Neste dia 25 de março, em união com o Papa Francisco, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Nunciatura Apostólica rezou a Santa Missa das 7h em oração pela paz e consagração e entrega da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria.
A Celebração Eucarística foi realizada na Capela Nossa Senhora Aparecida, na sede da CNBB, em Brasílica (DF) e teve como presidente o bispo auxiliar do Rio Janeiro e secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella Amado.
A Missa foi transmitida pela TV Aparecida e ainda Rede Vida de Televisão, TV Horizonte, TV Pai Eterno, TV Imaculada, TV Nazaré, TV Evangelizar, TV Canção Nova e pelas redes socais da CNBB.
Durante a celebração, Dom Joel enalteceu o pedido do Papa Francisco para a oração pela paz e destacou que a guerra nunca se justifica e que o sonho de Deus para os cristãos é um sonho de paz.
Leia MaisSantuário se junta ao Papa em oração pelo fim da guerra"Hoje o Papa Francisco convida os católicos e convida o mundo inteiro a rezar pela paz, a parar, refletir e pensar porque que no mundo com tantos recursos, com tanto conhecimento, nós nos entristecemos e mesmo nos envergonhamos com uma situação de Guerra, com tudo aquilo que ela vem causando.
Guerra nunca se justifica, guerra nunca tem razão de ser, a não ser exceto pelo pecado no meio de nós, porque o sonho do céu, o sonho plantado no coração de cada um de nós, o sonho que o criador deixou dentro de nós, o sonho que o redentor nos purificou para Ele, o sonho que o Espírito Santo nos santifica para isso, é um sonho de paz.
E a paz não se alcance pelo poder das armas, embora haja quem assim o pensa. A paz é esforço de diplomacia sim, como vemos o empenho de todo o esforço diplomático para que isso ocorra. Mas a paz é acima de tudo, o reconhecimento de que no fundo nós não somos donos desse planeta, nós o recebemos de Deus para nele vivermos aquilo que a solenidade de hoje de alguma forma nos apresenta."
Rito de Consagração no Vaticano
Leia MaisPor que Ucrânia e Rússia serão consagradas ao Coração Imaculado de Maria?No Vaticano, o rito de Consagração acontece dentro da Celebração Penitencial que faz parte das iniciativas das ‘24h para o Senhor’. A ação é organizada pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, que oportuniza momentos de oração, confissão e adoração eucarística em todo o mundo. O ato de Consagração acontece na Basílica de São Pedro, às 17h (13h, no horário de Brasília).
O rito poderá ser acompanhado na TV Aparecida e no Aplicativo Aparecida, às 21h15.
Ó Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, recorremos a Vós nesta hora de tribulação. Vós sois Mãe, amais-nos e conheceis-nos: de quanto temos no coração, nada Vos é oculto. Mãe de misericórdia, muitas vezes experimentamos a vossa ternura providente, a vossa presença que faz voltar a paz, porque sempre nos guiais para Jesus, Príncipe da paz.
Mas perdemos o caminho da paz. Esquecemos a lição das tragédias do século passado, o sacrifício de milhões de mortos nas guerras mundiais. Descuidamos dos compromissos assumidos como Comunidade das Nações e estamos a atraiçoar os sonhos de paz dos povos e as esperanças dos jovens. Adoecemos de ganância, fechamo-nos em interesses nacionalistas, deixamo-nos ressequir pela indiferença e paralisar pelo egoísmo. Preferimos ignorar Deus, conviver com as nossas falsidades, alimentar a agressividade, suprimir vidas e acumular armas, esquecendo-nos que somos guardiões do nosso próximo e da própria casa comum. Dilaceramos com a guerra o jardim da Terra, ferimos com o pecado o coração do nosso Pai, que nos quer irmãos e irmãs. Tornamo-nos indiferentes a todos e a tudo, exceto a nós mesmos. E, com vergonha, dizemos: perdoai-nos, Senhor!
Na miséria do pecado, das nossas fadigas e fragilidades, no mistério de iniquidade do mal e da guerra, Vós, Mãe Santa, lembrai-nos que Deus não nos abandona, mas continua a olhar-nos com amor, desejoso de nos perdoar e levantar novamente. Foi Ele que Vos deu a nós e colocou no vosso Imaculado Coração um refúgio para a Igreja e para a humanidade. Por bondade divina, estais conosco e conduzi-nos com ternura mesmo nos perigos mais apertados da história.
