Durante sua meditação no Sínodo dos Bispos, na última quinta-feira (10), o cardeal eleito Timothy Radcliffe abordou a necessidade de enfrentar questões profundas e complexas, que não possuem respostas imediatas.
Segundo ele, a missão da Igreja é conviver com essas perguntas difíceis, sem tentar eliminá-las rapidamente. Essa reflexão se baseia no milagre da cura da filha da mulher cananeia, onde Jesus, em um primeiro momento, não atendeu ao pedido da mulher, permanecendo em silêncio antes de agir. O silêncio de Cristo, afirmou o cardeal, não é uma recusa, mas a raiz de cada oração e o espaço onde se escuta tanto a voz humana quanto a de Deus.
Leia MaisSínodo: Mulheres leigas buscam participação significativa na IgrejaNo Sínodo, Igreja se debruça sobre temas sensíveisCinco curiosidades sobre o Sínodo dos BisposEle destacou que a Igreja, em sua história, já se deparou com várias questões complexas que exigiram reflexão profunda, como no Concílio de Jerusalém, que discutiu a admissão dos gentios na Igreja, ou no Concílio de Niceia, que abordou a natureza divina e humana de Jesus.
Assim, no contexto do Sínodo atual, é fundamental enfrentar questões igualmente desafiadoras, como a igualdade e as diferenças entre homens e mulheres criados à imagem de Deus, e o papel da hierarquia dentro da Igreja.
“Não devemos fugir dessas perguntas, mas, sim, viver com elas, rezando e refletindo dia e noite”, afirmou, reforçando que essa é uma parte essencial do processo sinodal.
O cardeal também ressaltou que a missão da Igreja não é apenas teológica, mas profundamente pastoral, com um compromisso em responder aos clamores do mundo. Assim como a mulher cananeia buscava a cura de sua filha, hoje a Igreja deve responder aos gritos de pais e mães cujos filhos estão presos em guerras e situações de pobreza. Ele alertou que não se pode repetir o erro dos discípulos, que pediram a Jesus que ignorasse a mulher. “Devemos escutar o sofrimento de todos e agir com compaixão”, disse ele.
Além das questões teológicas e pastorais, o cardeal refletiu sobre a necessidade de aprender a ouvir. Ele utilizou a metáfora da mulher cananeia e os cães, destacando como Jesus transcendeu os limites culturais de seu povo para incluir aqueles que estavam à margem.
“A escuta não deve ser apenas para dar respostas, mas para aprender e expandir nossa visão de como a Igreja pode ser uma casa de Deus onde há lugar para todos.”
Por fim, ele exortou os participantes do Sínodo a não desistirem diante das frustrações com a Igreja. “Por favor, permaneçam, independentemente de suas frustrações. Continuem se questionando! Juntos descobriremos a vontade do Senhor”, concluiu.
Fonte: Vatican News
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