PÁGINAS DE HISTÓRIA DA IGREJA
HISTÓRIA MEDIEVAL 07
Em outros artigos já nos referimos aos francos ou ao reino franco, citando o rei Carlos Magno. Esse povo, um dos mais organizados e fortes do conjunto de povos germânicos que invadiram o Império Romano se estabeleceu na região da atual França. A união dos francos com a Igreja levou à formação de um novo centro de poder europeu, mais tarde dividido entre França, Alemanha e Itália, sempre mais distanciado do Império do Oriente. Esse centro de poder passou a ser conhecido como Sacro Império Romano e depois Sacro Império Romano-Germânico. Ao mesmo tempo, o papado adquiria um prestígio político sempre maior. Os francos sentiam-se prestigiados com o apoio papal e vice-versa. Papa e Imperador foram as duas maiores autoridades do mundo por vários séculos, até chegar a hora desta união entrar em declínio.
A união entre as ordens temporal e espiritual
O papa Estêvão II (752-757) ficou devedor de Pepino, pai de Carlos Magno, pelo socorro militar que recebeu quando Roma foi ameaçada. Em troca, concedeu-lhe o título de Patrício Romano. A Igreja recebeu grandes doações de terras, aumentando ainda mais os Estados Pontifícios.
O papado passou a ser visto como uma potência política que muitas vezes suplantava a religiosa. O bispo de Roma é o Príncipe dos Apóstolos, o Guarda das Chaves da Porta do Céu. Como consequência, os candidatos ao pontificado podem correr o risco de ter ambições mais políticas do que espirituais.
O papa, quando outra vez ameaçado pelos lombardos, pediu o socorro aos francos e Carlos Magno desceu a Roma para proteger a cidade, manifestando o desejo de dizer a última palavra na relação entre Roma e Constantinopla. Recompensado, no Natal do ano 800, após receber as chaves do Santo Sepulcro, o papa Leão III o coroou como Imperador dos Romanos. Após as aclamações do povo, o papa se prostrou, beijando os pés do novo Imperador.
Para Carlos Magno, era a coroação de seu trabalho de pacificação do reino franco, da derrota dos saxões e lombardos e da consolidação das fronteiras de seu reino.
A partir de então todos estavam sujeitos à sua autoridade devendo, por força, pertencer à Igreja católica, conforme estabelecia a Capitular de 779: o batismo ou a morte. Rejeitando o batismo, em 782, 4.500 saxões são decapitados em Verdun.
Leia MaisA importância dos mosteiros na Idade MédiaCarlos Magno e a Reforma da Igreja
Do ponto de vista da Igreja, o papa protegia o rei e o rei garantia a segurança do papa e protegia suas expedições missionárias.
A missão de reforma religiosa passou à esfera real e Carlos Magno a enfrentou com o máximo zelo e vigor: Em seu reinado que durou mais de meio século, ele trabalhará com afinco na reforma as dioceses, impondo a regra beneditina aos mosteiros, exigindo que as catedrais mantivessem escolas, buscando intelectuais e teólogos para reformar e estimular as artes, a liturgia. Ele também publicou um novo Missal, Lecionário, Santoral e a Bíblia.
A corte de Aquisgrana, para onde o novo imperador deslocara sua residência, foi transformada num centro irradiador de fé e cultura, sobretudo, com a presença ativa de Alcuíno e de Teodulfo.
Para inspecionar o Reino ele enviava os “Missi Domini” (enviados), escolhidos entre bispos e abades, com a faculdade de nomear, depor, investigar, denunciar as autoridades nas províncias e reinos.
Carlos Magno julgava-se um reformador religioso como o rei Josias. As leis tinham como fundamento os Dez Mandamentos. Seu grande projeto era o de criar a Cidade de Deus na terra, com a paz cristã e onde a justiça e a ordem estariam abertas a Deus.
O grande imperador faleceu em 814, aos 72 anos. Tinha realizado uma grande obra, mas tudo estava centralizado em sua autoridade, prestígio e coerção. Sua paz foi imposta. Por isso mesmo, anunciavam-se grandes crises religiosas, políticas e militares com os seus sucessores que não tinham as mesmas virtudes de governo que ele tinha.
Seu filho Luiz (814-828), chamado de Piedoso, por ter interesses mais religiosos do que políticos, assumiu o império. Seus maiores interesses eram a teologia e a reforma da Igreja.
O Concílio em Aquisgrana (815) foi convocado por ele com a finalidade de elaborar uma reforma completa na Igreja. Este concílio reforçou a obrigatoriedade do uso exclusivo da regra beneditina com clausura rigorosa, obrigou o clero secular a viver vida comum com refeitório e dormitório.
Em 816, dividiu o povo cristão em clérigos, monges e leigos, todos governados pelo Imperador. Assegurou para si a aceitação ou rejeição das eleições nos bispados e abadias. Os bispos deveriam aceitar os serviços burocráticos do império, em prejuízo de sua missão religiosa. Este foi o princípio de uma grande confusão eu estaria armada para o futuro quando haveria uma Igreja governada e manipulada por leigos, muitos deles sem ter a vocação ou a competência suficiente.
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