Desde o dia 08 de maio, a Igreja Católica possui um novo Papa. O norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito 267º pontífice da Igreja Católica, com o nome de Leão XIV.
No mesmo dia de sua eleição, logo após o Habemus Papam, revestido com as vestes corais do pontificado, apareceu no Balcão da Sala das Bênçãos da Basílica de São Pedro. “A paz esteja com todos vós”, foram suas primeiras palavras. “Deus nos ama, Deus vos ama a todos, e o mal não prevalecerá”, recordou na mesma mensagem.
“Um Papa que começou com a palavra paz para este mundo tão dividido e tão marcado por tantas violências, por tantas guerras, e ele leva esta palavra tão desejada, ansiada por todos nós e por todo o mundo, a paz. E certamente ele será um dos grandes promotores da paz no mundo de hoje”, contextualiza o cardeal-arcebispo emérito de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis.
Suas palavras ressoam o ensinamento que Santo Agostinho havia dito ainda no século IV: “Deus ama cada um de nós como se houvesse apenas um de nós”. O santo é pai espiritual e inspirador do estilo de vida e espiritualidade seguida pelos Agostinianos, ordem à qual pertence o novo pontífice.
Vida religiosa
Nessa congregação, o jovem Prevost realizou sua primeira profissão religiosa em 02 de setembro de 1978, proferindo os votos solenes em 29 de agosto de 1981, sendo ordenado sacerdote em 19 de junho de 1982. Eram apenas os primeiros passos de um missionário, enviado para trabalhar no Peru em 1985, onde trabalhou por anos e exerceu o episcopado entre 2014 e 2023.
“Ele sempre se sentiu peruano, mesmo vindo de Chicago. Sempre perguntava para ele: ‘Porque veio ao Peru?’. Ele dizia: ‘Porque quero a missão, quero caminhar com os pobres’”, recorda o bispo de Chiclayo, no Peru, Dom Edinson Edgardo Farfán Córdova, sucessor de Prevost na diocese peruana.
O Papa e o Brasil
Desde a infância, o Papa soube lidar com a diversidade de culturas. Seu pai é descendente de franco-italianos e sua mãe, de espanhóis. Sua atuação como missionário o fez poliglota: fala inglês, espanhol, português, francês e italiano, além de ler em alemão e latim.
Antes de ser eleito pontífice, esteve no Brasil por diversas vezes, sobretudo quando exerceu a missão de prior da Ordem de Santo Agostinho, entre 2001 e 2014. Uma das visitas ocorreu em 2013, quando esteve em Aparecida, onde concelebrou a Santa Missa no Altar da Basílica Nova. Voltaria à Terra da Padroeira do Brasil em abril de 2025, para participar da Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, cancelada por ocasião da morte do Papa Francisco.
“A presidência da Conferência (Nacional dos Bispos do Brasil) também tinha convidado para ser o pregador dos dias de retiro, digamos assim, que precedem os trabalhos da Conferência propriamente dita. Ele já tinha tudo preparado, veio o falecimento do Papa que nos surpreendeu, do Papa Francisco”, afirma o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Jaime Spengler.
“Ele tem um carinho pelo Brasil. Um amor muito grande pelo Brasil”, completa o secretário geral da CNBB, Dom Ricardo Hoepers.
Um olhar universal
Sua vida missionária o fez percorrer todo o mundo, o que lhe garantiu uma visão global da Igreja, amplificada quando, a convite do Papa Francisco, se tornou prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina em 30 de janeiro de 2023, sendo criado cardeal em 30 de setembro do mesmo ano. Sua direção nesse órgão da Cúria Romana o fez não apenas conhecer o episcopado de toda a Igreja, mas também a realidade da atuação eclesial em todo o mundo.
O próprio Santo Padre demonstrou seu conhecimento da realidade do mundo ao escolher seu nome papal. Seguindo a tradição dos pontífices romanos, adotou para si um nome que simbolize também o programa de seu pastoreio.
“Na verdade, são várias as razões, mas a principal é porque o Papa Leão XIII, com a histórica Encíclica Rerum Novarum, abordou a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial; e, hoje, a Igreja oferece a todos a riqueza de sua doutrina social para responder a outra revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial, que trazem novos desafios para a defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho”, justificou o novo pontífice, durante o encontro com o Colégio Cardinalício, logo após sua eleição.
“Leão XIII foi bem sensível aos temas sociais. Praticamente podemos chamá-lo de pai da Doutrina Social da Igreja. Ele nos deixou a Encíclica Rerum Novarum que nos convida precisamente a estar atentos às necessidades dos demais, à defesa dos trabalhadores e da dignidade humana, da justiça social”, afirma Dom Edinson Edgardo.
Atento a esses desafios, Leão XIV inicia seu pontificado em um momento em que a Igreja se expande para o mundo. Ao todo, 1,4 bilhão de fiéis ao redor do planeta rezam pelo seu novo pastor, um norte-americano com coração latino-americano e experiência universal. Agora, Sucessor de São Pedro.
O cuidado com a Casa Comum no Santuário Nacional
O Santuário Nacional de Aparecida promove medidas de preservação do meio ambiente e reflorestamento de áreas degradadas. Muito além de projetos teóricos, o Santuário realiza ações concretas que visam o bem-estar de todos e um zeloso cuidado com nossa Casa Comum.
Leão XIV: Conheça o perfil do novo Papa
Pontífice americano exerceu trabalhos missionários no Peru, onde se tornou bispo.
Leão: um nome papal com legado milenar
O nome escolhido pelo cardeal Prevost guarda muito significado, que em seu próprio discurso ele fez questão de defender. Suas inspirações foram papas de muita ação prática e concreta em defesa da paz e dos mais necessitados.
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.