A heresia foi se alastrando, atingindo boa parte do Império Romano, criando grande perturbação no seio da Igreja, levando o papa São Silvestre, que estava à frente da Igreja, e também o imperador a pensarem na convocação de um Concílio Ecumênico.

O primeiro concílio da Igreja, desconsiderando o de Jerusalém, foi convocado pelo imperador Constantino e pelo Papa São Silvestre para acontecer em Niceia, no ano 325.
Niceia era uma cidade importante da Ásia Menor e por vários anos tinha sido a capital do Império Bizantino, que havia sido conquistado pelos cruzados que ali constituíram um império latino.
O concílio se transformou na primeira assembleia ecumênica da Igreja, palavra originária do grego, com o significado de “universal”.
Dele participaram quase 300 bispos que, no final, condenaram por quase unanimidade — pois apenas dois bispos dos presentes não assinaram o termo da condenação — a doutrina do arianismo e reafirmaram a fé católica na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Além do mais, o Concílio de Niceia criou a fórmula da consubstancialidade e o Símbolo de Niceia. Em 20 cânones, o documento final do concílio resume a doutrina cristã referente ao Verbo, consubstancial ao Pai.
Além disso, o concílio também condenou Ário — e vários de seus seguidores que não aceitaram o símbolo de Niceia — ao desterro, decidindo também outras questões doutrinais menores.
Os arianos, porém, continuaram sua campanha, a ponto de conseguir do imperador que Ário pudesse retornar do desterro. Neste tempo merece destaque Santo Atanásio, bispo de Alexandria, que por causa de sua luta contra o arianismo chegou a ser exilado em Treveris, nas Gálias, França atual.
O arianismo influenciaria os povos invasores no século V, recebendo também grande apoio do imperador Constâncio e, antes dele, o próprio Constantino se manteve indeciso entre o cristianismo puro e o arianismo.
Como as decisões conciliares não foram aplicadas igualmente, em 381 a Igreja fez convocar outro concílio em Constantinopla. Este concílio reafirmou o Credo Niceno, condenou Apolinário e os seguidores do arianismo, proclamando que o Espírito Santo procede do Pai e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado.
O problema central de toda heresia é o grande prejuízo que provoca à unidade da Igreja, provocando até mesmo um cisma. A formulação teológica herética demonstra a falta de síntese teológica e clareza doutrinal.
Qualquer heresia traz também embutida nela o problema filosófico da universalidade do conhecimento teológico e a necessidade de encontrar um termo de convergência da unidade da Igreja na diversidade. Além disso, traz também em sua base a percepção de concepção de um modelo de Igreja contrário daquele proposto por Cristo.
A fé cristã se mantém hoje graças à confissão cristológica do Concílio de Niceia. Portanto, lidar com esse Concílio é importante não apenas em um nível histórico.
Seu credo permanece relevante, mesmo e especialmente na situação de fé de hoje. E reviver sua confissão cristológica representa um desafio que deve ser assumido na comunhão ecumênica.
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