Revista de Aparecida

Com Maria, ser Família dos Devotos, peregrina da esperança!

Escrito por Revista de Aparecida

12 OUT 2025 - 08H16

Thiago Leon

Estimado irmão episcopado, doutor Orlando Brandes, gratidão pela oportunidade e o convite de estar aqui. Também quero saudar os irmãos Dom Biratã, Dom Nelson, e a minha saudação também igualmente afetuosa ao padre Carlos Eduardo Catalfo, padre Marlos Aurélio, respectivamente reitor do santuário e superior provincial, e na pessoa de ambos, saúda a família Redentorista, que cuida com tanto carinho e zelo deste santuário nacional.

Quero saudar também aqueles que aqui se encontram e já de antemão dizer que ninguém voltará para casa de mãos vazias hoje, porque quem vem à casa da mãe de Jesus, ela retribui a sua vinda, o seu gesto, oferecendo o vinho novo da graça que vem de Deus.

Quero saudar aqueles que nos acompanham pelos meios de comunicação, a rede aparecida de comunicação, e uma saudação especial também aos irmãos padres, a vida religiosa, consagrada, seminaristas, enfim, a todo o povo de Deus. Um abraço fraterno a Diocese de Camaçari, a qual tenho a honra de pastorear, aos padres, leigos e leigas, todo o povo fiel. Com Maria, ser família dos devotos, peregrina de esperança.

Amados irmãos e irmãs, eu queria dizer antes de tudo que eu não estou aqui como bispo, eu estou aqui antes de tudo como romeiro, como devoto, pois desde a minha mocidade, ainda criança, frequentava essa casa santa. Lembro-me deste santuário, ainda inacabado e sem portas. Quantas vezes me dirigi aqui com fé.

Meus pais, que plantaram a semente da fé em meu coração, me ensinaram então a cultivar essa devoção tão bela. E quantas vezes ficava extasiado aqui. Extasiado com duas realidades.

Primeiro, ver a beleza dessa arquitetura, que não é só imponente, mas é também catequética, é mistagógica. Esses painéis nos ensinam a fé, nos iniciam na fé. Tudo aqui fala de Deus.

A arquitetura aqui é um instrumento de evangelização e de beleza, pois a beleza salvará o mundo, amados. Mas outra grandeza também me encantava, além das dimensões do santuário e da sua beleza, a fé do nosso povo simples. E continua a me encantar.

Você que ainda não veio e aparecida quando vier, peço a você encarecidamente, procure colocar a lente, a lupa da fé, para observar o testemunho de cada pessoa simples, que às vezes passa o ano todo ajuntando dinheiro, fazendo economias para vir à casa da mãe, para voltar daqui com as mãos cheias de graças e bênçãos. Permitam-me ainda dizer uma palavra sobre a Bahia. Venho da Bahia de Camaçari e eu quero mandar um abraço a todos que nos acompanham lá.

Venho daquela terra que também ama a mãe de Jesus, a Bahia está sob o patrocínio de Nossa Senhora da Conceição da Praia, mas eu trago ainda um testemunho de uma grande pequena mulher, de estatura frágil, mas de grande estatura moral, Santa Dulce dos Pobres.

Olha que eu tenho me esforçado, tenho me esforçado para ser um apóstolo do Dulcismo, do legado de Santa Dulce, afinal, como diz o poeta, a caridade andou pelas ruas de Salvador, a caridade andou pelas periferias de Salvador, o anjo bom da Bahia, amados irmãos e irmãs.

E presta-me homenagem a essa pequena grande mulher, com as palavras do Papa Leão, na sua recente carta apostólica, exortação apostólica de Lexity, abre aspas, ele diz assim, “Amados, irmã Dulce enfrentou a precariedade com criatividade, os obstáculos com ternura, e a carência com uma fé inabalável, vivia com pouco, rezava com fervor e servia com alegria, a sua fé não a retirava do mundo, mas a lançava ainda mais profundamente, nas dores dos últimos, que belo testemunho, tem o anjo bom da Bahia, o anjo azul dos alagados”.

Amados irmãos e irmãs, mas viemos aqui para aprender muitas e preciosas lições, com a mãe de Jesus, nossa mestra e educadora na fé, e eu queria destacar apenas três lições, básicas, três remédios para o nosso mundo ferido, três ungüentos ou três bálsamos, para o nosso mundo ferido, aprendemos com ela, a Virgem Mãe de Aparecida.

Primeiramente eu aprendi no sínodo, sobretudo com os africanos, que a igreja é a família de Deus, e sempre que nós viemos aqui, nós experimentamos essa maternidade, é a mãe que nos congrega, é a mãe que nos leva a Jesus, e um dos males do nosso tempo, sem dúvida, é a perda dos vínculos, não haverá novo céu, e nem nova terra, se não recuperarmos os vínculos que nos unem.

Não haverá novo céu e nova terra, se não recuperarmos vínculos primários e fortes, se não houver cuidado com a casa comum, se não houver cuidado com os últimos da sociedade, vir ao santuário, é aprender que nós fazemos parte de uma família maior, aqui todos são amados, é recuperar e refazer vínculos, um dos remédios para o nosso tempo.

Amados irmãos e irmãs, por isso a igreja insiste em pequenas comunidades, porque lá somos valorizados, lá colocamos nossos dons e talentos a serviço, o mundo hoje carece de paternidade, o mundo hoje carece de maternidade, o mundo hoje carece de filiação.

