la como senha, como um signo ou segredo, que nos abre um universo que se desvela diante dos olhos; pois quando estamos diante de Nossa Senhora, somos elevados a presença do Altíssimo e, convidados a experimentarmos a sensação de tantos que adentraram as portas do paraíso criado por Deus.

Ir. André Luiz Oliveira – CSSR
Associado da Academia Maria e Escritor

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