No mesmo dia da Padroeira do Brasil, 12 de outubro, celebramos o Dia Nacional da Leitura. Interessante ocasião, pois ambas as comemorações nos convidam a “ler” os sinais dos tempos: divino, humano e social. A leitura nos possibilita interpretarmos a vida com mais sentido, proporcionando crescimento e maturidade. Entretanto, trata-se de uma técnica que exige concentração, disciplina e persistência pessoal, o que a torna pouco “apetitosa” diante da atual cultura de redes sociais.
A leitura é uma técnica de interpretação simbólica por meio de letras que, quando unidas, formam palavras, frases, parágrafos e textos, com sentido possível à compreensão humana. Por gerações, trata-se de um método universal de inclusão ao ensino e aprendizagem, que qualquer ser humano pode se capacitar à medida que cultiva tal habilidade. Entretanto, diante do uso frequente das redes sociais e das tecnologias, cuja agilidade, entretenimento e poucos escritos são algumas de suas características, precisamos nos cuidar para não cairmos em um “analfabetismo funcional”, isto é, pessoas que sabem ler textos, mas não compreendem o que leem.
De acordo com a pesquisa Pirls (Estudo Internacional de Leitura), publicada em maio deste ano, a habilidade de leitura de crianças brasileiras está entre as piores do mundo. Entre os 57 países selecionados para participar do estudo, o Brasil ficou na 52ª posição, sendo o 6º país no ranking de pior habilidade de leitura. Isso é muito preocupante, pois se há pouca habilidade de leitura, há pouca habilidade na interpretação crítica da realidade e, logo, “dos sinais dos tempos”, o que torna a pessoa vulnerável a manobras políticas, interesses de grupos sociais, tecnologias, informações falsas e argumentos falaciosos.
O gosto pela leitura precisa ter início na fase infantil, com histórias envolventes e interessantes, quando pais reservam um tempo para lerem para seus filhos e, posteriormente, esses começam a vida escolar e aprendem a ler sozinhos. Então, iniciarão um longo processo de independência à leitura e interpretação da vida pessoal, social e espiritual, sem depender muito de intérpretes. Assim, ler é libertador, pois amplia nossa cultura, bem como a compreensão de mundo, além de contribuir, e muito, na concentração, no raciocínio e na escrita. Consequentemente, nos tornamos mais autônomos, críticos e conscientes, possibilitando que façamos melhores escolhas na vida.
Por isso, nunca é tarde para criar gosto e hábito de leitura: dedique um tempo mínimo diário, comece com textos fáceis e com assuntos que lhe causem interesse; depois, gradativamente, vá intensificando com outros assuntos e com mais tempo diário. Logo criará um bom hábito e não deixará mais de viajar nesse mundo sem fim da imaginação, da criatividade e do conhecimento.
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