Por Padre Lourenço Kearns, C.Ss.R. (in memoriam) Em Espiritualidade Atualizada em 14 SET 2021 - 09H56

Diakonia: formar uma comunidade de caridade

Já vimos que Evangelia é formar uma comunidade de fé. A Koinonia é formar uma comunidade de esperança. E a terceira dinâmica para viver a consagração religiosa é a Diakonia.

Diakonia, basicamente, é formar uma comunidade de caridade. Isto é, uma comunidade religiosa não pode se fechar em si mesma, sem perceber a necessidade de sair para prestar algum serviço no mundo. A comunidade precisa assumir o mesmo caminho de Jesus Encarnado, que saiu da união da Trindade, desceu, encarnou-se como nós, viveu pregando aos pobres e, no fim, nos deu o dom supremo, Seu próprio corpo e sangue na cruz e na Eucaristia. E o resultado de toda essa doação foi o dom da Salvação.

O primeiro destinatário de nossa caridade e amor é Deus. “Amarás o Senhor teu Deus de todo seu coração”. É amar a Deus, sendo amado por Ele. É uma aliança de amor mútuo.

O segundo destinatário são nossos coirmãos/as na comunidade. “Jesus disse: Amai-vos uns aos outros COMO EU VOS AMEI”. É todo o desafio de amor mútuo vivido com nossos irmãos em comunidade.

Leia MaisKoinonia: a vida em comunidade e seus desafiosMas a Diakonia, especialmente, fala que o terceiro destinatário de nossa caridade é o povo de Deus, que servimos nas ações sociais e no apostolado.

Mas a Diakonia exige, sobretudo, que sirvamos os mais pobres e necessitados, porque isto foi a mesma opção de Jesus Encarnado, que revelou para nós o coração de Seu Pai em sua Diakonia. É um amor que exige um sair de si para doar-se para amar numa forma criativa.

A Diakonia exige o elemento de contemplação para descobrir de que maneira Deus nos tem amado na história particular de nossa salvação, e que apela que saiamos e façamos o mesmo. A inspiração do amor de Cristo Encarnado precisa ser nossa inspiração em todos nossos serviços – doação/inserção/amor.

Antonio Gravante/ Shutterstock
Antonio Gravante/ Shutterstock


Conclusões sobre as três dinâmicas

Os três elementos nos colocam numa dinâmica do vertical e do horizontal. O vertical está dirigido a Deus (Evangelia). O horizontal é dirigido para nossos irmãos e ao povo de Deus (Koinonia e Diakonia). Nossa vocação básica vai determinar a predominância de uma ou da outra dinâmica (com contemplativos, a predominância é o vertical; uma congregação apostólica é no horizontal).

Em qualquer comunidade religiosa há a necessidade de praticar todas as dinâmicas para serem autênticas. Mas, recentemente, está faltando um balanço dessas duas dinâmicas na vida consagrada. Parece que há ativismo demais (horizontal), sem o necessário elemento de contemplação e oração (vertical)...

Escrito por
Padre Lourenço Kearns, C.Ss.R. (Arquivo pessoal)
Padre Lourenço Kearns, C.Ss.R. (in memoriam)

Nasceu em Nova York e veio para Brasil em 1968. Mestre em Educação Religiosa e em História, autor de nove livros sobre a Vida Consagrada e Espiritualidade. Foi Provincial de Campo Grande (MS) por seis anos e trabalhou por 33 anos na formação de futuros redentoristas.

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