Vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé partilha desafios da comunicação

A vice-diretora da Sala de Imprensa do Vaticano, a brasileira Cristiane Murray, falou, na quinta-feira, 12 de setembro, aos participantes do 11º Seminário de Comunicação Social, no Rio de Janeiro, sobre sua experiência no Vaticano, em duas conferências: uma sobre a comunicação do Papa Francisco e seus desafios e outra sobre a comunicação assertiva e o relacionamento da Sala de Imprensa com os jornalistas.

Cristiane explicou como é realizado o trabalho da Sala de Imprensa da Santa Sé, desde atendimento às demandas dos jornalistas do mundo todo que cobrem o Papa e o Vaticano.

“Buscamos uma comunicação assertiva no relacionamento com os jornalistas, trabalhamos com a informação e a comunicação institucional” Cristiane Murray.

Ela explicou que a Sala de Imprensa conta com 23 profissionais, a maioria fluente em várias línguas, organizados em três equipes. A primeira equipe é responsável por preparar o Boletim da Sala de Imprensa, que é enviado para todos os jornalistas credenciados, e está passando por uma reformulação visual.

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A vice-diretora da Sala de Imprensa mencionou que os boletins são enviados de duas formas: sob embargo, com um prazo de duas horas antes da publicação para 600 jornalistas credenciados, ou com publicações imediatas para o mesmo grupo.

Ela também deu exemplos, como o Sínodo e os Conclaves, momentos em que muitos jornalistas vão a Roma e pedem credenciamento temporário, que passa por um processo rigoroso de avaliação.

“Outra coisa boa, desde a pandemia, foi o credenciamento à distância para aqueles que não moram em Roma. Elas participam até das coletivas através do Zoom”, ressaltou.

O segundo grupo da Sala de Imprensa é formado pelos assistentes da direção, que se comunicam com os assessores de imprensa dos departamentos do Vaticano. Nesse grupo, há três secretários responsáveis por responder e-mails com orientações para jornalistas e por lidar com pedidos de entrevistas para o Papa e cardeais. Antes de responder, eles precisam fazer uma pesquisa cuidadosa sobre cada pedido. “A resposta da Sala de Imprensa é uma resposta oficial do Vaticano. Daí o cuidado que precisa ter”, ressaltou.

“A gente sempre parte do pressuposto de que os jornalistas são seres humanos que estão ali trabalhando. Nem sempre, os jornalistas, mesmo os católicos, são super fiéis à Igreja e ao Santo Padre. Tentamos lidar com as adversidades com transparência e com o coração, tentando ser o mais honesto possível” Cristiane Murray.

O terceiro grupo, o maior de todos, cuida das operações de mídia e do processo de credenciamento e renovação dos jornalistas. “Esse grupo também cuida de todos os trâmites e autorizações de pedidos para filmar ou fotografar dentro do Vaticano e também dos jornalistas que viajam com o Papa. Nas últimas viagens, cerca de 80 jornalistas acompanharam o Santo Padre”, concluiu.

Cristiane Murray destacou também a importância de uma comunicação transparente e eficiente no Vaticano, especialmente diante dos desafios modernos da mídia e das demandas internacionais.

Com uma equipe diversificada e fluente em várias línguas, a Sala de Imprensa da Santa Sé trabalha para garantir que informações precisas e oficiais cheguem aos jornalistas de todo o mundo. Cristiane enfatizou o papel essencial da transparência e da humanidade no trato com a imprensa, reforçando o compromisso de manter um relacionamento honesto e aberto, mesmo em tempos de adversidades.

Fonte: CNBB