Brasil

O preço dos combustíveis

Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.

Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

27 OUT 2021 - 10H05 (Atualizada em 22 NOV 2021 - 10H18)

Houve um tempo no passado, os mais vividos hão de se lembrar, em que o Brasil não produzia a totalidade do petróleo que precisava usar, tendo a necessidade de busca-lo no mercado exterior.

Com isso, o nosso país sofria com as crises que aconteciam e com a escassez de combustíveis, como a que aconteceu no final dos anos de 1970, após a Guerra dos árabes contra os judeus no Oriente Médio.

Leia Mais13º salário é boa opção para se livrar das dívidasA importância da agricultura familiarA OPEP, Organização dos Produtores e Exportadores de Petróleo dava as cartas e impunha o preço que queria ao barril de petróleo.

De lá para cá o Brasil, desde a primeira descoberta do petróleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, veio investindo mais e mais na sua produção e refino – lembrar o petróleo extraído do Pré-sal - e não depende mais da importação desse combustível fóssil, que um dia vai se acabar.

Ao lado disso, depois de crises sucessivas, veio o Plano Nacional do Álcool (Proálcool) e a primeira adaptação de motores movidos a gasolina para funcionar a álcool, ainda no início dos anos de 1980, o que reforçou e abasteceu o mercado consumidor, tornando o Brasil autossuficiente em combustível.

De modos que, sabendo disso, a pergunta que fica é essa: Se todo (ou pelo menos a maior parte) o combustível que precisamos é produzido aqui, por que os combustíveis não param de subir?

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É bom saber que existem vários elementos que impactam na formulação do preço dos combustíveis: Tem o preço do produtor, tem o preço do metanol que é adicionado aos combustíveis, tem a carga tributária estadual e federal e também a margem de lucro do distribuidor e do vendedor.

Além do mais, nesses últimos dias aumentou a demanda por combustível, porque a economia está se reerguendo com o arrefecimento da pandemia. E, no mercado internacional, com a desvalorização do Real, veio também o aumento do preço do barril de referência, o que contribui também para mexer com os preços por aqui.

Leia MaisUm mundo desigual ou injusto?É preciso voltar a se indignar!De ontem para hoje, o preço dos combustíveis aumentou novamente nas refinarias, com o seu custo repassado para os consumidores, sendo este o 11º reajuste do ano. Em algumas regiões, o preço do litro de gasolina já passa de 7 reais.

E o mais complicado é que o aumento dos combustíveis é repassado para a economia de um modo geral, sobretudo para aqueles produtos que precisam do transporte para chegar ao consumidor, impactando no preço dos produtos, e tudo sobe, tanto assim que a inflação de outubro deverá chegar a 1,2%, maior aumento da inflação desde 1995.

E o custo acaba, como sempre, penalizando mais as classes menos favorecidas da sociedade.

Cada motorista precisa encontrar fórmulas de economizar combustível e o transporte solidário é uma boa alternativa para tempos como este que nós vivemos, pois os especialistas preveem ainda novos aumentos para este resto de ano.

Escrito por
Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Redentorista da Província de São Paulo, graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma, já trabalha nessa área há muitos anos, tendo lecionado em diversos institutos. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da Província de São Paulo, atualmente é diretor da Rádio Aparecida

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