O foco de atenção na família não é novidade para a Igreja. Basta olhar para o fato de que Deus quis Se encarnar no seio de uma família: ter pai e mãe, ser uma criança, participar da vida do seu povo. Nas últimas décadas, a Igreja dirigiu sua atenção para os desafios da vocação familiar no terceiro milênio. A frase que intitula este post foi tomada de um texto muito rico, escrito por São João Paulo II: a Exortação Familiaris Consortio (FC).
Vejamos o que ele mesmo diz para as famílias do nosso tempo:
"No plano de Deus, Criador e Redentor, a família descobre não só a sua ‘identidade’, o que ‘é’, mas também a sua ‘missão’, o que ela pode e deve ‘fazer’. (...) Cada família descobre e encontra em si mesma o apelo inextinguível, que, ao mesmo tempo, define a sua dignidade e a sua responsabilidade: Família, ‘torna-te aquilo que és’!"
Leia Mais3 dicas para um bom relacionamento em famíliaQual a importância da família para os cristãos?Em tal sentido, partindo do amor e em permanente referência a ele, o recente Sínodo pôs em evidência 4 deveres gerais da família:
1) a formação de uma comunidade de pessoas;
2) o serviço à vida;
3) a participação no desenvolvimento da sociedade;
4) a participação na vida e na missão da Igreja. (FC, 17)
O desenvolvimento de cada ponto é maravilhoso (recomendo separar um tempo para ler a Exortação completa!). Vejamos abaixo breves ideias que aprofundam cada um dos quatro desafios citados por João Paulo II.
1) A formação de uma comunidade de pessoas.
No primeiro ponto, o Papa lembra que o amor é "princípio e força de comunhão". Pois "a família, fundada e vivificada pelo amor, é uma comunidade de pessoas: dos esposos, homem e mulher, dos pais e dos filhos, dos parentes. A sua primeira tarefa é a de viver fielmente a realidade da comunhão, num constante empenho por fazer crescer uma autêntica comunidade de pessoas" (FC, 18).
2) O serviço à vida.
Entendido, sobretudo, com relação ao direito da família de "exercer as suas responsabilidades no âmbito de transmitir a vida e de educar os filhos" (FC, 46). Fundamentado numa visão do homem e da mulher como "cooperadores do amor de Deus Criador" (FC, 28).
3) A participação no desenvolvimento da sociedade.
Fundada na missão social da família. "‘Pois que o Criador de todas as coisas constituiu o matrimônio princípio e fundamento da sociedade humana’, a família tornou-se a ‘célula primeira e vital da sociedade’" (FC, 42).
4) A participação na vida e na missão da Igreja.
Indica a projeção eclesial da vocação familiar. Pois "a família cristã é chamada a tomar parte viva e responsável na missão da Igreja, de modo próprio e original, colocando-se ao serviço da Igreja e da sociedade no seu ser e agir, enquanto comunidade íntima de vida e de amor" (FC, 50).
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