Revista de Aparecida

Com Maria, viver a Eucaristia, fonte de comunhão, de participação e de missão!

Escrito por Revista de Aparecida

08 OUT 2025 - 09H29 (Atualizada em 09 OUT 2025 - 10H29)

Thiago Leon

Saúdo com alegria, com afeto, Dom Orlando, digníssimo arcebispo dessa arquidiocese. Saúdo o Padre Eduardo, reitor do santuário. Na pessoa dele, saúdo todos os padres redentoristas. Saúdo o Padre Marlos, provincial. Saúdo todos os padres aqui presentes, saúdo com alegria, com afeto, a cada um.

A cada uma que veio aqui a este santuário, a Casa da Mãe, participar deste quinto dia da nossa novena. Mas saúdo também a todos aqueles e aquelas que nos acompanham pelos meios de comunicação, pelas TVs, pelas redes sociais.

Estamos olhando para Maria. Maria, mulher eucarística. Se nós olharmos bem, amados e amadas de Deus, Maria e a Eucaristia têm uma ligação profunda. Jesus ele instituiu a Eucaristia, mas aquilo que ele celebrou naquela última ceia, ele viveu na cruz, e quem é que estava aos pés da cruz? Maria. A mãe participando das dores do filho, participando a seu modo como mãe, participando das dores do filho, participando da entrega do filho,

É impossível que uma mãe não sofra a morte do seu filho, e ali aos pés da cruz estava Maria. A cruz é o momento do maior amor, se a vida de Jesus, se todo o ministério de Jesus foi doação de amor, ali na cruz está a síntese. Se ele fez da sua vida um dom de amor na cruz, é porque toda sua vida foi amor, e a cruz é fecunda.

A mulher que estava ali aos pés da cruz, aos pés da cruz ela se torna mãe, aos pés da cruz ela recebe na pessoa do discípulo todos nós, então Maria e a Eucaristia estão intimamente relacionados, porque Maria estava ali aos pés da cruz, e a Eucaristia é mistério de amor.

Thiago Leon Thiago Leon

Quem comunga a Eucaristia comunga o amor de Cristo, é o corpo de Cristo. Mas quem comunga a Eucaristia comunga o amor de Cristo, comunga o amor de Cristo que nos transforma, comunga o amor de Cristo que nos coloca numa situação de saída, comunga o amor de Cristo que nos compromete em sermos homens e mulheres em saída, a irmos ao encontro dos outros e das outras, principalmente daqueles e daquelas que necessitam do nosso amor.

A Eucaristia ela é corpo de Cristo, é o amor de Cristo que nós comungamos. Santo Inácio de Antioquia, ele dizia que a Eucaristia ela deve nos cristificar. Quer dizer quem comunga a Eucaristia não pode ficar inerte diante da Eucaristia, não, tem que ir se tornando também Cristo. A Eucaristia não pode ser um alimento mágico na nossa vida, não, ela tem que ir nos comprometendo, ela nos compromete primeiro com o próprio Cristo.

Onde nas palavras de Inácio de Antioquia, nós temos que ir nos cristificando, ir nos cristificando é irmos assumindo as feições de Cristo, assumir a misericórdia de Cristo, assumir a compaixão de Cristo, assumir o amor de Cristo, assumir a proximidade de Cristo, assumir aquilo que Cristo sempre fazia.

Ele não era indiferente diante de ninguém. De ninguém que estava diante dele, ele era indiferente, se a Eucaristia vai nos cristificando é preciso que quem comunga vá assumindo as feições de Cristo, vá assumindo na sua vida, nas pequenas coisas da vida, do dia a dia, vá assumindo as feições de Cristo, mas a Eucaristia se ela vai nos cristificando, ela vai também nos comprometendo. Como nós ouvimos na palavra, a Eucaristia é corpo de Cristo, mas quem comunga o corpo de Cristo, se torna também corpo de Cristo.

São Paulo ele disse para nós, o cálice da bênção que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo, quer dizer, o cálice não é o sangue de Cristo, não é comunhão, quem comunga não entra em comunhão com o sangue de Cristo e continua, o pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo, a Eucaristia não é comunhão com o corpo de Cristo e Paulo continua, porque existe um único pão, nós embora sejamos muitos, formamos um só corpo, quem comunga o corpo de Cristo, vai se tornando o corpo de Cristo.