É triste ouvir alguém dizendo, eu não tenho ninguém, eu não tenho ninguém, como aquele paralítico, que ficava à beira do tanque de Bethesda, se dirigiu com desespero ao Messias, o Salvador, e disse a ele, eu não tenho ninguém, não tem mais vínculos, não tem mais família, e aqui na casa da mãe, nós queremos aprender, que temos uma noverosa família, temos a Deus como pai.

Nosso pai, que do alto nos vê, e cuida de cada um de nós, temos um irmão, que abriu uma estrada nova, a estrada da salvação, abriu para nós as portas da eternidade, e temos uma mãe, que nos consola, e que nos aponta sempre Jesus, que riqueza, temos tudo, somos ricos, temos tudo.

Ela é a cheia de graça, eu diria que ela é, a sétima talha, das bodas de Caná, diz o texto bíblico, que nas bodas de Caná, havia seis talhas, mas não é verdade, eu ousaria dizer, que havia uma sétima talha ali, e essa sétima talha era Maria, transbordante da graça de Deus, totalmente, totalmente então seduzida, pela trindade santa, a filha predileta de Deus Pai, a mãe do verbo encarnado, e a esposa do Espírito Santo.

Aprendamos a segunda lição, amados, da corresponsabilidade. Sem corresponsabilidade, palavra-chave no caminho sinodal, sem corresponsabilidade, que nasce da dignidade comum dos batizados, não haverá família, não haverá novo céu, e nem nova terra. Aqui nós aprendemos que os laços que nos unem, não são os laços de sangue, nem de raça, mas a fé, no Cristo ressuscitado, razão de nossa esperança.

E cada membro da família, é corresponsabilidade, uma corresponsabilidade, que se traduz no cuidado, e na ajuda material também. Você que é da campanha, Família dos Devotos, também a corresponsabilidade, se traduz, na ajuda material, no compromisso missionário, e na vida de oração, esse coração pulsante do Brasil em torno do qual o Brasil amanhã, vai se reunir, se congregar, debaixo do manto azul, da padroeira do Brasil.

Esse Santuário é mantido com a sua corresponsabilidade, com as suas orações, com seu apoio, e por que não dizer, com a sua ajuda material, é demonstrada também através da família, campanha dos devotos.

Amados irmãos e irmãs, aprendemos, com o mês missionário, que a missão se faz, com três gestos básicos. Com os joelhos, daqueles que se dobram, em oração. Com os joelhos, da oração, com os pés, daqueles que caminham, e vão ao encontro, para anunciar, a boa nova da salvação, e com as mãos, que se abrem, generosamente, para ofertar e partilhar, pois quem patrocina a evangelização tem méritos de evangelizador.

Amados irmãos e irmãs, essa é a segunda então lição, que nós aprendemos, também da esperança, a senhora Aparecida, porque já nos ensina, o concílio Vaticano II, mais precisamente, a Lumen Gentium, que a devoção a Nossa Senhora, não consiste, numa emoção estéreo, e passageira, mas é também, o esforço diário, para imitar, as virtudes, da filha excelsa de Sião.

Para que nós aprendamos a mãe, aprendamos também, a centralidade de Jesus, nossa esperança, por isso se faz necessário, e sempre de novo, colocar o querigma, no centro da vida da igreja, e na missão da igreja. Como nos ensina o Papa Leão, essa novidade, que nunca caducou, e nunca haverá de caducar, porque ele é o mesmo ontem, hoje e sempre.

A razão da nossa esperança, e que dá sentido a nossa vida, essa é a terceira lição. Amados irmãos e irmãs, ser família, viver a corresponsabilidade, onde não há corresponsabilidade, não há relação sadia, e finalmente, colocar o Cristo, ou anúncio, o querigma, no centro de nossa vida, e no coração da igreja, é um apelo de Nossa Senhora.

Quem coloca Jesus no centro da sua vida, não pode desconsiderar o seu projeto, separar Jesus, do seu projeto, é torná-lo uma caricatura, um ídolo. Aquele que coloca Jesus no centro da sua vida, deve se comprometer também em cuidar das fragilidades.

Que expressão feliz que as novas diretrizes da conferência nacional, o cuidado com as fragilidades, o cuidado com as fragilidades, em sintonia, com o tema da festa, conhecer Jesus, e cuidar das frágeis, e cuidar da vida.

Nesse sentido, já finalizando amados, nós queremos pedir a ela uma graça, a graça de vivermos, de esperança, mas também de vivermos, da esperança. Eu explico a diferença, da esperança, porque a esperança tem nome, é Jesus de Nazaré, e é ela que nos sustenta, sempre que pensamos em desanimar, e vivemos de esperança, porque somos chamados como ela, a ser sinal de esperança no mundo. Como nos ensina o Papa Leão, ser esperança para o mundo ferido, por tantas guerras, por tanta maldade, e por tanto contra testemunho,

E para finalizar, eu convido você a cantar comigo, não poderíamos deixar de fazer memória, na imagem tão pequena. Tu és a mãe morena, a padroeira do Brasil. Fiquemos de pé, e cantemos com o coral, vocês vão se recordar, esse belo canto, bem bonito, na imagem tão pequena, acenando, "tu és a mãe morena, a padroeira do Brasil", pode ser mais forte, "na imagem tão pequena, tu és a mãe morena, a mim".

Fonte: Dom Dirceu de Oliveira Medeiros

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