Palavra do Associado

Nossa Senhora dos Prazeres – Senhora das Alegrias

Escrito por Academia Marial

24 JUL 2021 - 09H00

Leonardo Caetano

A fé e a devoção à Nossa Senhora do Prazeres em Maceió e Alagoas teve inicio antes mesmo da fundação do Estado. O povoado que deu origem a capital de Maceió surgiu em um engenho de açúcar. Em Pajuçara morava Manoel Antônio Duro que havia recebido uma sesmaria de Diogo Soares, alcaide-mor de Santa Maria Madalena. Estas terras foram posteriormente transferidas para outros donos. Foi em 1673 que o rei de Portugal ordenou ao Visconde de Barbacena que construísse um forte no porto de Jaraguá. A construção do forte evitara o comércio ilegal do pau-brasil. Este povoado tinha uma “capelinha” construída em homenagem a Nossa Senhora dos Prazeres. O grande desenvolvimento do povoado se deu a partir do Porto de Jaraguá sendo o mesmo desmembrado da Vila das Alagoas no dia 05 de dezembro de 1815. Com a emancipação política, em 1817, Sebastião de Mélo e Póvoas iniciou o processo de transferência da capital para Maceió. Em 16 de dezembro de 1839 uma expedição militar de Pernambuco e da Bahia chegaram a Maceió para garantir a ordem e foi instalada a sede do governo em Maceió. De denominação tupi o nome Maceió “Maçayó” ou “Maçaio-k” significa “o que tapa o alagadiço”.

Diante da história do desenvolvimento de Maceió percebemos que a devoção mariana tanto na capital como no estado esteve presente desde o início de sua colonização e evangelização pois todo o território esteve incorporado à Capitania de Pernambuco. De Jaboatão dos Guararapes a Devoção à Virgem dos Prazeres se expandiu para outras localidades, atingindo, no século XVIII, ao povoado de Maceió que possuía uma Capela dedicada a São Gonçalo do Amarante. A dita capela fazia parte do Engenho Massayó. Apolinário Fernandes Padilha, em 1762, doou terras de sua propriedade para a construção de uma capela sob o orago de Nossa Senhora dos Prazeres. Com a construção da Capela em honra da Virgem do Prazeres modificou-se o Padroeiro e o nome da localidade, que em 1819 se transformou na Matriz da Vila de Maceió. Foi em 1840 que se lançou a pedra fundamental em frente à pequena Matriz. A obra arquitetônica que teve início pela sua fachada foi concluída em 1859 e teve como arquiteto o francês Grandjean de Montigny.

“Quanto a origem do título, conta-se que em meados do século XVI uma imagem da Virgem Maria apareceu junto à fonte da quinta dos condes em Alcântara, Portugal, tendo comunicado àquela água a virtude de curar os doentes que dela bebessem. Nessa ocasião a Rainha do Céu apareceu a uma inocente menina, mandando dizer aos seus pais e vizinhos que edificassem naquele lugar uma capela, onde ela fosse servida e invocada por todos sob o título de Senhora dos Prazeres. Feita a ermida, colocam ali a imagem encontrada na fonte, a qual logo começou a operar maravilhas. Escupida em alabastro e pintada a cores com mãos de anjos. Atualmente Ela é representada com o Menino Jesus nos braços e sob os pés aparecem sete flores correspondentes às suas sete maiores alegrias. Portugal foi, segundo o historiador Frei Agostinho de Santa Maria, a primeira Nação Católica a festejar as Alegrias de Nossa Senhora, culto este cuja origem remonta ao século XIV, porém só se desenvolveu após a aparição da imagem, que por vontade da Virgem Maria recebeu a denominação de Nossa Senhora dos Prazeres” ¹

Apesar de ser a Padroeira de Maceió a igreja mais famosa dedicada à Nossa Senhora dos Prazeres é a de Guararapes. A igreja foi construída com arenitos dos arrecifes encontrado nas praias de Pernambuco. A igreja teria sido construída em agradecimento a Virgem Mãe de Deus pelo triunfo dos brasileiros sobre os holandeses nas batalhas de Guararapes. Conta a tradição popular a que Nossa Senhora dos Prazeres transformava em bombas as pedras que eram arremessadas contra os inimigos. Assim os soldados foram guiados pela proteção da Virgem à vitória.

“Após as grandes festas celebradas para comemorar o triunfo dos brasileiros, que culminou com a rendição dos batavos, obrigados a abandonarem o país e entregarem a Cidade Maurícia, o general Francisco Barreto de Menezes, comandante geral das tropas vitoriosas, enviado por D. João IV, mandou erguer à sua custa, em consequência a uma promessa feita no campo de batalha, uma capela dedicada à Nossa Senhora dos Prazeres. Entregando-a aos cuidados dos Monges beneditinos, eles em 1782 a transformaram no magnifico templo, cujas torres barrocas, realçando entre os coqueirais, coroam as colinas históricas.” ¹

Vinícius Aparecido de Lima Oliveira
Associado da Academia Marial de Aparecida

Bibliografia:

1. MEGALE, Nilza Botelho. Invocações da Virgem Maria no Brasil. Petróplis: Editora Vozes – 4ª edição, 1998.

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