Era para uma grande e universal missão que Deus libertara Seu povo do Egito. Já em marcha para a Terra Prometida, assim lhes falava mediante Moisés: “Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Êx 19,6). O povo, sacerdotes santos, a santificar, divinizar a inteira humanidade.
Jesus foi, e plenamente, esse fermento de Deus para a humanidade. Aquele Seu “tudo está consumado” (Jo 19,30), com que Ele mesmo avaliava Sua missão, abrangia essa santificação.
Mas, Ele volta para junto do Pai, fisicamente Se ausenta da terra. Enquanto membro pleno desse povo, e mais, como sua parte mais nobre, como sua Cabeça, Ele Se deixava como modelo, como medida ideal do povo.
Contudo, deixava Ele também condições a esse povo, membros de Seu Corpo, de dar continuidade àquela ação santificadora, divinizadora da humanidade, como povo sacerdotal e nação santa?
Sim, garante-nos o Evangelho. Tratava-se do “primeiro dia da semana”, da definitiva criação iniciando-se. “Os discípulos” de portas fechadas “por medo dos judeus”. E Jesus “colocou-Se no meio deles e disse-lhes: ‘A paz esteja convosco!’. E “mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor”.
Mostrando-lhes mãos e peito traspassados, era de se esperar que eles, já medrosos com o desfecho mortal de Sua vida e missão, mais apavorados se tornassem. Mas não, ter junto de si Vivo Aquele que fora Perfurado e Traspassado, enche-os de alegria: o Assassinado vencera a terrivelmente amedrontadora morte!
Por que, na sequência, uma vez mais lhes augura: “A paz esteja convosco!”? Sim, o medo precisava ser arrancado até a raiz. Fazia-se necessária uma indomável coragem, determinação, pois lhes diz ainda: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. Então, cabia-lhes uma missão, mesmo ao preço de mãos e peitos igualmente transpassados!
Mas, era-lhes possível assumir a mesma missão, com os mesmos poderes e condições de Jesus? Ele, plenamente divino-humano; mas eles, humanos e até tão medrosos!
Sim, era-lhes possível, pois “depois dessas palavras, soprou sobre eles e disse-lhes: ‘Recebei o Espírito Santo. ‘Àqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, serão retidos’”.
Sim, naquele “primeiro dia” de Sua comunidade de discípulos, era o Espírito pairando sobre eles, como no início da criação (cf. Gn 1,2), a fecundá-los de divindade. E podia divinizá-los de tal modo que suas ações aqui na terra seriam também de Deus: perdoariam aqui e seria perdoado por Deus nos céus! O que fizessem aqui, seria feito por Deus!
Na força do Espírito, teriam um coração como o do Pai, capaz até mesmo de sempre perdoar, capaz da plena gratuidade, capaz de amar, de fazer o bem até a quem lhes fizesse o mal, mesmo o mal supremo de lhes tirar a vida física! Como Jesus, teriam força para vivenciar: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem!” (Lc 23,34). Na força do Espírito, podemos seguir Jesus na vida e missão!
Ascensão: Jesus nos passa Sua missão (At 1,6-11)
Se Jesus nos garantia que quem O visse em Suas atitudes, em Suas obras, estavam vendo o Pai (Jo 14,9), semelhantemente assegurava que quem visse Seus discípulos, pelas obras destes, deveriam estar vendo a Ele, apalpando-O em Sua vida e missão salvadoras!
Ressuscitando Jesus, o Pai sela Sua vida e missão terrenas (At 10,37-43)
Assim, quem O via nesse Seu divino jeito de agir, via sim a Ele, mas n’Ele via igualmente o Pai
Na radicalidade de Jesus, construímos o Reino (Lc 14,25-30.33)
Ele-Filho, pelo que é e faz, é o que devemos aprender. Ele fez-Se Filho “obediente até a morte e morte de cruz” (Fl 2,8). Colocou o Pai e Seu projeto de humanidade divinizada já aqui na terra, acima de Seu pai, Sua mãe, Seus irmãos e até da própria vida (cf. Lc 2,49; 22,42).
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