É perceptível o silêncio sobre o drama da Venezuela. Um silêncio que grita dentro dos incomodados e busca respostas para perguntas como: “como anda aquele país?”, “O Maduro caiu?”, “E o povo, continua a sofrer?”.
As interrogações geradas nos impelem a avançar sobre o tema para saber informações com quem está acompanhando de perto o cenário.
.:: Em Aparecida, bispos falam sobre migração de venezuelanos ao Brasil
Nos últimos dias, provoquei uma “entrevista” exclusiva com um padre jesuíta que coordena essa dura missão em Boa Vista (RO), região de fronteira entre o Brasil e a Venezuela, e ele disse que, por lá, o cenário segue no mesmo fluxo.
São milhares de refugiados que batem às portas do escritório da Companhia de Jesus atrás de comida, roupa, abrigo... e um pouco de vida. Roraima também não tem desenvolvimento suficiente para receber tantos refugiados. Logo, partilham o pouco que têm com aqueles que chegam sem nada, mesmo o estado vivenciando um conflito social.
O município de Iconha, localizado no interior do Estado, tem se tornado uma espécie de braços abertos para tantos venezuelanos que buscam mais vida em nosso país que, por ora, também vive uma crise política e econômica, geradora de uma gigante população de desempregados. Todavia, o povo não mede esforços para dividir o prato de comida e oferecer a este povo que teve os seus direitos arrancados pelo poder opressor de um “desgoverno”, um pouco de amor, de oportunidades ou de esperança para recomeçar a vida.
Leia MaisCáritas Brasileira proporciona acolhimento e integração a imigrantes Cáritas Brasileira lança apelo de emergência para venezuelanosCáritas realiza curso para formar 422 agentes de desenvolvimentoCáritas Internacional incentiva olhar as crianças refugiadasOs rostos venezuelanos que passam a ganhar espaço também portam uma mensagem única: "desejamos simplesmente viver". As marcas do sofrimento não se escondem nas expressões deste povo, que deixa terra, família, bens, sonhos, desejos, profissões para tentar uma vida nova noutras terras. Deixam tudo e só carregam consigo o que não lhes foi tirado: o desejo de ser gente, o desejo de viver como gente.
A nobre missão dos jesuítas na região de fronteira, de acolher, de dar comida e um destino aos refugiados, nos ensina que a vida depende de agentes da esperança, de pessoas anônimas, que chegam, oferecem cuidado e atenção para um povo desprezado e obrigado a fugir de sua pátria.
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