“Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a mãe Terra
Que nos sustenta e governa,
E produz frutos diversos
E coloridas flores e ervas.”
(trecho do Cântico das Criaturas, São Francisco de Assis, 1225)
Em 2025, celebramos 800 anos do Cântico das Criaturas, oração em versos de São Francisco de Assis em louvor a Deus e agradecimento pelas belezas naturais criadas por Ele. Também nesse ano, a encíclica Laudato Si’, escrita pelo Papa Francisco, completa 10 anos de publicação. Um texto rico em detalhes sobre o cuidado com nossa Casa Comum, os impactos da ação humana na natureza e o nosso dever, quanto cristãos, de preservar esse bem tão precioso para as futuras gerações.
“Hoje, crentes e não-crentes estão de acordo que a terra é, essencialmente, uma herança comum, cujos frutos devem beneficiar a todos. Para os crentes, isto torna-se uma questão de fidelidade ao Criador, porque Deus criou o mundo para todos. Por conseguinte, toda a abordagem ecológica deve integrar uma perspectiva social que tenha em conta os direitos fundamentais dos mais desfavorecidos.” (LS 93)
Motivado pelo texto escrito pelo Santo Padre, o Santuário Nacional de Aparecida promove medidas de preservação do meio ambiente e reflorestamento de áreas degradadas. Muito além de projetos teóricos, o Santuário realiza ações concretas que visam o bem-estar de todos e um zeloso cuidado com nossa Casa Comum.
Alguns locais podem ser vistos e visitados pelos transeuntes que passam pelo Santuário, como o Muro Verde, que circunda todo o entorno da Casa da Mãe, por cerca de 7 quilômetros; e o Presépio permanente, que possui água corrente e uma criação de peixes que são cuidados pelos profissionais das áreas verdes do Santuário.
Outro exemplo vivo dessas iniciativas é a Fazenda Santana, localizada próxima à Casa da Mãe. O local, cuidado pelo Santuário Nacional, desde 2016 é também assistido pela organização SOS Mata Atlântica, que atua na preservação e reflorestamento do bioma mais rico e mais degradado do país. A parceria já realizou, só na Fazenda, o plantio de 430 mil mudas nativas, uma quantidade expressiva e que mostra inúmeros benefícios ao solo de toda a região em seu entorno.
“Nessa Fazenda mais de 100 hectares foram reflorestados e, em função disso, o restante vai tendo uma regeneração natural. O Santuário entrou com uma parte e depois vai se desenvolvendo sozinho. As próprias mudas vão se multiplicando com a ajuda dos pássaros, alimentando esse solo e se regenerando, a própria natureza se incumbe disso”, explica a gerente de conservação do Santuário Nacional, Ana Luísa Taschetto.
Ainda segundo a responsável pela conservação, a fauna foi fortemente influenciada pelo reflorestamento, com o aumento do número de espécies e animais na fazenda. “Eu vi um Lobo Guará, que a gente sabe que é um animal em extinção, eu vi duas vezes ele circulando por aqui, porque uma das espécies [plantadas na Fazenda] é uma árvore que dá um fruto que ele come, então ele voltou a circular aqui na Fazenda (...) você vê pássaros diferentes, todos da fauna nativa”, completa Ana Luiza.
Alguns anos após o início do projeto de replantio, já é possível ver locais, antes secos e inférteis, agora com nascentes e vegetação crescendo espontaneamente. Tudo é possível graças ao cuidado do Santuário e a ajuda sempre bondosa da Família dos Devotos, como destaca o ecônomo do Santuário Nacional, Pe. Fábio Evaristo:
“A Família dos Devotos é aquela que cuida da Casa de Nossa Senhora como um todo, então também cuida do meio ambiente, cuida desta Casa, deste grande Santuário, que é a natureza”, destaca o administrador.
O projeto criado na Fazenda Santana nos permite vislumbrar um amanhã de esperança e sinodalidade, como estacou Papa Francisco em sua encíclica, ao reforçar nosso papel como cristãos no cuidado com a Casa Comum como herança para as futuras gerações.
“Quando pensamos na situação em que se deixa o planeta às gerações futuras, entramos noutra lógica: a do dom gratuito, que recebemos e comunicamos. Se a terra nos é dada, não podemos pensar apenas a partir dum critério utilitarista de eficiência e produtividade para lucro individual. Não estamos a falar duma atitude opcional, mas duma questão essencial de justiça, pois a terra que recebemos pertence também àqueles que hão-de vir.” (LS 159)
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