Muitas pessoas se perguntam, sobretudo no início da sua caminhada de fé, se beber é algo mau, se “tomar uma” de vez em quando é pecado.
Vamos com calma! Uma coisa é tomar alguma bebida e se divertir de maneira sóbria e equilibrada. Outra, bem diferente, é “perder a linha” e cair no pecado da gula, isto é, na desordem do apetite sensível, na falta de bom senso, no apego ansioso e descontrolado pelo prazer da comida e da bebida. Leia MaisO redentorista protetor contra o vício do álcool e drogasOração de Santo Onofre pela libertação do alcoolismo
Há uma enorme diferença entre beber com moderação e em ocasiões especiais, e o desequilíbrio emocional, a perda de consciência ─ ficar bêbado ─, a dependência, o gerar escândalo.
Nesse sentido, o Catecismo da Igreja Católica (CIC), afirma:
“A virtude da temperança leva a evitar toda a espécie de excessos, o abuso da comida, da bebida, do tabaco e dos medicamentos. Aqueles que, em estado de embriaguez ou por gosto imoderado da velocidade, põem em risco a segurança dos outros e a sua própria, nas estradas, no mar ou no ar, tornam-se gravemente culpados.” (CIC, 2290)
Não há dúvidas que o Senhor Jesus, em certas ocasiões, comia e bebia muito bem. Não são poucas as passagens bíblicas que nos permitem inferir tal afirmação. Com efeito, Jesus realizou o seu primeiro milagre precisamente numa festa de casamento, oferecendo “o melhor vinho” no final (ver Jo 2,1-11).
Jesus participou, por exemplo, da ceia organizada por Mateus, recém convocado ao grupo dos discípulos, em sua casa (ver Mt 9,9-12); foi também convidado para um jantar na casa de um certo Simão (ver Lc 7,36-50). Com certeza, comeu e bebeu muito bem na casa de Pedro, em Cafarnaum, graças aos bons serviços da sogra (ver Mc 1,29-31).
Que o Senhor Jesus não tinha o menor reparo em comer e beber de maneira sóbria e em companhia de seus amigos, o percebemos claramente pelas críticas invejosas e rígidas feitas por alguns “puritanos” da época, que diziam: ─«Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!» (Mt 11,19).
E como não mencionar, por exemplo, a querida casa de Betânia, onde Jesus se sentia realmente “em família”, com seus amigos Lázaro, Marta e Maria (ver Lc 10,38-42)?
Finalmente, vale a pena mencionar o importante gesto que Nosso Senhor realizou na Última Ceia, isto é, quando Ele tomou o pão e o vinho, dando graças ao Pai, e o repartiu entre os seus, em sinal sacramental de seu sacrifício de amor (ver Lc 22,8-20).
Resumindo a questão: no tocante à comida e à bebida, o Senhor Se comportava de uma maneira sumamente livre, isto é, “dono de Si mesmo”. Sabia viver na abundância e na carência, na alegria e na dor, exercendo esse “autocontrole pessoal” na mais perfeita caridade, buscando em tudo agradar ao Pai e servir aos homens.
Não havia escândalo, não havia desordem. Amor e bom senso, unidos.
Quando então a bebida se torna uma ocasião de pecado?
Quando perdemos a virtude, o autocontrole; quando a busca desenfreada e ansiosa pelo prazer vira critério absoluto das nossas decisões; quando perdemos, portanto, a sobriedade, a caridade e o bom senso.
Portanto, se beber pode levar você ao pecado, procure não entrar em tentação; evite a ocasião. Se em uma determinada situação, beber pode gerar algum tipo de “escândalo” para um irmão mais fraco no assunto, por caridade, evite beber na frente dele, por exemplo.
No entanto, comer bem, beber com moderação, e divertir-se de maneira saudável, é não só legítimo, mas também um belo sinal de amizade e comunhão entre nós.
Não por acaso, o Céu é muitas vezes comparado com um Banquete (ver Mt 22,1-14).
Confira quadro do Portal A12 que traz essa resposta para você:
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