Vivemos em uma cultura claramente marcada pelo consumismo. Nesse contexto, o saudoso Papa Francisco sempre nos advertia para a “doença do consumismo”. Para ele, o consumismo está atrelado à falta de generosidade. Em sua última viagem apostólica, realizada na ilha de Córsega, a maior da França, no mês de dezembro de 2024, o Pontífice criticou fortemente o consumismo exacerbado nas sociedades contemporâneas.
De modo geral, o consumismo é fruto de um total fechamento de si mesmo. “Quem envelhece com o consumismo, envelhece insatisfeito, porque não sabe dar. Quem vive para si mesmo nunca será feliz. Quem vive assim não é feliz. Quem não tem a mão aberta para compartilhar, nunca será feliz”, disse o Papa. Assim, imersos nessa cultura e conscientes dos efeitos desse hábito tão comum e, ao mesmo tempo, tão danoso, devemos “remar contra a corrente”, a fim de abraçarmos firmemente a generosidade, como nos pedia Francisco.
Muitos acreditam piamente que a verdadeira felicidade reside na aquisição de bens supérfluos. E assim desfrutam da vida com os olhos e o coração voltados para baixo, ou seja, para as coisas do mundo. Talvez, uma das grandes lições (“rasteiras”) que a vida pode nos oferecer é esta: o prazer de viver, o gosto e o entusiasmo pela vida não dependem do consumo de bens supérfluos e fúteis.
Quando se fala de “generosidade” como resposta ao consumismo, faz-se, na verdade, um convite a cada um de nós. Estamos todos chamados a redescobrir o valor e a beleza das coisas simples da vida. As ondas de consumo vêm e vão. A “febre” por este ou aquele produto dura pouco. O consumismo não é capaz de trazer a verdadeira felicidade, porque se mantém por aquilo que é efêmero, momentâneo - é como aquela flor que desabrocha e murcha no mesmo dia. A verdadeira felicidade vem de dentro. Não é movida por “febres” de compra, nem pela lógica de mercado, que insiste na ideia de “a felicidade ser proporcional ao consumo descontrolado de bens perecíveis”.
É comum ouvirmos relatos como: pessoas passam horas em sites de compras, “clicando” em diversos produtos; acabam comprando e, quando chega a mercadoria, logo experimentam um vazio ou, até mesmo, arrependimento: “para quê fui comprar isto?!”. Também notamos o comportamento de quem vive nos grandes centros urbanos e faz dos shoppings centers verdadeiros “centros de peregrinação”, onde não se faz outra coisa senão comprar, gastar e consumir desenfreadamente, muitas vezes sem nem mesmo poder...
De toda essa nossa reflexão, deve permanecer em nós a seguinte lição: a verdadeira felicidade não se adquire com dinheiro e, muito menos, pode ser parcelada no cartão de crédito. A felicidade vem da simplicidade da vida, de um coração que sabe ser generoso, gentil e desapegado. Devemos, claro, buscar ter uma vida digna e, assim, desfrutá-la com qualidade, mas sem cair naquele ciclo vicioso do consumo irresponsável.
Portanto, nossas relações com os bens deste mundo devem expressar o relacionamento que devemos ter com Jesus: um relacionamento gratuito, que se doa sem reservas e desvela a alegria de viver sem excessos de consumo.
Que Nossa Senhora Aparecida nos alcance, de seu Filho, a graça de um coração generoso. Assim seja. Amém.
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