Revista de Aparecida

Como é a experiência do 12 de outubro em Aparecida?

Chegar ao Santuário Nacional e experienciar a Festa da Padroeira como fiéis e filhos de Nossa Senhora é um momento de união, fé e amor a Cristo

Escrito por João Pedro Ribeiro

12 OUT 2023 - 11H39 (Atualizada em 12 OUT 2023 - 12H20)

Thiago Leon

Aparecida, São Paulo, 12 de outubro. O Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, tão almejado pelos romeiros e peregrinos do Brasil, torna-se, mais do que em qualquer outra ocasião, o destino dos devotos da Santíssima Virgem Maria. Pois foi há 306 anos que, em uma infrutífera pescaria, cabeça e corpo encaixaram-se perfeitamente para que Cristo Jesus, ali representado no ventre da pequena Imagem, pudesse pescar ainda mais homens por meio do amor a sua Santíssima Mãe.

Thiago Leon
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Pescadores que foram pescados. E, depois disso, homens e mais homens, mulheres e mais mulheres que voltam seus corações e seus olhares para a Mãe de Deus.

A primeira coisa que chama a atenção ao se estar em Aparecida no dia 12 de outubro é a cacofonia. Em meio a tantas pessoas, tantas palavras, tantos sotaques - é fácil notar, no falar, o gaúcho com sua romaria, o nordestino que sobe a rampa para chegar à Nave Norte -, muito se é comunicado. Em meio à multidão, no então, ouve-se o sino da consagração da Missa, mesmo fora do espaço da Basílica. Uma lembrança de como deve ser a Igreja: diversa nos carismas, una na fé. É Cristo que congrega os fiéis que vão à casa de sua Mãe.

Thiago Leon
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Mas, ao entrar na Basílica de Nossa Senhora Aparecida - imagem da Jerusalém Celeste -, e estando ao redor do altar, o baldaquino e a cúpula imergem os peregrinos que aguardam o início da Santa Missa. A eternidade é o que almejam, conquistada pela Redenção de Jesus, visto na Cruz do Nada, acima do Altar Central. Muitos dos devotos ali contribuíram diretamente por meio da Família dos Devotos para que a Basílica tivesse o Altar Central com os pisos na obra de Claudio Pastro, a Cúpula Central, o Baldaquino e os tijolinhos, recordação do barro de onde veio a simples Imagem de terracota, barro de onde Deus criou o homem, soprando em suas narinas. Na casa da Palavra, o Evangelho ecoa no silêncio. Quando Cristo fala, o povo escuta. Em meio ao povo, sempre há olhos voltados para o alto, entre olhos emocionados. Eles veem, como um presente, o fruto de seu trabalho partilhado entre irmãos.

As visões dentro da Capela das Velas permitem ver que a fé na Mãe de Jesus mostra seus reflexos: as velas alinhadas uma a uma, sinais da graça abundante que a Senhora concede a seus filhos por inúmeros feitos, demonstram, pela fumaça e pela quantidade, que os motivos para agradecer superam cada barreira quando se alcança a Capital Mariana da Fé.

Thiago Leon
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Ao longo da parte externa da Basílica, grupos reunidos, em oração, elevam e preparam a alma para o momento tão especial: chegar à Casa de Nossa Senhora, a cada Ave Maria, a cada momento de  partilha, fortalece cada vez mais os laços que fazem dos cristãos um povo em unidade, uma Igreja que vive, respira e exalta o Redentor do universo.

Mas talvez o mais marcante na visão dentro da Basílica durante o início de outubro e especialmente durante o dia 12 é a quantidade de fiéis que carregam seus cajados, sinal da peregrinação. Apesar do calor, do cansaço, dos pés enfaixados, das lágrimas e das dores, o amor encontrado ao longo do caminho nos pontos de apoio, as palavras de encorajamento, a fé que motiva e a troca de olhares final - a visão da Rainha Coroada, coberta com um manto e com a Lua debaixo dos pés - tornam o dia 12 de outubro, aquele que poderia ser um dia ordinário para uma cidade no interior do estado de São Paulo, um lugar de cura, devoção, oração e conversão.

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