São Casimiro, o príncipe que lutou pela santidade

A Igreja Católica celebra nesta segunda-feira (4) a memória de São Casimiro, nascido em outubro de 1458 e herdeiro da família real polonesa e neto de Wladislao II, que introduziu o cristianismo na Lituânia.

Desde criança, já tinha valores cristãos e abriu mão do luxo da corte, suas ricas festas e todas as facilidades que a nobreza proporcionava.

Isso se deve ao fato que o primeiro tutor e professor de Casimiro foi o padre Jan Dlugosz, cônego de Cracóvia, o mais destacado historiador da Polônia até o século XIX e, em sua época, o mais destacado historiólogo do mundo. E na juventude, fez voto de castidade e vivia na simplicidade do seu quarto, que transformou numa cela como a de um eremita, dedicando-se à oração, disciplina, penitência e solidão.

O envolvimento de seu pai Casimiro IV na gestão do país e nos assuntos internos não seduziu muito o príncipe. Mesmo mantendo contato com conselheiros reais, especialmente o humanista Calímaco, nunca despertou se interessar pela política e sim, em viver sua vocação religiosa.

Quando os húngaros se rebelaram contra o seu rei, ofereceram a coroa ao jovem príncipe Casimiro, então com treze anos, ele a renunciou tão logo soube que seu pai havia se declarado contra a deposição daquele rei e a imposição pela força de outro, no caso ele.

Mesmo assim, não fugia dos deveres reais, e ajudou o pai nos negócios do reino, principalmente nos problemas referentes à Lituânia, onde era muito querido pelo povo. Com a conversão do rei da Hungria que abdicou para entrar num mosteiro, o rei Casimiro IV, seu pai, herdou esses domínios que incluíam além da Hungria a Prússia.

Porém, isso também não entusiasmou o jovem príncipe a se coroar. Desde a infância levava uma vida muito humilde, jejuando continuamente e dormindo no chão, por isso sua saúde nunca foi perfeita.

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Casimiro, como príncipe regente, não se furtou às obrigações junto ao seu amado povo. Com apenas 17 anos e debilitado pelo excesso de mortificações e penitências, começou a ajudar o pai no governo da Lituânia, usando sempre da força da oração, prudência e tudo permeado pelo seu amor profundo ao Santíssimo Sacramento e a Nossa Senhora.

Como príncipe, era notável sua extrema generosidade para com os pobres, viúvas, peregrinos, prisioneiros ou anciãos, pois, não se contentando em dar do que era seu, doava até seu próprio tempo em benefício alheio.

Cumpriu a função com inteligência, todavia sem se deixar seduzir pelo poder. Depois, o rei teve de se conformar, porque Casimiro preferiu o celibato e até mesmo um tratado do matrimônio foi desfeito. Ele preferiu ser lembrado por ficar entre os pobres de espírito, entre aqueles que receberam o reino de Deus, do que ser recordado entre os homens famosos e poderosos que governaram o mundo.

Em 1483, Casimiro foi convocado para a Lituânia. Naquela época, descobriu-se que o príncipe estava gravemente doente. Era tuberculose, uma doença incurável naquela época. Depois de chegar a Vilnius, continuou a exercer as suas funções administrativas, substituindo o pai em muitos assuntos. Ele deveria ir com ele a Lublin para um congresso da nobreza polonesa, mas sua doença progressiva tornou a viagem impossível.

Morreu aos 25 anos e foi sepultado em Vilnius, capital da Lituânia, em 4 de março de 1484. Logo passou a ser venerado por todo o povo polonês, lituano, húngaro, russo. Seu culto acabou sendo introduzido na Europa ocidental através dos peregrinos que visitavam sua sepultura. Em 1521, Leão X o elevou às honras dos altares, tendo antes comprovado ter sido sua vida um contínuo testemunho da presença de Deus entre os homens.

Urbano VIII a ele confiou a proteção da Lituânia; e a heroicidade de sua pureza e perseverança no bom caminho fez com que Pio XII, em 1948, o proclamasse “Patrono da juventude lituana, na pátria e no exterior”. São Casimiro não chegou a ser coroado na Terra como rei, porque faleceu com pouca idade, mas foi dada a ele a coroa da glória nos Céus.

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Fonte: Instituto Plinio Corrêa de Oliveira