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Igreja

No Sínodo, Igreja se debruça sobre temas sensíveis

Os Grupos de Estudo em ação no Sínodo mostraram como estão os trabalhos iniciados em fevereiro a pedido do Papa

Escrito por Redação A12

04 OUT 2024 - 14H31 (Atualizada em 29 AGO 2025 - 11H52)

Vatican Media

Um dos primeiros trabalhos a serem realizados na segunda sessão da Assembleia do Sínodo dos Bispos foi a primeira Congregação Geral, realizada na quarta-feira (2).

Após discurso do Papa e saudação do relator geral, os representantes de cada um dos dez grupos de estudo e três comissões apresentaram o andamento dos trabalhos realizados desde fevereiro a pedido do Santo Padre, aprofundando teológica e canonicamente, temas como as mulheres, a poligamia, os pobres, as Igrejas Orientais e a internet.

Foram ilustrados à assembleia o trabalho realizado e os programas futuros que preveem um diálogo constante entre padres e madres sinodais e os próprios Grupos:

Pessoas que abraçaram a fé cristã em situação de poligamia

Sobre a questão da poligamia em vários países africanos, se pronunciou o cardeal congolês Fridolin Ambongo, arcebispo de Kinshasa e presidente do SECAM (Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar), que apresentou um relatório, que suscita os questionamentos: como acompanhar pastoralmente pessoas que abraçaram a fé cristã em situação de poligamia ou pessoas batizadas que vivem em poligamia após a conversão.

Em quatro pontos, o Secam quer analisar as formas do fenômeno, as motivações e a doutrina. Afirmar que a poligamia não é o ideal do casal desejado por Deus hoje não basta: precisa “proximidade”, “escuta ativa” e “apoio”.

Trabalho de aprofundamento no papel das mulheres e do diaconato feminino

O prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, cardeal Victor Manuel Fernández, falou em nome do Grupo sobre “formas ministeriais”. O cardeal concentrou o foco na “questão urgente da participação das mulheres na vida e liderança da Igreja”, âmbito em que se insere a questão do diaconato feminino, tema do trabalho de duas Comissões instituídas pelo Papa.

O risco é que o diaconato se torne “uma espécie de consolação para algumas mulheres”, enquanto “a questão mais decisiva da participação na Igreja permanece negligenciada”. Em todo o caso, a Doutrina da Fé continua o “trabalho de aprofundamento”, entrelaçando a análise do perfil das mulheres que na história da Igreja “exerceram uma autoridade real”.

Isso se dá com a escuta de mulheres que hoje exercem cargos de liderança nas Igrejas, mesmo em terras distantes como a Indonésia e a África. Assim, a questão do diaconato feminino “resulta redimensionada” e “procuramos alargar os espaços para uma presença feminina mais decisiva”.

O grito dos pobres

Como fortalecer o vínculo entre a comunidade cristã e aqueles que atuam diariamente no serviço da caridade, da justiça e do desenvolvimento é a linha das reflexões ilustrada pela coordenadora, a australiana Sandie Cornish, que destacou como “as mulheres, em todas as partes do mundo, pertencem aos grupos mais pobres entre os pobres”.

O trabalho do Grupo “será estruturado a partir das suas vozes”, mas também daquelas dos voluntários e profissionais que caminham com quem vive a pobreza e a marginalização. Serão levados em consideração “os grupos excluídos há anos, como as vítimas de discriminação das castas”.

As Igrejas Orientais devastadas pela guerra

Bombas e tanques que destroem de maneira dramática não só as pessoas, mas também as esperanças e atingem uma categoria pequena e frágil como as Igrejas Orientais Católicas nas áreas de guerra foi apresentado pelo cardeal Claudio Gugerotti, prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais.

“Correm o risco de desaparecer e a sua perda seria irreparável para a Igreja”, afirmou. O Grupo quer assumir a tarefa de “pedir aos latinos, mais fortes e mais organizados, para ajudar estes nossos irmãos a viver melhor depois das pesadas emigrações das suas terras de origem”.

