Revista de Aparecida

Na tua luz viveremos

Escrito por Pe. Rodrigo Arnoso, C.Ss.R.

31 OUT 2025 - 07H00

Thiago Leon

A comunidade eclesial, diariamente, seja na Celebração Eucarística ou na Liturgia das Horas, mais precisamente na oração das Vésperas, fazer memória dos seus fiéis defuntos, à luz do mistério da ressurreição de Cristo. Como bem sabemos, para os discípulos do Senhor, a morte não é o findar da vida, mas o nascimento para a eternidade, o prêmio reservado àqueles que passaram por este mundo, deixando-se guiar pelos mandamentos de Deus.

Na dinâmica do Ano Litúrgico, além da memória diária dos fiéis defuntos, no dia 2 de novembro somos convidados a celebrar a vida daqueles que nos precederam na fé e que já celebraram sua experiência pascal. Nesse dia, não nos revestimos de um sentimento de tristeza, mas nos deixarmos envolver pela espiritualidade cristã, que faz brotar de nossos corações uma prece de gratidão, na certeza de que um dia nos encontraremos todos diante do Pai.

Nesse dia, além da nossa participação na Celebração Eucarística, somos motivados a visitar um cemitério, com o escopo de rezarmos por nossos entes queridos, que nos transmitiram a fé, que se desdobra no seguimento da pessoa de Jesus. A nossa visita ao lugar da sepultura de nossos familiares e amigos nos recorda aquela respeitosa visita que as santas mulheres fizeram ao túmulo do Senhor, ao terceiro dia, e mesmo sem saber o que tinha acontecido, quando viram que a pedra que fechava o lugar estava fora do lugar, partiram apressadamente, para anunciar que ele não estava lá.

A visita de um cristão ao cemitério testemunha nossa certeza na ressurreição do Senhor. Por isso, ali contemplamos aqueles que, à luz da fé que testemunharam, dormem o sono dos justos, aguardando pelo dia final. Além das orações que fazemos diante dos túmulos de nossos entes queridos, costumamos prestar a eles uma homenagem, por meio de dois símbolos: as velas e as flores.

Sabemos que o tema da luz perpassa toda a vida cristã. A Palavra de Deus nos ensina que somos filhos da Luz. Cristo é apresentado a todos os seus discípulos como a verdadeira Luz. O discípulo do Senhor é chamado a ser luz no mundo. Nos ritos da Igreja a luz se faz sempre presente, nos recordando a ressurreição de Jesus. A luz se faz ver na liturgia, por meio de velas acesas. Desse modo, temos a presença de velas acesas durante a celebração da Eucaristia. No dia do nosso batismo recebemos uma vela. Quando dedicamos uma igreja, acendemos velas no seu interior para iluminar toda a assembleia ali reunida. Na sepultura de nossos irmãos falecidos acendemos velas, a fim de recordar a toda a comunidade cristã que somos convidados a participar da morte e ressurreição de Cristo.

Decoramos também as sepulturas com flores, recordando que Cristo foi sepultado em um jardim. Esse jardim nos recorda o Paraíso, que faz ver o desejo de Deus, isto é, conduzir sua criação à plenitude. Nascemos bons para testemunharmos a bondade de Deus em tudo que fazemos. Celebremos com alegria nossos entes queridos. Saibamos entregá-los nas mãos do Pai, pois de esperança em esperança, na vivência do mandamento do amor, alcançaremos a vida eterna.

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