O exemplo vocacional de Paulo para a Família dos Devotos

Renovamos o especial convite para você rezar pelas vocações, especialmente pelas vocações redentoristas: sacerdotais e religiosas. A principal vocação da Família dos Devotos é cuidar da Casa da Mãe Aparecida e das suas obras sociais. Sua fidelidade é que nos mantém e somos agradecidos pela generosidade da sua doação mensal.

Todos nós que amamos Nossa Senhora reconhecemos que a Bíblia é um livro vocacional por excelência. Desde a primeira até sua última página, a Escritura Sagrada registra a história vocacional de homens e mulheres que responderam positivamente ao chamado de Deus.

A vocação como chamado, experiência e encontro

A vocação do apóstolo Paulo ocupa um lugar de primeira grandeza no cristianismo das origens. Não é exagero dizer que ele está entre os maiores e mais criativos pensadores do cristianismo primitivo.

Os estudiosos da Bíblia ensinam que “Paulo assegurou para sempre no cristianismo o direito de pensar”. Sempre foi capaz de abrir novos caminhos e superar problemas desafiadores. Deus o chamou para fazer a Igreja de Cristo crescer com inteligência, criatividade e sabedoria. Paulo tem um gênio teológico e sua história vocacional é um exemplo para a Família dos Devotos.

A figura de Jesus Cristo é o dado determinante e mais fundamental de todo o pensamento paulino. Não apenas sua vocação, mas toda a cristologia de Paulo está marcada pela sua experiência pessoal com Cristo na estrada de Damasco.

Certo é que Jesus Cristo é a força dinâmica do seu pensamento, da própria vocação e de toda sua atividade missionária. A experiência com o Ressuscitado marca decisivamente a identidade de Paulo como cristão, missionário e pensador.

A experiência vivida por Paulo na estrada de Damasco deve ser apropriadamente definida como chamado, vocação, escolha e revelação. Paulo não se converte nem a uma doutrina, nem a uma instituição, mas a uma pessoa: “e já não sou eu que vivo: é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). A “conversão” de Paulo não é “moral” nem “religiosa”. É adesão à pessoa de Jesus Cristo.

A pessoa de Jesus Cristo na vocação da Família dos Devotos

Para Paulo, e também para a Família dos Devotos, Jesus não é uma figura do passado. O ponto de partida da cristologia de Paulo é sua experiência vivida no evento de Damasco e não um conceito doutrinal.

O jeito dele conhecer Jesus não tem um início teórico ou doutrinário. É existencial e experiencial: ver, revelar e iluminar são verbos decisivos para entender o exemplo vocacional de Paulo para a Família dos Devotos.

O apóstolo fala de Cristo não por ouvir dizer, mas porque se encontrou com Ele, numa profunda experiência de Deus. É a revelação da pessoa de Cristo que está na origem da vocação de Paulo como mensageiro para os pagãos.

A partir do evento de Damasco, Cristo se torna a única razão de vida para Paulo: “para mim, viver é Cristo” (Fl 1,21). O Deus de Paulo sempre vai ser o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. Também por isso, o apóstolo das nações ensina que é o próprio Deus que revela seu Filho.

Paulo transmite as tradições recebidas porque ele é um elo na cadeia da tradição (cf. 1Cor 15,3). Ao superar a cruz, Jesus se tornou a sabedoria de Deus, justiça, santidade e redenção (cf. 1Cor 1,30).

Em Corinto, Paulo anuncia o Cristo crucificado. Escândalo para os judeus e loucura para os gregos, mas poder e sabedoria de Deus para todos nós que fazemos parte da Família dos Devotos.

Para Paulo, a cruz e a ressurreição de Cristo estão indissoluvelmente ligadas.