O que Santo Antônio Maria Claret e a ONU têm em comum?

No dia 24 de outubro, a Igreja celebra Santo Antônio Maria Claret, fundador dos Missionários Claretianos. Curiosamente, a data também marca o Dia das Nações Unidas (ONU), criada em 1945 com o propósito de promover a paz, a justiça e a cooperação entre os povos.

À primeira vista, um santo espanhol do século XIX e uma organização internacional podem parecer distantes. No entanto, ambos compartilham um mesmo desejo: transformar o mundo em um lugar mais justo e fraterno.

Quem foi Santo Antônio Maria Claret?

Nascido em 1807, na Espanha, Antônio Maria Claret foi padre, missionário e arcebispo. Viu no Evangelho uma força capaz de renovar corações e mudar estruturas sociais. Seu lema, “Evangelizar os pobres”, o levou a fundar a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, conhecidos como Claretianos.

Claret acreditava que a fé deveria gerar ação concreta, especialmente em favor dos marginalizados. Sua vida foi marcada por pregações, escritos e obras sociais. Morreu em 1870, com um legado de espiritualidade que une fé, compromisso e missão universal.

“Parece-me que já cumpri minha missão. Em Paris, em Roma preguei a lei de Deus: em Paris, como na capital do mundo e em Roma, capital do catolicismo; fiz oralmente e por escrito. Observei a santa pobreza, doei o que me pertencia e hoje em dia, graças a Deus não recebo nada, nem da diocese de Cuba, nem da Rainha” (Carta a D. Paladio Currius, 2 de outubro de 1869, em EC II, p. 1423). (JSG)

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Reprodução / Claretianos

Pontos em comum com a ONU

Criada décadas após a morte de Claret, a Organização das Nações Unidas nasceu com um propósito que ecoa, por vezes, a visão do santo: promover a paz e defender a dignidade humana.

Assim como a ONU, Claret via o ser humano como centro da transformação social. Ele acreditava que a fé deveria inspirar o cuidado com a vida, a promoção da justiça e a busca por um futuro de esperança.

“Você deve olhar e imitar continuamente a humildade e a mansidão de Jesus; a humildade é o fundamento de todas as virtudes; e assim como um edifício alto sem fundamento cai, também cairá você se não for humilde” (“Carta ao missionário Teófilo”, em Sermões de Missão. Barcelona, 1858, vol. I, p. 11).

Ambos partilham um olhar à responsabilidade global. A ONU atua com políticas e metas sustentáveis; Claret inspirou um movimento missionário que alcança mais de 60 países que leva educação, saúde e evangelização a comunidades em vulnerabilidade.

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Os claretianos e a presença na ONU

A ligação entre o carisma claretiano e os ideais da ONU vai além da data comemorativa. Desde 2001, os Missionários Claretianos têm status consultivo junto às Nações Unidas, participando ativamente de debates sobre direitos humanos, justiça social e meio ambiente.

Essa presença reforça o compromisso da congregação com as causas globais e com o Cuidado da Casa Comum, tema tão valorizado pela Igreja e pelo Papa Francisco.

Em novembro de 2025, os claretianos estarão presentes na COP30, conferência mundial do clima que acontecerá no Brasil. No evento, pretendem discutir o compromisso ecológico aliado à fé, ecoando o espírito de Santo Antônio Maria Claret diante dos desafios ambientais do nosso tempo.

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