Já aconteceu com você que, no Facebook, alguma tia ou sua própria mãe comentou uma foto no seu mural, achando que estava falando só para você? Possivelmente, você passou um pouco de vergonha ou, no mínimo, achou um pouco estranho o comentário através desse meio.
Um amigo usou uma figura muito interessante para explicar para sua mãe como funcionam as redes sociais. Ele disse para ela que, cada vez que escrevesse um comentário no mural, imaginasse que ela estava com um megafone, no meio da rua, falando para todo mundo. 📢 Isso ajudou meu amigo a não passar mais vergonha e, provavelmente, deixou a mãe dele com muito receio de voltar a comentar alguma coisa.
Pois bem. Numa época na qual as comunicações foram transformadas, temos que estar cientes do significado que têm nossas palavras. Não apenas o conteúdo, mas também a proporção (na imagem do megafone) e o contexto (na imagem da rua). 🤫
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Numa ocasião, um professor de línguas fez uma distinção muito interessante. Explicou que, no grego, existem dois termos para se referir a ações: poiêsis e praxis. O primeiro se refere à ação que produz algo material. Esse é o sentido mais plástico, digamos, da ação; e que hoje acaba sendo o principal sentido quando falamos em "fazer algo". Alguém prático seria alguém que, "no mundo das coisas", sabe como fazer e desfazer.
Aqui vem o interessante: praxis se refere à ação como ato carregado de bondade ou maldade por quem o realiza. Assim, a praxis fica mais claramente marcada por um sentido moral.
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Pensemos que, "no mundo das coisas", há coisas que manifestam o talento do produtor e outras que vêm carregadas pela bondade ou maldade que o levou a tal resultado. Focando no primeiro aspecto, pensemos num material produzido que é ruim e não presta. Diante disso, um ato mau (no sentido de praxis) não deixa apenas a decepção da ineficiência, mas fere a quem faz o mal e a quem se relaciona direta ou indiretamente com quem faz tal ação.
Suponhamos que eu produzo uma faca ruim. 🔪 Ela não presta para cortar e acaba sendo inútil. Agora suponhamos que, com uma faca, eu faça um ato mau, e então as consequências podem chegar a ser mortais.
Por que fazer tal distinção? 🤐
Falar é um ato. E, pela amplitude, velocidade e difusão que têm nossas palavras na Internet, é importante parar e pensar no efeito que tais atos podem ter. Na Moral, se fala da virtude da prudência. Para vivê-la, é proposto fazer o caminho de ver, julgar e agir. Assim, para o ato de falar (ou melhor, de escrever na Internet) é importante que, antes, vejamos com detalhe o contexto e meio para falar (pois, muitas vezes, acabamos saindo "com um megafone no meio da rua") e também dedicar um tempo para julgar o conteúdo e a forma (palavras, "tom", momento, etc.) para comunicá-lo.
É importante ter liberdade para podermos expressar o que pensamos. Por esse mesmo motivo, é importantíssimo que nos esforcemos por esclarecer o que realmente pensamos e não gritemos com megafone no meio da rua as ideias da nossa cabeça, logo que aparecerem, pois nem sempre expressam o que pensamos.
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