Santo Agostinho ele dizia, quando você recebe o corpo de Cristo, o presbítero ou ministro diz o corpo de Cristo, e o que é que você responde? Amém! Santo Agostinho dizia com este amém, seja você corpo de Cristo, quer dizer, quem comunga o corpo de Cristo, deve se tornar corpo de Cristo, mas deve se tornar corpo de Cristo, o quê? Deve se tornar igreja.

Comungar o corpo de Cristo, te compromete com o corpo de Cristo que é a igreja, onde você é chamado, é chamada a ir se tornando um membro vivo da sua comunidade, a ir se comprometendo com a vida da sua comunidade, a ir se comprometendo nas pequenas e grandes coisas, nas pastorais, nos movimentos, onde você é chamado a ir tornando uma igreja viva, se comprometendo com a missão, sendo o verdadeiro discípulo no missionário.

Aquele, aquela que segue Jesus Cristo e que anuncia também Jesus Cristo com beleza. Ser corpo de Cristo, comungar o corpo de Cristo, te compromete, te faz ser um edificador, uma edificadora do corpo de Cristo, quer dizer, te compromete com ser igreja, te compromete com a igreja, onde você tem que ir se tornando uma igreja viva.

Mas comungar o corpo de Cristo, é comungar o amor de Cristo, e comungar o amor de Cristo não pode te deixar indiferente também diante da dor do irmão, da irmã, diante daquele e daquela que passa necessidade ao seu redor, não pode te deixar indiferente, porque o amor ele dilata o coração, o amor ele dilata a existência, o amor ele te tira da indiferença, a pior coisa é a indiferença.

Qual é o problema no evangelho daquele rico, daquele rico que vestia roupas finas e que fazia banquete todos os dias e tinha um pobre na sua porta? E qual é o problema desse rico? Ele não via o pobre que estava na sua porta, ele fazia daquele pobre invisível.

Mas quem comunga a Eucaristia, amados e amadas de Deus, não pode tornar o outro, a outra invisível. O outro, a outra tem rosto. O outro, a outra tem nome. O outro, a outra é um ser humano criado a imagem e semelhança de Deus e amado por Deus como eu.

Então quem comunga a Eucaristia, quem comunga o amor de Cristo tem que se comprometendo em ser dom do amor de Cristo também para a vida do outro, da outra, tem que se comprometendo a ser dom do amor de Cristo nas pequenas e grandes coisas. A Eucaristia ela vai, ela tem que plasmando a nossa vida, ela tem que nos comprometendo cada vez mais em ser igreja, ela tem que nos colocando cada vez mais numa atitude de caridade, de amor, ela tem que dilatando nosso coração no caminho do amor, a Eucaristia ela tem que verdadeiramente ser esse grande alimento da nossa vida.

Nós ouvimos o belo testemunho dos martes de Cunhaú e Uruaçu, aquele homem que morre da vida pela Eucaristia. Hoje um jovem dos nossos tempos também que diz que a Eucaristia é o seu caminho para o céu. E se nós olharmos a vida de Carlo Acutis, foi alguém que viveu um profundo amor com Jesus Cristo, alguém que viveu uma pertença bonita de jovem a sua comunidade, um jovem de uma profunda caridade e um profundo amor principalmente para com os pobres e com os necessitados que até parte da sua mesada dava para os pobres, porque a Eucaristia ela não nos deixa indiferente, porque ela vai nos cristificando, ela vai nos tornando verdadeiramente Cristo.

Então, que essa noite nos ajude olhando para Maria, Maria que é a mulher eucarística que estava lá aos pés da cruz, que participou das dores do filho, que essa noite nos ajude, nos ajude verdadeiramente a viver uma comunhão profunda com Cristo, porque a Eucaristia é ele.

E vivendo uma comunhão profunda com Cristo, viver também uma comunhão profunda entre nós, olhar para o lado e perceber que do lado há um irmão, uma irmã e diante do irmão e a irmã vencer sempre a indiferença, perceber que ao irmão, a irmã se deve sempre o amor.

Que essa noite nos ajude a um compromisso mais bonito lá na minha comunidade, lá na minha paróquia, lá onde eu vivo a minha fé, lá onde a minha comunidade. Que me ajude a um compromisso mais bonito com a minha igreja, com a minha comunidade, porque quem comunga a Eucaristia, comunga o corpo de Cristo, tem que ser mais corpo de Cristo. Que essa noite nos ajude a nunca sermos indiferentes diante do outro, da outra que sofre, diante daquele e daquela que necessita do nosso amor.

Amém!

Fonte: Dom Paulo Cardeal Cezar Costa

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