““Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre”. (Lc 1,44 )”
A casa de Ain Karin vivia a alegria de ser portadora de uma promessa. A esterilidade do casal, Isabel e Zacarias, era motivo de vergonha para aquela sociedade. A gravidez de Isabel gera agora no seio daquele lar a alegria e transformação pessoal e social. Aquele casal que antes experimentava a tristeza de não ter gerado um filho, agora vive a alegria de serem participantes do projeto de Salvação pois trazem ao mundo o precursor do Filho de Deus, João Batista. No encontro de Maria e Isabel ocorre uma explosão de alegria. A alegria de Deus se funde com a alegria de duas mães, todas de Deus e tão humana. A mãe do precursor fica “cheia do Espírito Santo” quando a criança “pulou de alegria” (Lc 1, 41) em seu ventre. A causa de tanta alegria é a efusão do Espírito Santo que procede do Filho de Deus sendo gerado no ventre virginal de Maria. A voz de Maria se faz ecoar e atinge feliz os ouvidos de Isabel que sai ao seu encontro. Ao passo que Isabel sente a aproximação de Maria, João Batista experimenta a graça da presença do Salvador. A presença do Espírito Santo alegra aquele encontro, e faz com que a prima Isabel reconheça em Maria “a mãe do meu Senhor” (Lc 1, 43). Em sua vida pública, Jesus ensina aos seus que “toda árvore é conhecida pelos seus frutos” (Lc 6, 44), e o bendito fruto do ventre de Maria é o próprio Cristo, “o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16).
Desde a concepção de Jesus, Deus desejou que Maria se tornasse a medianeira das graças entre Jesus Cristo Salvador e os homens. A presença de Cristo, trazido no seio da Virgem Maria, no momento da Visitação fez com que o Espírito Santo descesse e inundasse àquelas almas derramando sobre elas a alegria de Deus. Na visitação se vislumbra a presença clara dos frutos do Espírito citados pelo apóstolo Paula na Carta aos Gálatas logo após falar da caridade: Alegria e Paz. O amor, a alegria e a paz são os sinais claros da graça de Deus no encontro das duas matriarcas.
A alegria de Isabel e João Batista é radiante na Visitação. Porém, a alegria mais bela é a de Maria ao cantar o Magnificat (Lc 1, 40-55) pois se sente inundada de júbilo pelo mesmo Espírito. O Magnificat é o itinerário espiritual da jovem Maria. No Magnificat Maria louva e bendiz o Senhor que a escolhe para a alegre missão de gerar o Messias. Jesus, o Messias, vem para salvar o povo santo de Israel do qual Maria faz parte. “A minha alma glorifica o Senhor, e o meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para a pequenez da sua serva!" (Lc 1, 47-48). As palavras da Mãe de Jesus nasce de um amor intenso e de uma alegria excessiva nos quais a alma de Maria e sua vida se erguem inteiramente dentro do espírito. Ao proclamar que sua alma glorifica o Senhor Deus, Maria afirma que sua vida e seus dons se movimentam a partir do amor incondicional de Deus, em louvor e incessante alegria. A humildade de Maria faz com que a mesma reconheça sua pequenez e a grandiosidade de Deus que olhou para a humildade de sua serva. Ao longo das Sagradas Escrituras vemos um Deus que ama os humildes de coração e afasta para longe de seu olhar todos os soberbos de coração. No Magnificat, Maria canta por três vezes que “Deus resiste aos orgulhosos, e dá a sua graça aos humildes”. Inspirada pelo Espírito Santo, a Virgem proclama que Deus “derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes” (Lc 1, 52).
Maria no Magnificat louva e agradece a Deus, que olha para a humilde de sua serva. Contemplamos a “alegria interior da Mulher que assume uma atitude de serva e exulta em seu espírito, reconhecendo a ação de Deus Salvador”.¹ Maria é mulher, que alegre, canta e louva na primeira pessoa: “Minha alma engrandece o Senhor, o meu espírito exulta em Deus meu Salvador” (Lc 1,46). Deus é sujeito que age na história dos homens. A ação de Deus é de suma misericórdia para com todos os que o temem. Assim Ele exalta os humildes e cumula de bens os famintos socorrendo a Israel seu servo. Para com todos os de coração orgulhoso, Deus age fazendo uso da força de seu braço e dispersou os soberbos, derrubando os poderosos de seus tronos e despedindo a todos estes de mãos vazias.
Vinícius Aparecido de Lima Oliveira
Associado da Academia Marial de Aparecida
Bibliografia:
1. PAROQUIA NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS. Magnificat, o cântico de Maria. 2012. Disponível em:
Consulta de Pesquisa:
- Bíblia Online Paulus
- Magnificat: O louvor de Maria
- Canção Nova Formação
Palavra do diretor: Maria, a senhora da Páscoa
Soberana Rainha: A devoção a Nossa Senhora Gregoriana
Maria Santíssima possui muitos títulos, e entre eles, sabemos que alguns foram atribuídos pela piedade popular, outros por papas e teólogos ao longo dos séculos. Alguns títulos trazem referência às virtudes da Virgem Maria, outros se relacionam a fatos históricos, aparições ou mariofanias acontecidas ao redor do mundo. Há também os títulos relacionados a elementos simbólicos. O fato é que a Virgem Mãe de Deus se revela sempre próxima de cada povo, especialmente dos mais simples homens e mulheres de cada época ou nação: é a padroeira de muitas gentes!
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“Como todas as disciplinas teológicas também a mariologia oferece um precioso contributo à pastoral”, analisa Ir. André de Oliveira, C.Ss.R sobre a mariologia na formação do clero
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