Padroeiro de: Bahia
Localização: Salvador (BA)

Nossa Senhora da Conceição é uma das mais antigas e universais devoções populares a Maria. Inicialmente, este título se referia ao fato de Maria ser mãe (conceber um filho), a mãe por excelência, exemplar, e era comemorado na Igreja Católica, desde 1477, em 28 de fevereiro.
Um outro sentido, a da Imaculada Conceição, refere-se ao dogma proclamado em 8 de dezembro de 1854 pelo Papa Pio IX, confirmando outra anterior percepção popular, a de que Maria foi concebida sem Pecado Original. Naturalmente, Maria, concebida sem pecado, é também modelo de maternidade.
Em 1646, Dom João IV, rei de Portugal, declarou, em agradecimento a uma graça alcançada, Nossa Senhora da Conceição como padroeira e rainha de Portugal, e torna então oficial e obrigatória a realização de homenagens no território lusitano e nas suas colônias. No Brasil, a Festa da Conceição (atualmente em 8 de dezembro), trazida pelos descobridores portugueses, é comemorada desde 1550, sendo a mais antiga festa religiosa do país.
Os navios portugueses que chegaram a Salvador em 1549, trazendo o primeiro Governador Geral do Brasil, Tomé de Sousa (nome original, Thomé de Souza), como em todas as suas grandes viagens, carregavam uma imagem da Padroeira de Lisboa. Tomé mandou que erguessem, na parte mais alta de uma colina próxima ao mar, uma capela em homenagem à N. S. da Conceição. O nome “da Praia” surgiu da própria população.
À capela de taipa de pilão original seguiu-se a construção da igreja, pré-fabricada em Portugal em estilo barroco (1739-1849), com pedra de lioz, que chegou ao Brasil em pedaços separados e numerados. As pedras foram coladas com óleo de baleia.
Ruínas da igreja primitiva permanecem no local. O edifício está inserido na rocha viva, no sopé da montanha que liga a cidade Alta à Baixa, próximo ao Elevador Lacerda, ao Mercado Modelo e ao Porto de Salvador. A última restauração ocorreu em 1991.
A Igreja é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1938 e possui grande mérito arquitetônico. Abriga, ainda, imenso patrimônio artístico, em especial a pintura do teto, em estilo ilusionista, de José Joaquim da Rocha (1772-3), e também três importantes relíquias no Altar-Mor: um pedaço do véu de Nossa Senhora, um pedaço do pálio de São José e um pedaço do osso do Apóstolo São Mateus.
A igreja recebeu o título de Basílica Menor em 1946, do Papa Pio XII. A Irmandade do Santíssimo Sacramento e Nossa Senhora da Conceição da Praia é a responsável pela manutenção da Basílica; a ela pertencia à Irmã Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, ou Santa Dulce dos Pobres, cujo corpo foi aí sepultado em 1992 (transferido em 2000 para a Capela do Convento Santo Antônio. Na Basílica, no altar do Santo Cristo, permanece uma relíquia da santa).
Em 1971, o Papa Paulo VI decretou Nossa Senhora da Conceição da Praia Padroeira Oficial, Excelsa e Única do Estado da Bahia, e, em 2010, o cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo deu à igreja o status de Santuário Mariano Arquidiocesano.
Além da tradicional festa da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em 8 de dezembro, a Basílica também integra as procissões das festas de Bom Jesus dos Navegantes, São Francisco Xavier, Santa Luzia e Corpus Christi. Por tudo isto, é uma igreja muito visitada pelos turistas.
Entre outras preces típicas, foi criado em 1946 o Hino à Nossa Senhora da Conceição da Praia, e em 1953 a relativamente longa oração “Súplicas a Nossa Senhora da Conceição da Praia, Padroeira e Rainha do Estado da Bahia”, composta pelo Papa Pio XII.
José Duarte de Barros Filho
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