Eu gosto sempre de dizer que o estudo da história é uma ação dinâmica que nos faz olhar para o passado, entendendo a herança que dele recebemos.
Olhar para o presente, compreendendo a estrada que estamos palmilhando e, olhar para o futuro, percebendo qual a herança que estamos deixando para as gerações que vierem depois de nós. A certeza de que a construção do presente começa no passado, admitindo ou não, é uma grande verdade.
Olhando para o passado, para as grandes civilizações que já existiram na face da terra, como é o caso do Império Romano, vemos quão grande é a herança que ele nos deixou, como os sistemas de saneamento, elevadores, educação organizada, irrigação e tantos outros elementos.
Hoje, porém, queremos destacar o seu contributo por meio da rede de estradas que, partindo de Roma, atingia as mais distantes províncias do Império. Esse é mais um dos grandes legados que a civilização romana nos deixou.
A partir do século I, sobretudo, Roma iniciou um processo de expansão que a levaria à conquista de uma boa parte do mundo conhecido de então. Para poder governar tão grande império, Roma tratou de constituir várias províncias.
Quando falamos em províncias, no contexto da antiga Roma, falamos de um território localizado fora da Península Itálica que tinha uma organização regular sob administração romana. As províncias eram constituídas a partir do momento em que os romanos conquistavam um determinado território fora do que hoje chamamos de Itália.
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Em cada província existia uma autoridade maior com o título de Procurador, que representava o imperador, cuidando dos interesses de Roma, defendendo sua soberania e trabalhando pelo bem da população. No período chamado de Pax Romana, as fronteiras do império atingiram sua máxima extensão, incluindo regiões que hoje fazem parte da Grã-Bretanha, norte da África, Oriente Médio e a maior parte da Europa continental.
Mapa dá a ideia da extensão da rede de estradas do Império Romano
Essa imensa extensão territorial abrangia culturas, etnias e línguas diferentes, unidas num único sistema de governo e lei, facilitando o comércio e a comunicação entre as diversas partes do império.
As rotas comerciais terrestres e marítimas cresceram muito, permitindo o fluxo constante de mercadorias, ideias e pessoas dentro e fora do império. Cidades existentes ao longo das principais rotas, como Roma, Alexandria, Antioquia, Éfeso, Cartago e outras, tornaram-se impressionantes polos de cultura e comércio. Produtos de todo o império podiam ser encontrados e intelectuais, artistas e comerciantes de variadas origens podiam se encontrar e trocar ideias.
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No apogeu do império, Roma chegou a criar um mapa com mais de 80 mil quilômetros de estradas, muitas delas existentes sob grandes rodovias da atualidade, que podem ser vistas, inclusive, a partir dos satélites que rodeiam o nosso planeta.
A construção das estradas romanas, seguindo uma técnica bem elaborada, tinha finalidades comerciais, mas também militares, pois os muitos caminhos abertos facilitavam o deslocamento da impressionante máquina de guerra romana, constituída especialmente pelas organizadas legiões.
Elas garantiam a soberania e defesa de suas fronteiras, ao longo dos mais de 6,5 milhões de quilômetros quadrados mantidos sob a tutela do imperador.
A título de comparação, o Brasil possui área de cerca de 8,5 milhões de quilômetros como território. Para manter e controlar esse território, tem os modernos meios de comunicação e transporte. Naquele tempo, Roma tinha um território pouco menor que o Brasil, mantido graças, sobretudo, à rede de estradas e comunicação.
As principais estradas, como a Via Ápia, partiam de Roma e, ramificando-se em todas as direções, incentivaram o crescimento e desenvolvimento das regiões por onde cruzavam dentro e fora da Itália, favorecendo a concentração de cidades e atividades econômicas ao longo delas.
Esse crescimento continuou mesmo após a queda do império no século V. Nos tempos modernos, cavalos e carruagens foram aos poucos sendo substituídos pelas ferrovias. Várias estradas tinham trechos calçados e em quase todas elas existiam as grandes obras do estado, como pontes que cruzavam os precipícios.
O processo é bastante parecido com o crescimento que aconteceu nos Estados Unidos, como se vê de forma romantizada nos filmes de western, em que os cavalos e carruagens sobreviveram, mesmo após a construção das ferrovias que cruzaram o país no século XIX.
Via delle Gallie, uma das estradas da época do Império Romano
As legiões romanas não se limitavam, porém, aos combates, pois, sobretudo em tempos de paz, se transformavam em forças com variadas funções ao desempenharem importante papel na construção de estradas e de outras obras de infraestrutura como pontes, aquedutos, muralhas nas fronteiras e fortificações.
Esses projetos de engenharia foram essenciais para integrar as províncias ao império e facilitar a movimentação de tropas e suprimentos. As legiões também atuavam como forças de manutenção da ordem, protegendo fronteiras e reprimindo rebeliões.
A segurança fornecida pelas legiões e a qualidade das estradas possibilitaram também a criação de um sistema de correio a cavalo, com postos de troca regulares, permitindo que desta forma as comunicações em poucos dias ou semanas pudessem atravessar grandes regiões.
Claro que nem tudo procedia às mil maravilhas, pois havia também o risco de assaltos provocados pelos bandos de salteadores e bandoleiros, especialmente nas regiões menos patrulhadas. Eles roubavam as caravanas, maltratavam os seus componentes e rapidamente escapavam, antes da chegada de socorro.
Existia, por outro lado, a inépcia dos maus governadores, e foram muitos, que descuidaram das reais obrigações do governo, deixando de cuidar das obras já existentes e não realizando outras obras necessárias.
Como a decadência do império que levou à sua queda no século V, muita coisa se perdeu, mas pelo testemunho que nos chega até hoje pode-se comprovar o nível de capacidade e engenhosidade dos romanos em suas obras.
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