Revista de Aparecida

Com Maria, acolher as bem-aventuranças, caminho de vida, de justiça e de paz!

Escrito por Revista de Aparecida

12 OUT 2025 - 07H23 (Atualizada em 12 OUT 2025 - 08H16)

Gustavo Cabral

Seja louvado o Nosso Senhor Jesus Cristo. Seja louvado.

Excelência reverendíssima Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida, muito obrigado pelo convite para estar aqui nesta noite.Também saúdo o senhor provincial, reverendíssimo padre Marlos Aurelio da Silva e também saúdo com muita alegria, reverendíssimo e dedicado Padre Carlos Eduardo Catalfo que é o Reitor aqui do Santuário.

Queridos irmãos, queridas irmãs aqui presentes e os milhares que nos acompanham pelos diversos meios de comunicação social. Iluminados e conduzidos pelas imagens bíblicas das bem-aventuranças.

O oitavo dia da novena propõe com Maria acolher as bem-aventuranças caminho de vida, de justiça e de paz. O Evangelho que hoje nos é oferecido constitui uma passagem essencial no que deveria ser a definição do código moral cristão. As bem-aventuranças podemos dizer são o pórtico de entrada para o conhecido Sermão da Montanha.

Mateus lança as bases da verdadeira essência do cristianismo. O cenário por ele composto procura obedecer a um critério teológico bem definido. Apresentar Jesus como o novo Moisés.

A subida ao monte, a sua atitude de se sentar e o ensino das multidões não só afirmam Jesus na qualidade de mestre, mas procura aludir de forma clara que estamos diante de um novo sinai e de uma nova lei que o próprio Deus oferece à humanidade através do novo Moisés. A igreja reconhece no Sermão da Montanha um estatuto inigualável no que diz respeito ao que deveria ser a praxis cristã. O DNA do cristão deve ser procurado por esta porta de ingresso que constitui as chamadas bem-aventuranças.

Jesus nos apresenta simplesmente um conjunto de normas a obedecer, propõe um novo estilo de vida. O Senhor Jesus dá resposta aos anseios mais profundos do coração humano e por isso convida os que o seguem a buscar a bem-aventurança, a felicidade que no vocabulário cristão se traduz por santidade.

Parece um caminho tortuoso e, à primeira vista, indesejável oferecer como ideal de santidade a pobreza, a humildade, as lágrimas a fome, a sede, a justiça misericórdia, pureza de coração a promoção da paz e a perseguição por amor da justiça. Parecem constituir ingredientes demasiado agridoces para uma receita tão apelativa como a da santidade. As vicissitudes da vida humana, queridas irmãs e queridos irmãos não podem interferir neste desejo profundo de chegar ao céu causa última da nossa alegria e da nossa exultação.

Gustavo Cabral Gustavo Cabral

As bem-aventuranças, podemos dizer são o coração de Deus e esboçam o coração do ser humano. A primeira palavra, o primeiro dos ensinamentos aos discípulos repetido quase a exaustão, é a felicidade sem desanimar. Jesus ousa uma alegria diferente daquela vendida nos shoppings, a felicidade do evangelho não é um júbilo fácil, mas a benção de Jesus sobre os excluídos e os pobres, rico apenas de Cristo, abraçados pela sua palavra, acariciados pelo seu olhar, animados pela sua companhia.

As bem-aventuranças não são uma constatação, mas uma esperança as situações de aflição e perseguição. Não tem a última palavra, não fecham o ser humano no seu presente de miséria, é uma nova humanidade que nasce do empenho do empenho, digamos assim, obstinado de Deus trespassado por uma promessa. Mesmo quando não encontras um sentido, eu nunca te abandonarei e caminharei até o lado, diz o Senhor.

As bem-aventuranças são um dom gratuito de Deus e não dependem das qualidades humanas não se compram com a riqueza, não se explicam com a mais alta sabedoria nem se aceleram com as nossas capacidades. Por isso com Maria, queridas irmãs queridos irmãos, queremos acolher as bem-aventuranças caminho da vida, caminho de vida de justiça e de paz.

Ninguém, podemos dizer, ninguém viveu as bem-aventuranças de Jesus como sua mãe Santíssima viveu. Nossa Senhora é a mais abençoada dos santos a mais amada entre os amados de Deus aquela que nos mostra o caminho da santidade e nos acompanha diariamente nesse vale de lágrimas conversar com Nossa Senhora consola-nos, liberta-nos, santifica-nos nos faz aproximar mais perto de seu Filho Jesus.

Quando Nossa Senhora reza, contempla o rosto de Deus, pois então já anseia ver o rosto de seu filho agindo assim inconscientemente, deixa emergir sua própria identidade espiritual. É mulher de alegria, plena gratidão, alegra-te, diz-lhe o arcanjo Gabriel o menino que se forma em seu seio é a sua maior fonte de alegria mulher inteligente. Maria compreende e proclama que Deus nela realizou maravilhas, maravilhas que doravante todas as gerações a proclamarão de tosa feliz.

Não é orgulho, porque Maria se proclama humilde, serva. É a mulher cujo coração já está modelado pelo espírito pautado pelo coração do Filho, afasta-se dos soberbos, dos tiranos, dos ricos, é mulher profundamente enraizada na história do seu povo. O seu Magnificat não é cântico de solitária mas de mulher solidária, é a mulher de fé profunda. Somente a fé permite ler a história descobrindo a presença e a ação de Deus, o menino que ela leva em si não é um acidente, mas o dom do amor sem limites de Deus que vem salvar.

Maria é a mulher que sabe reconhecer com gratidão e ternura as maravilhas que nela Deus realizou sim, mãe de Jesus. Nós somos felizes, porque todas as gerações te chamarão bem-aventurada. Tu és a causa da nossa alegria, as bem-aventuranças são a síntese, digamos assim, da vida cristã, âmago da vivência do seguimento de Jesus e porque não dizer, caminho seguro de santidade.

A exemplo de Maria, somos convidados a imitá-la encontrando nas bem-aventuranças verdadeiro caminho para a alegria cristã. Em Nazaré, com a família sagrada, aprendemos essa arte de desejar, de escolher e viver do jeito de Jesus, Maria e José. Vamos mais uma vez a Nazaré no recolhimento e na oração e encontraremos a família sagrada, vivendo as bem-aventuranças e desejando ensiná-las. A cada um de nós vivamos então nessa escola de vida feliz, e também nós seremos bem-aventurados, não só hoje, amanhã e sempre, amém. 


Fonte: Dom Nelson Westrupp

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