O digital e o anúncio do Evangelho

A especialista estadunidense Kim Daniel ilustrou o trabalho do Grupo sobre evangelização no mundo virtual. Ela sugeriu uma nova página missionária na vida da Igreja, que permita chegar às periferias e represente um primeiro anúncio do Senhor num mundo que não O conhece.

O trabalho é marcado por uma ampla escuta, especialmente dos jovens envolvidos em redes de cultura digital.

O primado petrino em um quadro ecumênico

A ligação entre sinodalidade e primado, a hospitalidade eucarística, a relação com os movimentos de renascimento de inspiração cristã, são os pontos que analisará o Grupo de Estudos do qual é porta-voz dom Paul Rouhana, bispo auxiliar de Joubbé, Sarba e Jounieh dos Maronitas.

A base dos encontros e reflexões será o documento O Bispo de Roma; as experiências de matrimônios, famílias interconfessionais e movimentos ajudarão a ampliar a reflexão sobre a hospitalidade eucarística.

A relação entre povo e pastores

O sacerdote de Münster, Felix Genn, sublinhou a necessidade de aprofundar a relação entre o bispo e a Igreja local, à luz também das expectativas do povo de Deus sobre uma maior transparência.

Também se busca um maior respeito pela realidade local, um maior envolvimento da Igreja local na seleção dos candidatos para evitar a suspeita de manipulação e restaurar a imagem de uma Igreja verdadeiramente sinodal.

Vida consagrada

Comunhão, hierarquia, sinodalidade, mas também confiança, fraternidade, irmandade são as palavras-chave que orientam o Grupo de estudo sobre as relações entre bispos e pessoas consagradas e a colaboração com Conferências Episcopais, superiores maiores, agregações eclesiais, Igrejas locais.

Irmã Simona Brambilla, secretária do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada, explicou que serão examinadas em particular as diferenças e nuances no modo de viver as relações entre os bispos e a vida consagrada.

A revisão sobre a formação dos sacerdotes

O Cardeal José Cobo Cano se pronunciou pela revisão “em uma perspectiva missionária sinodal” da Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis, o documento de 1985 sobre a vida, a formação e o ministério dos sacerdotes.

A Ratio ainda está em fase de implementação e necessita de indicações claras por meio de propostas e ideias. Será preparado um grande mosaico de orientações sobre questões como a formação nos seminários, a relação como forma de definir a identidade da Igreja, o povo de Deus como “sujeito” na formação dos sacerdotes.

Os Núncios e o serviço às Igrejas locais

O cardeal Oscar Gracias, arcebispo de Bombaim, falou sobre a figura e o papel dos Núncios.

“Como podem contribuir para os laços de comunhão entre a Igreja universal e as Igrejas locais e com o Papa, dando a conhecer as necessidades e aspirações das realidades em que operam”, foi sua linha de pensamento.

Os caminhos para desenvolver isso: Transparência e corresponsabilidade.

Questões éticas e doutrinárias

Para o trabalho do Grupo sobre questões “doutrinais, pastorais e éticas controversas”, o padre jesuíta Carlo Casalone explicou que a reflexão será dividida em dois focos, duas elipses: uma no plano social, asa comum, paz, “fraternidade diante dos conflitos”; e uma para aprofundar o significado de temas como conjugalidade, geração, sexualidade, cuidado com a vida.

A Comissão dos Canonistas

O pronunciamento do secretário da Comissão dos Canonistas, padre Gianluca Mellini, trouxe o projeto de reforma das normas canônicas envolvidas no processo sinodal e a “obrigação” dos bispos de terem na Diocese e consultarem os vários Conselhos (episcopal, diocesano, eparquial, presbiteral, paroquial), aos quais solicitar observações, verificações e pareceres.

Nestes Conselhos é preferível uma maioria de leigos.

As respostas dos Grupos de Estudo deverão ser entregues ao Papa até 2025.

:: Os primeiros frutos do Sínodo da Sinodalidade

Fonte: Vatican News

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