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Conheça a história da religiosa que participou do “The Voice” Itália

Escrito por Jovens de Maria

20 MAI 2014 - 16H58 (Atualizada em 06 JUL 2021 - 10H40)

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Irmã Cristina Scuccia, a jovem religiosa que revolucionou a Itália e o mundo com sua participação no programa “The Voice”, não é uma “paraquedista” que se dedica a participar de festivais buscando notoriedade, como muitos a acusam. Sua história mostra todo um trabalho de evangelização entre os jovens italianos. Vale a pena conhecê-la!

Em 2007, Cristina era uma adolescente um pouco rebelde, afastada da Igreja e apaixonada por um jovem, e tinha um grande talento musical. Frequentava a universidade e se preparava para participar do show de talentos italiano XFactor. Ela mesma conta isso em uma entrevista à edição italiana da Vanity Fair.

Leia MaisO que Deus quer de mim? Dicas para descobrir a vocação profissionalProvidencialmente, naquele ano, sua mãe leu um artigo sobre a conversão de Claudia Koll. Mas quem é Claudia Koll? Uma conhecida atriz italiana, famosa por ter começado sua carreira com filmes eróticos junto a Tinto Brass, e que, em 2001, protagonizou uma das conversões mais famosas do panorama artístico do país.

Após sua conversão, Claudia Koll decidiu dedicar-se às obras de caridade com pessoas mais carentes. Fundou uma ONG, Le opere del Padre, e lutou pela evangelização e a solidariedade com países como a República Democrática do Congo, Burundi e Madagascar. Participou também, como atriz, de grandes produções católicas, como a série sobre Santa Maria Goretti e um filme sobre São Pedro. 

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Em 2007, Claudia recebeu a proposta de dirigir a Star Rose Academy, uma academia para artistas e também uma obra de evangelização do mundo dos espetáculos, fundada pelas religiosas Ursulinas da Sagrada Família. Esta singular congregação nasceu no começo do século 20 e se dedica especialmente à evangelização dos adolescentes.

Para estas religiosas, a “Carta aos Artistas”, de São João Paulo II (1999) foi um grande desafio para sua vocação. É precisamente aqui que voltamos à Irmã Cristina: O artigo que sua mãe leu sobre a conversão de Claudia Koll vinha com uma propaganda: a famosa diretora da Star Rose Academy estava procurando uma moça para protagonizar um musical sobre a vida da fundadora das Ursulinas, Irmã Rosa Roccuzzo.

Leia MaisPosso dizer não pra minha vocação?Quem contou isso foi a própria Claudia, à revista italiana Chi (aliás, neste link há uma bonita foto de Cristina antes de tomar o hábito).

Para a jovem Cristina, protagonizar a Irmã Rosa supôs não apenas sua conversão, mas também a descoberta da sua vocação religiosa com as ursulinas.

Ela começou seu noviciado com as ursulinas no Brasil, um país no qual a música cristã tem um papel fundamental. Foi então que a noviça confirmou sua dupla vocação: a vida religiosa e a evangelização por meio da música, como fazia com os meninos de rua.

Já de volta à Itália, ela foi procurada pelo Pe. Raffaele Giacopuzzi, diretor do Good News Festival, um festival de música cristã organizado anualmente pela Pastoral Juvenil da diocese de Roma. A Irmã Cristina, como era de se esperar, venceu o concurso em sua quinta edição, realizada em junho de 2013. E chamou a atenção dos especialistas.

Reprodução: Facebook
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Entrevistado pela edição italiana da Aleteia, o Pe. Raffaele explicou que foi ele em pessoa quem convenceu a Irmã Cristina a participar do The Voice, ao ver seu grande talento. “Eles me ligaram para convidá-la a participar, e então fiz o pedido às suas superioras, para respeitar tudo e não criar falsas expectativas”.

“O mais bonito foi que as ursulinas, na gestão desta academia de artistas cristãos, onde Cristina cresceu e amadureceu em sua vocação, se mostraram favoráveis desde o começo, mas me perguntaram: ‘Mas você acha que vale a pena?’”, contou o padre. “Eu respondi que vale a pena por uma série de motivos: o primeiro é que não a mandamos só porque ela usa um véu, mas porque é alguém que estudou, fez academia de canto, e sabe o que faz. Além disso, ela teve contato com pessoas que vêm do mundo da arte e do espetáculo, então saberá como lutar, sabe em que ringue se encontra.

O Pe. Raffaele explicou que a Irmã Cristina havia estado no Brasil, “onde é normalíssimo que a música cristã venda milhões de discos e seja absolutamente aceita no mercado discográfico. Mas por aqui, como vimos nestes dias, há muitas pessoas escandalizadas pelo fato de haver uma freira na TV”.

Leia MaisComo entender a vocação que Deus tem pra mim?Existem muitas maneiras de ir à TV. Houve pessoas que não eram religiosas e fingiam que eram. Neste caso, trata-se de uma pessoa que vai cantar acompanhada por toda a sua comunidade, que leva uma vida tranquila e sossegada, identificada com a sua vocação. O Pe. Raffaele destacou que a Irmã Cristina, fora do palco, “é uma pessoa tímida e reservada, que não procura se exibir nem fazer-se notar”.

“Comunicar o Evangelho hoje é, acima de tudo, comunicar alegria, mostrar que Jesus não tira nada de você, e sim que quer lhe dar mais. Acho que isso é o mais belo que precisa ser transmitido”, disse ele.

O sacerdote concluiu, explicando que a Irmã Cristina lhe contou por que escolheu como mentor o rapper J-Ax, conhecido na Itália pelo seu contato com as drogas (a música que o consagrou, “Oh, Maria”, pede a liberação e legalização da maconha) e pelo seu Anticlericalismo: “Eu o escolhi – contou a Irmã Cristina – porque sou muito consciente de que o Papa Francisco nos pediu para ir às periferias, e J-Ax, mais que os outros, é precisamente alguém que está orgulhoso de vir da periferia, de falar com a linguagem das pessoas da periferia.” 

Para o Pe. Raffaele, os jovens que estão no The Voice “são um grande campo pastoral para a Irmã Cristina. Ela é um sinal da proximidade de Deus também deles”.

Testemunho firme e perpétuo

Irmã Cristina ganhou fama em 2014, ao vencer o The Voice Itália, mas continua fazendo sucesso até hoje. Recentemente, em um programa da emissora de TV italiana RAI, ela foi contar mais uma vez sua história, num contexto de desesperança e desorientação causados pela pandemia de Covid-19.

Dizia a sinopse do programa:

"
Existem aqueles que contraíram e derrotaram o coronavírus, aqueles que lutaram contra doenças hostis, aqueles que se esforçaram por uma perda importante ou aqueles que superaram momentos dolorosos de desespero, fraqueza, adversidade. Todos, pelo menos uma vez, crentes ou não, exclamaram "meu Deus", confrontando-se com as razões últimas da existência ou da fé ou do compromisso civil, recuperando o sentido profundo da sua vida". Irmã Cristina foi convidada, justamente, para falar dessa mudança radical que ela própria vivenciou.

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