Revista de Aparecida

Sinais de esperança...

Escrito por Pe. Ferdinando Mancílio, C.Ss.R.

28 JUL 2025 - 07H00 (Atualizada em 18 AGO 2025 - 12H17)

Victor Hugo Barros

A esperança não nos deixa acomodados. Certamente que, como os móveis de nossa casa, neles mexemos, mudamos de lugar, ajeitamos aqui ou ali, para mudar, acomodar melhor… Assim é a esperança em nós. Ela nos desacomoda. Ela vem “transgredir” nossa comodidade e nos faz abrir os olhos para a realidade que nos cerca.

Transgredir a situação vigente que fere a vida, indo ao encontro das pessoas, principalmente as que estão excluídas nas ruas, praças e periferias, isso é ter esperança. Ela nos desperta para uma alentadora esperança no coração dos mais pobres e excluídos.

Nossa realidade exige esperança, exige transgredir a situação social ou histórica que vem ferir a vida. Por exemplo: como pode um país expulsar imigrantes com pés e mãos algemados, como se fossem “bichos ferozes?” Se dizemos ter esperança e essa realidade não nos incomoda, não nos deixa indignados, será que temos esperança?

A esperança não é defesa da minha comodidade pessoal, mas defesa da vida. Essa atitude citada deve nos incomodar e muito. Não abrir os olhos para essa realidade é “desesperança”. Se assim pensamos e agimos, e não queremos mudar a nós mesmos, será que somos pessoas de esperança? Certamente ainda não podemos dizer que somos irmãos.

É triste ver as vítimas de um mundo fechado, polarizado, excluidor. Esse não é o sonho de Jesus. Ele sonhou uma nova humanidade, do jeito do Reino, dos valores do Evangelho.

Como peregrinos da esperança temos de aquecer sempre nosso coração em Cristo. Enquanto aquecermos o coração em nós mesmos, nada de espetacular ou edificante vai acontecer em nós, pois caímos no egoísmo. Nossa tendência é olharmos para nós mesmos.

Jesus desencadeou um modo, um jeito novo de viver em toda a humanidade. Porém, se tivermos resistência a esse modo novo de viver, não há como mudar coisa alguma. Por isso, há os que desejam uma religião perfeita, pessoas perfeitas, mas a seu modo e não ao modo de Jesus. Não mudará nada, nem em si, nem nos outros.

Assim, a esperança continua a ser desafiadora para nós e se não transgredimos nossa comodidade, nossos pensamentos, certamente será custoso mudarmos alguma coisa.

O Ano Jubilar será sempre provocativo, pois nos traz um convite para a real mudança em nossa vida. Se não realizamos agora, certamente também nada mudaremos daqui a 25 anos, quando será o próximo Ano Jubilar. Continuaremos a ser sempre os mesmos.

É isso que eu e você queremos?

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Carregando ...

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Pe. Ferdinando Mancílio, C.Ss.R., em Revista de Aparecida

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.

Carregando ...