Por isso recorremos a Vós, batemos à porta do vosso Coração, nós os vossos queridos filhos que não Vos cansais de visitar em todo o tempo e convidar à conversão. Nesta hora escura, vinde socorrer-nos e consolar-nos. Repeti a cada um de nós: «Não estou porventura aqui Eu, que sou tua mãe?» Vós sabeis como desfazer os emaranhados do nosso coração e desatar os nós do nosso tempo. Repomos a nossa confiança em Vós. Temos a certeza de que Vós, especialmente no momento da prova, não desprezais as nossas súplicas e vindes em nosso auxílio.
Assim fizestes em Caná da Galileia, quando apressastes a hora da intervenção de Jesus e introduzistes no mundo o seu primeiro sinal. Quando a festa se mudara em tristeza, dissestes-Lhe: «Não têm vinho!» (Jo 2, 3). Ó Mãe, repeti-o mais uma vez a Deus, porque hoje esgotamos o vinho da esperança, desvaneceu-se a alegria, diluiu-se a fraternidade. Perdemos a humanidade, malbaratamos a paz. Tornamo-nos capazes de toda a violência e destruição. Temos necessidade urgente da vossa intervenção materna.
Por isso acolhei, ó Mãe, esta nossa súplica:
Vós, estrela do mar, não nos deixeis naufragar na tempestade da guerra;
Vós, arca da nova aliança, inspirai projetos e caminhos de reconciliação;
Vós, «terra do Céu», trazei de volta ao mundo a concórdia de Deus;
Apagai o ódio, acalmai a vingança, ensinai-nos o perdão;
Libertai-nos da guerra, preservai o mundo da ameaça nuclear;
Rainha do Rosário, despertai em nós a necessidade de rezar e amar;
Rainha da família humana, mostrai aos povos o caminho da fraternidade;
Rainha da paz, alcançai a paz para o mundo.
O vosso pranto, ó Mãe, comova os nossos corações endurecidos. As lágrimas, que por nós derramastes, façam reflorescer este vale que o nosso ódio secou. E, enquanto o rumor das armas não se cala, que a vossa oração nos predisponha para a paz. As vossas mãos maternas acariciem quantos sofrem e fogem sob o peso das bombas. O vosso abraço materno console quantos são obrigados a deixar as suas casas e o seu país. Que o vosso doloroso Coração nos mova à compaixão e estimule a abrir as portas e cuidar da humanidade ferida e descartada.
Santa Mãe de Deus, enquanto estáveis ao pé da cruz, Jesus, ao ver o discípulo junto de Vós, disse-Vos: «Eis o teu filho!» (Jo 19, 26). Assim Vos confiou cada um de nós. Depois disse ao discípulo, a cada um de nós: «Eis a tua mãe!» (19, 27). Mãe, agora queremos acolher-Vos na nossa vida e na nossa história. Nesta hora, a humanidade, exausta e transtornada, está ao pé da cruz convosco. E tem necessidade de se confiar a Vós, de se consagrar a Cristo por vosso intermédio. O povo ucraniano e o povo russo, que Vos veneram com amor, recorrem a Vós, enquanto o vosso Coração palpita por eles e por todos os povos ceifados pela guerra, a fome, a injustiça e a miséria.
Por isso nós, ó Mãe de Deus e nossa, solenemente confiamos e consagramos ao vosso Imaculado Coração nós mesmos, a Igreja e a humanidade inteira, de modo especial a Rússia e a Ucrânia. Acolhei este nosso ato que realizamos com confiança e amor, fazei que cesse a guerra, providenciai ao mundo a paz. O sim que brotou do vosso Coração abriu as portas da história ao Príncipe da Paz; confiamos que mais uma vez, por meio do vosso Coração, virá a paz. Assim a Vós consagramos o futuro da família humana inteira, as necessidades e os anseios dos povos, as angústias e as esperanças do mundo.
Por vosso intermédio, derrame-se sobre a Terra a Misericórdia divina e o doce palpitar da paz volte a marcar as nossas jornadas. Mulher do sim, sobre Quem desceu o Espírito Santo, trazei de volta ao nosso meio a harmonia de Deus. Dessedentai a aridez do nosso coração, Vós que «sois fonte viva de esperança». Tecestes a humanidade para Jesus, fazei de nós artesãos de comunhão. Caminhastes pelas nossas estradas, guiai-nos pelas sendas da paz. Amém.
Fonte: CNBB e Vatican News
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