Igreja

Comunidade católica de língua portuguesa em Berlim acolhe refugiados da Ucrânia

Escrito por Luciana Gianesini

08 MAR 2022 - 11H31 (Atualizada em 08 MAR 2022 - 13H47)

Reprodução/ Picture Alliance

Em guerra há mais de dez dias, a Ucrânia tem sido protagonista da maior crise humanitária na Europa, desde a Segunda Guerra Mundial.

Sob fortes bombardeios da Rússia, o país do leste europeu tem sofrido, além da violência, grande desabastecimento de alimentos e recursos básicos à sobrevivência de sua população. Esse problema atinge em especial os homens, impedidos de deixar o país devido a uma convocação feita pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Por causa do número muito inferior de seu exército em relação às forças armadas da Rússia, Zelensky ordenou aos homens que permanecessem no país para lutar.

Leia MaisPapa: “Não há operação militar na Ucrânia, mas guerra que semeia a morte” Em meio ao caos instalado na região, diversos países da Europa têm recebido e acolhido refugiados que conseguem sair da Ucrânia. Na capital da Alemanha, uma comunidade católica de língua portuguesa tem visto de perto a situação dessas pessoas.

A "Katholische Gemeinde Portugiesicher Sprache", através do padre José Ricardo Leandro Diniz, scj, que é natural de Londrina (PR), tem ajudado da maneira que pode àqueles que chegam à capital alemã, com doações de alimentos, água e outros recursos.

Reprodução/ Facebook
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Padre Ricardo relatou, em entrevista ao A12, que até mesmo um padre ucraniano que já vivia em Berlim está enfrentando dificuldades. Segundo ele, o dono do apartamento em que o padre ucraniano vivia pediu que deixasse o imóvel, provavelmente temendo algum tipo de represália. Sem ter para onde ir, o próprio padre pediu abrigo.

O sacerdote brasileiro fez um relato emocionado em seus stories do Instagram, ressaltando o quão triste é o cenário na capital alemã, com famílias lotando os trens que chegam à cidade.

No site da comunidade, um recado da Arquidiocese de Berlim comenta a situação e pede que os refugiados, sejam ucranianos ou russos, não sejam discriminados:

"As pessoas estão sendo expulsas de suas casas e buscam proteção, algumas delas já fugiram dentro de seu próprio país ou fugiram para lá de outros conflitos. Todos eles se tornam vítimas de violência, às vezes repetidamente. Mas também há pessoas dentro e fora da Rússia que estão se voltando contra o regime de Putin e estão sendo submetidas a represálias como resultado. Nenhuma discriminação generalizada contra pessoas com raízes russas deve seguir a condenação do belicista!"

Leia MaisEm entrevista ao A12, Dom Volodemer Koubetch fala sobre a guerra na Ucrânia Como ponto focal da ajuda, está a Cáritas da Alemanha, que tem auxiliado no recebimento e direcionamento das doações.

"Vamos ficar com aqueles que estão sofrendo neste conflito e fazer o que pudermos para ajudar. Vamos abrir as portas de nossas igrejas, capelas, instituições e lares para acomodar os necessitados. Vamos acolher as pessoas aqui e fazê-las se sentirem seguras e hospitaleiras. Apoie com o que você pode poupar - seja tempo, seja energia, seja um ouvido aberto. Eles experimentaram coisas ruins e temem por parentes e amigos", diz o comunicado.

info Na página da comunidade, você encontra mais informações sobre as opções de ajuda. Clique aqui.

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