Neste artigo iremos saber mais sobre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, nascido em 29 de agosto de 1730,que foi um importante escultor e arquiteto que viveu em terras brasileiras durante o século XVIII. Autor de inúmeras esculturas, sobretudo sacras. |
Há alguns anos, com um grupo de amigos, fiz uma viagem a Minas Gerais e apreciei diretamente a arte de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, em cidades como Ouro Preto, Congonhas do Campo e São João del-Rei. Ficaram gravadas na minha memória as imagens das diversas estações da Paixão do Senhor, no Santuário Bom Jesus de Matosinhos e, sobretudo, as imagens dos Profetas, na parte frontal da igreja.
Alguns anos depois, me chamou muito a atenção uma parte do livro “Bandeirantes e pioneiros”, de Viana Moog, que fala do Aleijadinho. Escrito a meados do século passado, penso que este livro ainda pode ser de muita utilidade, não só para estrangeiros como eu, mas para qualquer pessoa que queira conhecer e entender melhor o Brasil.
Leia MaisPiso do Santo Sepulcro passa por restauração Filme sobre Santo Antônio Maria Claret chega aos cinemas brasileirosO livro de Viana Moog, como já se pode deduzir do título, faz uma comparação entre os Estados Unidos e o Brasil, partindo do modelo de colonização seguido em cada um dos países. O seu objetivo é mostrar que não se pode julgar de maneira simplista a situação dos dois países, e que em ambos os casos há riquezas e, ao mesmo tempo, profundas dificuldades, que, finalmente, somente podem ser superadas a partir da mensagem do Evangelho.
Viana Moog faz uma aguda análise de ambas as sociedades, e vai mostrando as principais fraquezas e fortalezas que elas possuem. A parte, porém, que mais nos interessa neste pequeno artigo, encontra-se quase no final do livro, na qual apresenta Aleijadinho como um caso de um brasileiro que, superando as suas debilidades e desdobrando ao máximo as suas potencialidades, soube por, ao serviço de Deus e dos seus semelhantes, a própria vida.
Nascido na escravidão, de pai português e mãe negra, o Aleijadinho teria sofrido todas as dificuldades próprias de uma pessoa dessa condição, em pleno século XVIII. Segundo o seu principal biógrafo, até os 45 anos aproximadamente, teria vivido uma vida devassa, que se combinava com uma produção ainda medíocre, na qual apenas se podia perceber a presença do gênio.
O acontecimento que gerou uma mudança radical no Aleijadinho teria sido, precisamente, a aparição da doença que, aos poucos, iria lhe tirando a integridade física e, com isso, a mobilidade do corpo. Não se sabe ao certo qual teria sido a doença, mas se conhecem algumas das suas manifestações: a perda do controle do corpo, a presença de chagas, a queda de alguns dedos da mão, a paralisia do rosto.
O certo é que esta doença, terrível nos seus sintomas, não freou, mas catapultou a produção do Aleijadinho por mais de trinta anos.
Além da vida mais austera, e da atitude solidária com os mais necessitados, inspirado em São Francisco, seu santo de devoção, um dos aspectos da “conversão” do Aleijadinho, é a sua capacidade para trabalhar organicamente, em equipe.
Vianna Moog evidencia que, entre os 12 profetas de Congonhas do Campo, é possível diferenciar as esculturas de Isaias, Oseias e Daniel das do resto. Enquanto estas três refletem o ápice da arte do Aleijadinho e “foram evidentemente executadas pelo escultor (…) todas as demais, em que se nota o inacabado e a mão imprecisa dos aprendizes, apenas a orientação e a direção geral são suas, devendo-se o mais à colaboração dos seus discípulos” (Bandeirantes e pioneiros, p. 388–389).
Outros aspectos que colocam o Aleijadinho como uma espécie de modelo a seguir são:
- A sua capacidade de adaptação a um material distinto, próprio do Brasil, a pedra-sabão, ao mesmo tempo, fácil de trabalhar e resistente ao tempo.
- A sua perseverança no trabalho, apesar das dificuldades físicas, usando seu engenho para superá-lo, por meio da produção de próteses.
- A sua entrega total a uma obra grandiosa, que deu sentido à sua vida, canalizando nela todas as suas energias vitais.
Eu gostaria, para finalizar, apenas dizer que Aleijadinho soube colocar os seus dons e talentos ao serviço de Deus e da mensagem do Evangelho, que ficou plasmada em belas obras que hoje são patrimônio da humanidade. Mas não o fez sozinho, o fez trabalhando em equipe, ensinando aos outros o que sabia.
Aleijadinho nos mostra, então, um dos traços fundamentais da vida Cristã, a importância da comunidade, na qual juntos acolhemos o dom da comunhão que se traduz em serviço aos demais, às pessoas individualmente e à sociedade como um todo.
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