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Maria, Mãe presente na missão da Igreja

Escrito por Fr. Caio Oliveira

16 OUT 2025 - 09H11 (Atualizada em 16 OUT 2025 - 10H02)

Pascom

Nas Sagradas Escrituras vemos a presença da Virgem Maria no nascimento da Igreja, envolvida no mistério pascal, isto é, na paixão, morte, ressurreição e ascensão do Senhor aos céus. Juntamente com a Igreja nascente, no mistério de pentecostes, quando a Igreja recebe seu envio missionário, Maria se faz presença e é perseverante na oração comum.

Aos pés da Cruz a Virgem Maria recebe de seu próprio Filho, Jesus Cristo, a missão de ser mãe da Igreja (Jo 19,25) . Com esta igreja nascente, da qual ela é mãe, intercessora e modelo, ela é perseverante na oração, e através do Espírito Santo recebe o envio de anunciar a Boa Nova do Reino de Deus a todos os povos, até os confins da terra.

Desde o início da igreja Maria se faz presente, pois ela, sua vida e missão, está intimamente ligada a Jesus Cristo, e sem dúvida nenhuma, à missão evangelizadora que Jesus deu aos seus discípulos, dos quais, a Virgem Maria é modelo, imagem e protótipo.

A missão que Maria exerce como mãe da Igreja nos leva a olhar para a sua vida, percebendo-a como o mais fiel exemplo de como ser cristão, como ser fiel discípulo-missionário de Jesus Cristo. Podemos dizer que Maria foi a mais perfeita Cristã que houve. Maria é a realização concreta do cristianismo perfeito.

Maria é por Deus inserida no mistério de Cristo e da Igreja, esta, por sua vez, chamada a anunciar o reino de Deus, a salvação de Deus para todos os seus filhos e filhas. Maria é fiel colaboradora desse plano de Deus. Maria é o modelo dessa Igreja que vive a caridade como seguidora fiel de seu filho Jesus.

Os bispos do CELAM, reunidos em Santo Domingo, tinham essa bonita consciência de Maria como a mãe da Igreja, membro também da igreja, e modelo de evangelizadora, quando disseram:

“Confirmando a fé de nosso povo, queremos proclamar que a Virgem Maria, Mãe de Cristo e da Igreja, é a primeira redimida e a primeira crente. Maria. Mulher de fé, foi plenamente evangelizada, é a mais perfeita discípula e evangelizadora (cf. Jo 2, 1-12). É o modelo de todos os discípulos e evangelizadores por seu testemunho de oração, de escuta da Palavra de Deus e de pronta e fiel disponibilidade ao serviço do Reino até a cruz [...]. Ela nos precedeu na peregrinação da fé e no caminho da glória, e acompanha os nossos povos que a invocam com amor até que nos encontremos, definitivamente com seu Filho. Com alegria e gratidão acolhemos o dom imenso de sua maternidade, ternura e proteção e aspiramos a amá-la do mesmo modo como Jesus a amou. Por isso a invocamos como estrela da Primeira e da Nova Evangelização ”.

Meditando o Evangelho de Lucas 1, 39, em uma mensagem para a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, o Papa Francisco afirmou que, Maria tornou-se imagem da Igreja em caminho, a Igreja que sai e se coloca ao serviço, a Igreja portadora da Boa Nova. Francisco ainda afirmou que “Maria é o modelo de como acolher este imenso dom na nossa vida e comunicá-lo aos outros, fazendo-nos por nossa vez portadores de Cristo, portadores do seu amor compassivo, do seu serviço generoso, à humanidade sofredora ”.

Maria é a Mãe da Igreja evangelizadora, afirmou o Papa Francisco na sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, e sem ela não podemos compreender o espírito da nova evangelização.

“Ela é missionária que se aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à fé com seu afeto materno. Como uma verdadeira mãe, caminha conosco, luta conosco e aproxima-nos incessantemente do amor de Deus. Por meio de diferentes títulos marianos, geralmente ligados aos santuários, compartilha a vicissitudes de cada povo que recebeu o Evangelho e entra a fazer parte de sua identidade histórica. Muitos pais cristãos pedem o Batismo para seus filhos em um santuário mariano, manifestando assim a fé na ação materna de Maria, que gera novos filhos para Deus ”.

Para o Papa Francisco existe na Igreja um estilo mariano na sua atividade evangelizadora. A partir de seu modo de ser, se pautando na dinâmica da justiça e da ternura, de contemplação e de caminho, Maria se torna para nós, Igreja Povo de Deus, um modelo eclesial para a evangelização. Como Maria e a seu exemplo, conseguiremos sempre evangelizar de modo fiel e sempre novo, para que a Boa Nova de Cristo chegue aos confins da terra, isto é, a todos os corações necessitados.

Portanto, podemos concluir que a Virgem Maria é, de fato, aquilo que somos chamados a ser. Enquanto nossa mãe, é nosso mais perfeito modelo. Enquanto nosso modelo deve ser imitado. Seguindo o mesmo caminho que ela seguiu, o caminho do discipulado, nós somos convocados a sermos fiéis discípulos e missionários de Jesus Cristo, evangelizadores, fazendo com que o Reino de Deus se expanda entre nós.

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