Dúvidas Religiosas

Como Jesus viveu dos 12 aos 30 anos de idade?

O silêncio e as poucas informações sobre este período da vida do Senhor nos trazem muitos ensinamentos

Escrito por Redação A12

02 MAI 2024 - 10H49 (Atualizada em 02 MAI 2024 - 11H32)

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“Jesus respondeu-lhes: 'Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar naquilo que é de meu Pai?' Mas eles não compreenderam o que lhes dizia. Desceu com eles e foi para Nazaré, e lhes era submisso. Sua mãe conservava todas estas recordações em seu coração. Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2, 49-52

Como você leu neste trecho do fim do Evangelho de São Lucas, um dos maiores mistérios da nossa fé giram em torno da vida oculta de Jesus Cristo. O que ele realizou e viveu entre os 12 e 30 anos de idade? Assim como o ministério público do Senhor deixa para nós muitas lições, os poucos detalhes da Sua trajetória em Nazaré durante sua adolescência e juventude têm muito a nos ensinar.

O Redentor, antes de revelar Sua missão salvadora, viveu na pele as fases da vida como qualquer humano.

“Jesus nasceu na humildade de um estábulo, no seio de uma família pobre. As primeiras testemunhas deste acontecimento são simples pastores. E é nesta pobreza que se manifesta a glória do Céu”. (CIC 525)

Padre Carlinhos Melo, da Arquidiocese de Aparecida explica a razão para não encontrarmos muitas informações sobre este período da vida de Jesus.

“Esse silêncio durante esse período de formação humana de Jesus em primeiro lugar é por uma questão teológica, porque segundo biblistas, Jesus viveu sua adolescência e juventude como qualquer outro. Durante esse período teve que estudar, frequentar a sinagoga para receber a catequese, os ensinamentos vindos de seus pais. Ele conviveu com Sua família, trabalhou na carpintaria, aprendeu a ler e escrever.

A Bíblia enfoca mais o lado teológico de Jesus, ou seja, a sua missão salvadora e redentora e não tem o interesse de focar a biografia de Cristo com todos os detalhes, mas pontua momentos especiais que tem a ver com a missão de Jesus.

A Sagrada Escritura não é um livro de história somente! Apesar de ter dados históricos e nem uma biografia completa de Jesus, mas enfoca principalmente a sua missão e o que está ligada a ela. Então não se ocultou nada por algum motivo misterioso, mas sim por uma questão teológica. É importante frisar que nesse tempo, aos poucos Jesus foi tomando consciência da sua missão e da Sua pessoa”, disse.

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Como era o cotidiano de Jesus nessa época?

Padre José de Jesus Aguilar, cônego da Catedral Primaz do México e vice-diretor de Rádio e Televisão da Arquidiocese do México indica que, seguindo os costumes judaicos, “Jesus Cristo todos os sábados se reunia com sua família para celebrar o Sabbat, que São José era o encarregado de lhe ensinar as leis judaicas, de levá-lo à sinagoga para que lá fizesse suas orações”.

O sacerdote também garante que na fase adolescente e jovem, Jesus ficou todo tempo em Nazaré.

“Quando o Evangelho menciona que as pessoas de seu povo se surpreendiam quando Cristo, aos 30 anos, começa a pregar incrivelmente, começa a fazer milagres incrivelmente, as pessoas questionam que este não é o filho de José, que cresceu todo o tempo conosco, não é filho do carpinteiro. Isso nos indica que Jesus nunca saiu de Nazaré”, continuou.

Ainda de acordo com o Catecismo da Igreja Católica, Jesus partilhou a condição da imensa maioria dos homens: vivendo os dias sem uma aparente grandeza, ajudando o pai adotivo em seus trabalhos manuais, a vida religiosa seguindo fielmente à Lei de Deus e também a obediência a Virgem Maria e a São José.

Divulgação/Angel Studios
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A submissão de Jesus à sua Mãe e ao seu pai legal foi o cumprimento perfeito do quarto mandamento. É a imagem temporal da sua obediência filial ao Pai celeste. A submissão diária de Jesus a José e a Maria anunciava e antecipava a submissão de Quinta-Feira Santa: 'Não se faça a minha vontade' (Lc 22, 42). A obediência de Cristo, no cotidiano da vida oculta, inaugurava já a recuperação daquilo que a desobediência de Adão tinha destruído. (CIC 532)

A perda e o reencontro de Jesus no templo (Lc 2, 41–52) é o único acontecimento que quebra o silêncio dos Evangelhos sobre os anos ocultos de Jesus. Nele, o Menino dá uma previsão do mistério da Sua consagração total à missão decorrente da sua filiação divina: “Não sabíeis que Eu tenho de estar na casa do meu Pai?”. Maria e José “não compreenderam” esta palavra, mas acolheram-na na fé, e Maria “guardava no coração todas estas recordações”, ao longo dos anos em que Jesus permaneceu oculto no silêncio de uma vida normal.

Esta discrição desta fase da vida do Senhor é um ato profético, pois nos ensina que em nosso cotidiano podemos ser formados por Deus e que assim, como os Santos e Santas da Igreja, a vida é uma grande faculdade que nos amadurecem na fé e também como seres humanos.


Reflita a passagem da perda e o reencontro de Cristo aos 12 anos


Fonte: ACI / Comunidade Shalom

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