Revista de Aparecida

Auxiliares do Conclave juram manter segredo sobre escolha do novo Papa

Trabalhadores do Palácio Apostólico, Guarda Suíça, além de médicos, enfermeiros e confessores realizam juramento de sigilo sobre Conclave durante cerimônia discreta na próxima segunda-feira (05).

Escrito por Victor Hugo Barros

01 MAI 2025 - 10H25

Reprodução/ Vatican News

Quando, no próximo dia 07 de maio, os cardeais entrarem na Capela Sistina para o Conclave que vai eleger um novo Papa, cada um dos purpurados vai jurar manter segredo sobre as ações e conversas realizadas sob os afrescos de Michelângelo e na organização dos rituais sagrados.

Além dos membros do Colégio Cardinalício, outras pessoas também juram manter silêncio sobre os processos. Diretamente envolvidos no auxílio aos eleitores, cerca de 90 leigos e sacerdotes – chamados de oficiais e assistentes do Conclave - prometem observar o segredo da votação durante uma cerimônia discreta, realizada na Capela Paulina, localizada no Palácio Apostólico, na próxima segunda-feira (05), às 17h locais (12h do horário de Brasília).

Dela participam, segundo o Vaticano, “todos aqueles que forem designados para colaborar no Conclave, tanto eclesiásticos quanto leigos, e aprovados pelo cardeal camerlengo Kevin Joseph Farrell e por seus três assistentes”. Entre eles, o brasileiro Dom Ilson de Jesus Montanari, secretário do Colégio Cardinalício. Somam-se a ele:

  • O Mestre de Celebrações Litúrgicas Pontifícias, Dom Diego Ravelli;
  • Os Cerimoniários Pontifícios;
  • Os assistentes do Cardeal Pietro Parolin, que preside o Conclave;
  • Os religiosos da Sacristia Pontifícia;
  • Sacerdotes de várias línguas para atendimento de confissões dos cardeais;
  • Médicos e enfermeiros;
  • Trabalhadores do Palácio Apostólico, da cozinha, da limpeza, técnicos e floristas, além dos motoristas que levarão os eleitores da Domus Sanctæ Marthæ ao Palácio Apostólico;
  • O Coronel e o Major da Guarda Suíça;
  • O diretor dos Serviços de Segurança e da Proteção Civil do Vaticano e alguns de seus colaboradores.

Durante a cerimônia, cada um dos participantes repetirá o juramento:

“Eu, nome da pessoa, prometo e juro observar o segredo absoluto com toda a pessoa que não fizer parte do Colégio dos Cardeais eleitores, e isto perpetuamente, a não ser que receba especial faculdade dada expressamente pelo novo Pontífice eleito ou pelos seus sucessores, acerca de tudo aquilo que concerne direta ou indiretamente às votações e aos escrutínios para a eleição do Sumo Pontífice.

De igual modo, prometo e juro de me abster de fazer uso de qualquer instrumento de gravação, de audição, ou de visão daquilo que, durante o período da eleição, se realizar dentro dos confins da Cidade do Vaticano, e particularmente de quanto, direta ou indiretamente, tiver a ver, de qualquer modo, com as operações ligadas à própria eleição. Declaro proferir este juramento, consciente de que uma infração ao mesmo comportará para a minha pessoa a pena da excomunhão latæ sententiæ reservada à Sé Apostólica. Assim Deus me ajude e estes Santos Evangelhos, que toco com a minha mão”, reza o ritual.

O juramento está previsto no artigo 48 da Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, de João Paulo II. A normativa foi endurecida pelo Papa Bento XVI por meio de um Motu Proprio, em 2013. A partir das mudanças do papa alemão, a excomunhão será automaticamente imposta a quem violar o segredo do Conclave. No documento de seu antecessor, caberia ao papa eleito decidir o que fazer com quem cometesse a penalidade.

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