Enquanto, para alguns, trata-se de uma data para descanso e lazer, para os católicos, o feriado de Corpus Christi trata-se de uma importante data do calendário litúrgico.
Neste dia, a Igreja celebra a instituição da Eucaristia com a exposição pública do Santíssimo Sacramento.
A Festa de Corpus Christi começou no século XIII, na Diocese de Liège, na Bélgica, graças à freira Juliana de Mont Cornillon. Ela teria tido uma visão da Igreja com a aparência de lua cheia com uma mancha, que interpretou como a ausência de uma festa em honra da Eucaristia.
A solenidade, porém, só foi instituída oficialmente pelo papa Urbano IV, em 1264, ao publicar uma bula sobre o tema, prescrevendo a celebração oficial em honra do Corpo do Senhor, sempre nas quintas-feiras após a oitava de Pentecostes.
Segundo a tradição, a oficialização da data aconteceu depois que o Papa, que morava em Orvieto, na Itália, pronunciou as palavras “Corpus Christi” diante de uma relíquia eucarística, que lhe fora trazida de uma cidade próxima, chamada Bolsena.
Trata-se de uma hóstia consagrada que teria sangrado durante uma celebração eucarística realizada na cripta de Santa Cristina, naquela cidade.
Para o pesquisador e estudioso de imagens há mais de 30 anos, Prof. Dr. Jack Brandão, tal milagre eucarístico foi quase imprescindível para a repercussão desta solenidade cristã.
“Atualmente, por exemplo, muitos católicos sequer se lembram de tal milagre, nem conseguem associá-lo à Festividade de Corpus Christi. No entanto, essa imagem demonstrou sua eficácia, pois ainda hoje vemos a devoção popular espalhada nas ruas em forma de tapetes, por exemplo, no dia da festividade. Assim, a associação desvinculou-se do miraculoso e ganhou contornos próprios.”
Prof. Dr. Jack Brandão

Segundo Brandão, a existência de uma relíquia, como a hóstia com gotas de sangue ou o milagre de Lanciano, cuja origem remonta ao século VIII, significa, para muitos católicos, a materialização do sacrifício de Cristo.
“Nós somos seres visuais. Na sociedade contemporânea há o predomínio da percepção visual. Dessa maneira, o fiel católico, ao ter a oportunidade de visualizar aquilo que pertence ao mundo material em consonância com o espiritual, vê fortalecida sua fé. Não que ele necessite, de maneira clara, dessa materialização, é evidente.”
Prof. Dr. Jack Brandão
O professor ainda destaca que tais sinais externos não desmerecem a fé cristã, pelo contrário.
Ele ressalta que tais imagens apenas contribuem para reforçar a fé. “Se eu já acredito, intensificarei ainda mais a minha crença e, se eu tenho algumas dúvidas, posso então saná-las perante a imagem que surge diante de mim”, completa o pesquisador.
Ele também chama a atenção para o surgimento de outros milagres semelhantes, que atraem milhares de fiéis para verem a relíquia exposta.
Para concluir, o Prof. Jack Brandão cita o apóstolo Tomé, que apesar de ser taxado como “homem de pouca fé” ou até mesmo “incrédulo”, recorre à materialidade imagética para fortalecer sua crença:
“Ele não deixa de acreditar, pelo contrário, ele apenas recorre às imagens para impulsionar a sua fé. Todos, afinal, temos um pouco de Tomé em nós.”
Prof. Dr. Jack Brandão
De acordo com o Jornalista e membro da Academia Brasileira de Hagiologia (ABRHAGI), Victor Hugo Barros, para a Igreja, "estes milagres não são necessários para que se creia na presença de Jesus na Eucaristia, mas quando acontecem são um sinal de Deus para lembrar a humanidade o quanto Ele amou o mundo e quis permanecer conosco".
Para aprofundar ainda mais, ouça mais detalhes, contados por Victor Hugo, sobre a história destes milagres que deram origem à Solenidade de Corpus Christi:
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