A Igreja é o Corpo Místico de Cristo, e, portanto, o organismo vivo através do qual Deus Se manifesta à humanidade. Os católicos têm, portanto, a graça e a obrigação de vivenciar e transmitir o mesmo amor que Jesus nos trouxe, pleno, a Deus, a nós mesmos e ao próximo, isto é, a qualquer outro ser humano, já que todos somos filhos de Deus, como evidencia o Primeiro Mandamento. Mas vivemos num mundo de imperfeições após o Pecado Original e, por isso, existe a necessidade moral, religiosa e prática de procurar entender o outro para que este amor possa de fato acontecer.
A busca do diálogo, portanto, é imprescindível no processo das relações humanas. De fato, um dos grandes problemas na História é a recusa de diálogo – de querer entender o outro e de fazer-se entender – seja entre povos, seja diariamente, dentro dos próprios lares. Como já escrevia Gustavo Corção, grande pensador católico brasileiro, quando brigamos, nossa primeira atitude é, justamente, a recusa em falar um com o outro: que o digam tantos e tantos namorados, cônjuges, irmãos, pais e filhos, colegas de trabalho… Cortado assim o diálogo, há pouca chance, e toda a dificuldade para uma convivência amistosa e agradável, quanto mais para o amor de Cristo.
Leia MaisO que a Igreja ensina sobre Indiferença?O que a Igreja ensina sobre o preconceito? Este nível pessoal de diálogo é, certamente, o mais básico. Porém, a Igreja tem uma perspectiva mais ampla, naquilo que é chamado de Diálogo Inter-Religioso, ou seja, com a procura de uma honesta, santa e produtiva convivência com as concepções religiosas e também filosofias não cristãs. Incluem-se aí o judaísmo, o islamismo, o espiritismo, por exemplo, bem como o budismo (que é uma filosofia de vida e não uma religião, uma vez que não crê em nenhuma entidade reconhecida propriamente como Deus).
Não o confundamos também com ecumenismo, que é o diálogo da Igreja com as denominações cristãs originadas do protestantismo.
A união de todos os seres humanos na Igreja é o desejo expresso de Cristo (“Ide e ensinai o Evangelho a todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar tudo o que vos mandei.”, Mt 28,19-20), e esta missão nos foi confiada, católicos, até o fim dos tempos. Mas isto significa, necessariamente, o respeito àqueles que não são católicos ou cristãos: como poderia haver amor sem respeito? Não é por coação, jamais, que se deve buscar a conversão dos irmãos, mas sim a partir da compreensão, do diálogo, da evangelização, sobretudo através dos bons exemplos.
O diálogo inter-religioso é necessário, é um desdobramento do amor ao próximo, e um objetivo da Igreja, tendo em vista, se possível, e sempre pela ação do Espírito Santo, trazer todos os homens à única fé verdadeira de Cristo, no catolicismo; mas reconhecendo, como o faz a mesma Igreja, que há sementes da Verdade também em outras confissões religiosas.
(cf. Catecismo da Igreja Católica no 843, declaração Nostra aetate do Concílio Vaticano II, e muitos outros documentos da Igreja).

Por outro lado, a “união a qualquer preço”, isto é, a ideia absurda de que qualquer concepção religiosa serve indiferentemente à Verdade e à salvação das almas, noção conhecida como irenismo, é veementemente rejeitada pela Igreja e, mais diretamente ainda, pelos ensinamentos de Jesus, que em várias passagens ressaltou ser só Ele o enviado do Pai e o caminho da salvação (e.g., Mt 12,30 – “Quem não está Comigo está contra Mim, e quem não recolhe Comigo espalha"). Portanto, quer no Diálogo Inter-Religioso, que no Ecumenismo, ainda que com o máximo respeito às convicções alheias, jamais será correto abrir mão da Doutrina e das verdades da Fé em nome de alguma suposta “união”, pois nunca será possível uma verdadeira união baseada em erros e falsidades (a não ser, talvez, a subserviência imposta à força por alguma tirania, embora isto também não seja propriamente uma união, e jamais a partilha da paz de Cristo... será antes uma “compressão”).
Enfim, o diálogo, a nível pessoal ou inter-religioso, é um desdobramento obrigatório da caridade, do amor ao próximo, mas, objetivamente, “o diálogo com os não cristãos acontece porque Deus quer reunir novamente todos os seus filhos, aos quais o pecado dispersou e desgarrou. Para isso o Pai quis convocar toda a humanidade na Igreja de seu Filho. A Igreja é o lugar em que a humanidade deve reencontrar sua unidade e sua salvação.” Ou seja, o respeito ao próximo não significa abrir mão da missão evangelizadora, e, como ensina o Concílio Vaticano II, anunciar no sentido missionário tem por fim a conversão: “Só assim os não-cristãos, a quem o Espírito Santo abrirá o coração, acreditarão, converter-se-ão livremente ao Senhor e aderirão sinceramente a Ele..." (Ad Gentes, 13). Nesta perspectiva, fundamental é, atualmente, o esforço católico de evangelização da cultura, meio essencial e inadiável de levar Cristo ao mundo.
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