Cinema

A questão do tráfico de crianças e a crítica cinematográfica hollywoodiana

Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.

Escrito por Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

25 OUT 2023 - 14H30

Roman Chazov / Shutterstock

Recentemente foi lançado um filme, “O Som da Liberdade”, que faz uma dura crítica ao tráfico internacional de crianças. Claramente foi tecida duras críticas contra o filme, principalmente pelo teor cristão e as músicas comoventes que estão em todo o filme, mas devemos levar em conta que o filme traz para a sociedade um questionamento: o que eu estou fazendo contra esta situação?

Não basta, simplesmente, lermos e ouvirmos as críticas contra o filme, pelo fato de ter um forte teor cristão, é preciso que, também nós nos questionemos sobre as nossas ações enquanto sociedade para solucionar este problema social. Leia MaisCrianças se unem em oração em terço pela pazEm missão, crianças e adolescentes pedem a intercessão da Mãe Aparecida

O fator cristão detalhado no filme está em dois aspectos, o primeiro é a frase do personagem principal, Tim Ballard onde ele diz: “os filhos de Deus não estão à venda” e o fato de revelar a sua fé cristã, como o segundo aspecto, tudo isso tem desencadeado uma reação negativa em massa, onde as críticas, muitas delas negativas, dizem que o filme é político, contém fake-news e não está de acordo com a realidade.

Olhemos os fatos, segundo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) do ano de 2019, indica que o tráfico de pessoas tem crescido gradativamente nos últimos anos e que cerca de 30% destes casos são de crianças. Sendo que mulheres e crianças representam a maior quantidade, segundo o documento.

Outro ponto a ser pontuado é o fato de que a crítica negativa teve início a respeito do filme, após duas figuras públicas aprovarem o filme: Donald Trump e Elon Musk. O fato destes dois senhores aprovarem o filme, gerou na sociedade norte americana, e posteriormente no Brasil, as críticas dizendo que o filme é “de direita” e que “contém fake-news”.

Agora nos questionemos e analisemos os fatos. A partir do relatório da ONU e do que é possível ver no próprio filme, como poderemos duvidar do que é apresentado? O fato de figuras públicas, declaradas politicamente de direita, realizarem comentários positivos sobre o filme, faz deste conteúdo cinematográfico politicamente de direita?

Ao que parece dizer-se cristão em Hollywood é considerado um pecado mortal e um filme com este teor e que denuncia crimes sociais como o tráfico sexual de pessoas, principalmente de crianças, é colocado como o “pior” do ano e os atores são “cancelados”, então nos questionemos, onde está a liberdade religiosa? Onde está o livre direito de manifestação e opinião? A censura ao que parece, também contém fatores políticos, que favorece a uns e a outros condena.

Escrito por
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

Missionário Redentorista, Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e estudante de Teologia no Instituto São Paulo de Estudos Superiores – ITESP.

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Por Redação A12, em Cinema

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