Comissão Petrocchi publica relatório sobre o diaconato feminino

O relatório final da Comissão Petrocchi, presidida pelo arcebispo emérito de Áquila, cardeal Giuseppe Petrocchi, a pedido do saudoso Papa Francisco, apresentou as conclusões do estudo sobre o diaconato feminino na Igreja Católica. O documento de sete páginas, enviado pelo cardeal ao Papa Leão XIV em 18 de setembro, tornou-se público nesta quinta-feira (4) a pedido do Santo Padre.

Segundo o documento:

“O status quaestionis em torno da pesquisa histórica e da investigação teológica, consideradas em suas implicações mútuas, exclui a possibilidade de prosseguir na direção da admissão de mulheres ao diaconato entendido como grau do sacramento da ordem. À luz da Sagrada Escritura, da Tradição e do Magistério eclesiástico, esta avaliação é forte, embora não permita, até o momento, formular um julgamento definitivo, como no caso da ordenação sacerdotal”.

Na primeira etapa dos trabalhos, em 2021, a comissão pontuou que "a Igreja reconheceu em diferentes épocas, em diferentes lugares e de várias formas o título de diácono/diaconisa referido às mulheres, atribuindo-lhe, porém, um significado não unívoco”.

Ainda naquele ano, destacou também que “o aprofundamento sistemático sobre o diaconato, no âmbito da teologia do sacramento da ordem, levanta questões sobre a compatibilidade da ordenação diaconal das mulheres com a doutrina católica do ministério ordenado”. A comissão também se manifestou a favor da criação de novos ministérios que “possam contribuir para a sinergia entre homens e mulheres”.

Na discussão, foram apresentados argumentos favoráveis baseados na dignidade batismal comum e na afirmação bíblica “Já não há judeu nem grego, nem escravo e livre, homem e mulher, porque todos vós sois ‘um’ em Cristo Jesus” (Gl 3,28). Por outro lado, foi defendida a tese:

"A masculinidade de Cristo, e portanto a masculinidade daqueles que recebem a ordem, não é acidental, mas parte integrante da identidade sacramental, preservando a ordem divina da salvação em Cristo. Alterar essa realidade não seria um simples ajuste do ministério, mas uma ruptura do significado nupcial da salvação."

Com ampla maioria, a comissão expressou:

“o desejo de que seja ampliado ‘o acesso das mulheres aos ministérios instituídos para o serviço da comunidade (...), garantindo assim também um reconhecimento eclesial adequado à diaconia dos batizados, em particular das mulheres. Esse reconhecimento se revelará um sinal profético, especialmente onde as mulheres ainda sofrem situações de discriminação de gênero’”.

add_box Papas refletem a presença das mulheres na Igreja

A presença das mulheres na Igreja

Atualmente, diversas mulheres ocupam cargos de destaque na estrutura da Igreja. Entre elas estão a irmã Nathalie Becquart, subsecretária do Sínodo dos Bispos; a irmã Simona Brambilla, secretária do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada; a irmã Raffaella Petrini, secretária-geral do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano; além de leigas que atuam como consultoras, diretoras de departamentos e responsáveis por setores administrativos e pastorais no Vaticano e em dioceses ao redor do mundo.

O relatório ressalta que as mulheres exercem papel essencial na missão da Igreja, incluindo funções de liderança e responsabilidade nas áreas pastorais, administrativas, educativas e de evangelização, fortalecendo a presença feminina.

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Fonte: Vatican News