PÁGINAS DE HISTÓRIA DA IGREJA
HISTÓRIA MEDIEVAL 12
Algumas Igrejas Cristãs mais importantes ou mais antigas passaram a ser chamadas de patriarcados, ganhando proeminência em nível regional. Aí se destaca os cinco grandes patriarcados: Antioquia, Alexandria, Jerusalém, Bizâncio (Constantinopla) e Roma.
Já no primeiro século, com a ida de Pedro para Roma e com o estabelecimento da sede da Igreja na grande cidade Roma foi ganhando proeminência ultrapassando todos os demais patriarcados.
É bom lembrar que em fins do primeiro século da Era Cristã, apogeu do Império Romano, a cidade de Roma tinha cerca de 1 milhão de habitantes.
Atritos e hostilidades
A partir do século VIII, a expansão muçulmana provocou o desaparecimento ou a anexação de alguns desses patriarcados restando então Bizâncio, sede do Império Romano de Oriente e Roma, cabeça do Império Romano do Ocidente. Começou assim um processo de crise e de afastamento entre as duas Igrejas que atravessaria séculos
No processo de separação, ainda no século XI, as discordâncias entre as igrejas estavam longe de ter fim. Isso motivou o Cisma ou divisão entre oriente e ocidente, em 1054. A separação entre a Igreja católica de Roma que abrangia quase todo o ocidente e a Igreja católica do Oriente, que abrangia Constantinopla, Grécia e Ásia Menor formaria dois blocos que pouco conviviam.
A chamada questão Iconoclasta foi um dos fatores que provocou o distanciamento. Discordando do que era tido como adoração de imagens de santos e figuras divinas, a Igreja Oriental ou Ortodoxa instaurou uma nova prática cristã com princípios doutrinais e rituais litúrgicos bem diferentes da Igreja católica romana. Na Igreja Ortodoxa não existe, por exemplo, a prática do culto às imagens desde esta questão do século VIII.
Ao definir a doutrina, as práticas litúrgicas e legais que os cristãos deveriam obedecer, a Igreja romana passou a perseguir os que não compartilhavam dessa postura. Começou então um período de hostilidades e de distanciamento que saiu do nível da hierarquia e do clero chegando até as camadas mais baixas da população.
A tentativa de controlar as ações das populações sob seu domínio, aumentando seu poder, sua influência e riqueza, especialmente com sua estreita ligação com o Sacro Império Romano de Carlos Magno e seus sucessores fez com que a Igreja do Ocidente passasse a usar de todos muitos meios para se impor.
Um desses meios foi a própria definição doutrinal. Como as pessoas não podiam ter outra religião que não a católica, frequentar o culto nas igrejas e praticar os ritos católicos eram a única manifestação cultural e religiosa permitida. As igrejas ou templos funcionavam como o lugar onde as pessoas podiam ser instruídas na fé e no conhecimento, visto ser a Igreja detentora da cultura e dos saberes.
Leia MaisIgreja: Na Idade Média instituição ganhou força políticaConcílios de reunificação
Desde o ano de 1054, as Igrejas do Oriente e do Ocidente não mais se encontravam. Uma desprezava a outra e ambas se consideravam heréticas. Fora isso, o ano de 1204 foi trágico para a sensibilidade oriental, pois nesse ano os cruzados que se dirigiam à Terra Santa invadiram Constantinopla, saquearam a cidade, roubaram ícones e tesouros artísticos, profanaram a basílica de Santa Sofia e transformaram a cidade na sede de um Império Latino do Oriente. Porém, um inimigo mais poderoso, os turcos otomanos, ameaçava Constantinopla e também o Ocidente.
A necessidade de defesa estimulou a realização de dois Concílios de reunificação: primeiro em Lyon e depois em Florença, mas sem frutos duradouros.
O imperador Miguel VII (1259-1282) desejava a união dos cristãos, mas também era movido por interesses políticos, pois ele estava sendo ameaçado pelo rei da Sicília, Carlos de Anjou, precisando do apoio do Papa. Para buscar a reaproximação convocou-se, por isso, na cidade de Lyon, um Concílio de unificação, no ano de 1274. Os delegados orientais chegaram a reconhecer o Primado Pontifício, que era outra fonte de discórdia, e recitaram o Credo com o Filioque (expressão latina que afirma que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho). Mas a recepção da união foi praticamente nula em Constantinopla e em outras regiões onde predominava a Igreja Ortodoxa. Sinal disso, foram as palavras da irmã do imperador: “Melhor que o Império de meu irmão pereça, do que perder a pureza da fé ortodoxa”.
O imperador Miguel VII acabou julgado por apostasia, não podendo nem mesmo receber sepultamento cristão.
O Concílio de Florença. O Concílio Ecumênico de Florença (1438-1439), apesar dos condicionamentos políticos, representou uma forte iniciativa na busca de superação do Cisma de 1054. Dele participaram o imperador João VIII, o Patriarca de Constantinopla e grande delegação da Igreja bizantina.
Houve um esforço sincero para discutir os pontos teológicos que separavam o Oriente do Ocidente, mas para os gregos era difícil discutir com objetividade. A reunificação era a última esperança de salvação diante dos exércitos turcos. Todos os ortodoxos assinaram uma fórmula de união, que abrangia as questões do Filioque, existência do purgatório e o Primado Pontifício.

O acordo seguiu dois princípios básicos: unanimidade em questões de doutrina e respeito pelos ritos legítimos e tradições de cada Igreja. Dissemos que todos assinaram, mas houve uma exceção: Marcos, arcebispo de Éfeso, depois canonizado, negou sua assinatura.
A Europa Ocidental festejou a união alcançada em Florença, o que não aconteceu no Oriente. O imperador João VIII e seu sucessor Constantino IX mostraram-se envergonhados em publicar e aplicar as decisões conciliares. Bom número de bispos e legados, retornando às suas Igrejas, revogaram as assinaturas. Uma fração mínima do povo e do clero bizantino aceitou os decretos florentinos.
E com outras tentativas de aproximação o processo foi se arrastando. Apenas em 1967, com a visita do Papa Paulo VI a Istambul onde encontrou-se com o Patriarca Atenágoras a paz e aproximação entre as duas igrejas se tornou realidade.
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