Brasil

A história se repete como farsa ou como tragédia?

Muitas vezes, queremos que haja mudanças reais na sociedade e colocamos no poder o primeiro que se “dispõe” a realizar estas mudanças. Será que isso é o correto?

Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.

Escrito por Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

07 JUL 2022 - 11H08 (Atualizada em 07 JUL 2022 - 11H27)

Krakenimages.com/ Shutterstock

Em um cenário global de tensões, crises e guerras, a frase de Karl Marx faz muito sentido:

“Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”.

Homens e mulheres que buscam o poder de governar Estados e Nações, porém, às vezes tornam-se verdadeiras tragédias anunciadas. Recusam-se a aceitar que seu modo de pensar, agir e atuar no cenário global é inadequado, ou o que muitas vezes ocorre, políticos da velha guarda que querem retornar ao poder após um período de pausa, como os "salvadores da pátria".

A problemática que podemos perceber hoje, está envolta na tensão entre buscar “terceiras vias” na política, que não sejam entre uma direita radical e uma esquerda radical, ou eleger velhos políticos como "salvadores" de um Estado em decadência.

Pablo Caridad/ Shutterstock
Pablo Caridad/ Shutterstock

Não vemos isso apenas no Brasil, mas em outros países também. Não existe um sistema político perfeito, isso é claro, mas o melhor que temos é a república, pois ela garante ao povo o direito de eleger aqueles que “governarão” e “ajudarão” o povo a construir uma nação próspera, onde todos sejam iguais, e onde a busca por uma sociedade mais justa e fraterna se torne algo palpável. Mas claro que tudo isso é uma utopia, pois não vemos isso na realidade prática.

Muitas vezes, queremos que haja mudanças reais na sociedade e colocamos no poder o primeiro que se “dispõe” a realizar estas mudanças. Mas em certos momentos, ele pode se desviar de sua tarefa principal e cometer erros, corrupção, injustiças. O que a sociedade não percebe é que, mesmo com o passar de anos fora do cenário político, esses políticos nem sempre mudam. E aqui não é uma falta de fé em político A ou B, mas é uma constatação real daquilo que observamos na sociedade hoje.

Leia MaisA tragédia da fome no BrasilQuanto vale o show?Não existem “salvadores da pátria” ou “mitos”. O que existe - infelizmente - são homens e mulheres da velha guarda política que almejam tanto o poder que querem retornar a ele. Mas devemos perceber que eles “responderam” ou buscaram responder os objetivos de seu tempo e agora, com tantas mudanças na sociedade, as perguntas são plurais e as respostas devem ser mais focadas.

Continuaremos numa mediocridade política global, elegendo políticos velhos, que se julgam os verdadeiros “pais de uma nação”, ou buscaremos por pessoas novas e mais animadas, que conseguirão responder as perguntas de nosso tempo?

A história se repetirá novamente como uma farsa? Com o caminhar da carruagem, é melhor nos questionarmos.

Escrito por
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

Missionário Redentorista, Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e estudante de Teologia no Instituto São Paulo de Estudos Superiores – ITESP.

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Por Redação A12, em Brasil

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