Trata-se de uma pergunta cuja resposta não é simples. É preciso muito cuidado e capacidade de distinção, pois a verdade é que, dependendo do que entendemos por “brigar” e “política”, em certos momentos vale a pena, em outros não.
Na medida em que se respeita a dignidade e a consciência dos outros, e se está focado na sincera busca da verdade, 'brigar' pode significar discussões aprofundadas acerca de assuntos políticos e sociais. E isso com certeza não somente é válido, como necessário.
A busca pela verdade das coisas no mundo político e social é de grande importância, e não podemos construir a política de nossos países e comunidades somente a partir de “achismos” ou opiniões. Isso menos ainda no mundo de hoje, tão dado a frases feitas, mas sem conteúdo, e tão dado a impressões subjetivistas e visões parciais, segundo ideologias do momento.

A Igreja ensina que “a liberdade política não é nem pode ser fundada sobre a ideia relativista, segundo a qual todas as concepções do bem do homem têm a mesma verdade e o mesmo valor” ¹. É por isso que “quando a ação política se confronta com princípios morais que não admitem abdicações, exceções ou compromissos de qualquer espécie, é então que o empenho dos católicos se torna mais evidente e grávido de responsabilidade”.²
'Brigar', neste contexto, também pode significar uma luta “contra” si mesmo, contra ideias que formamos ao longo de nossas vidas. Isso porque as realidades políticas e sociais concretas não são realidades impassíveis, pelo contrário, sofrem constantes mudanças através dos tempos e localidades. Assim, nossas opiniões formadas precisam sempre ser revistas e adaptadas segundo certos princípios, como o da verdade e da justiça, o que pode significar, muitas vezes, a coragem de mudar de opinião acerca de uma ação social ou de uma política específica e, por vezes, isso é mesmo uma “briga”.
Leia MaisA polarização da sociedade traz quais riscos?Agora bem, se brigar significa a violência irracional, o desrespeito à dignidade humana, o esquecimento da caridade e, principalmente, a relativização da verdade, esta briga não está justificada e só atrapalha. A política não está acima da verdade e, para um cristão, nunca acima da caridade.
Veja-se, por exemplo, as brigas de grupos de amigos, ou até mesmo de familiares, que, esquecendo o lugar que a política ocupa na vida, criam rupturas e divisões que muito ferem a convivência, o amor e o respeito. A verdade é uma e, mesmo que implique grande esforço encontrá-la por momentos, deve ser buscada com afinco e dedicação. A verdade acerca das coisas políticas e sociais não é uma exceção.
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¹ Congregação para a Doutrina da Fé. Nota doutrinal sobre algumas questões relativas à participação e comportamento dos católicos na vida política, 3
² Ibid, 4
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