Fala com sabedoria, ensina com amor (Pr 31,26)

O Lema da Campanha da Fraternidade 2022 nos convoca a refletir sobre duas essenciais ações: falar com sabedoria e ensinar com amor. Jesus, o Mestre dos mestres, é o grande referencial a ser imitado, pois em todas as situações, sabedoria e o amor transbordam em suas palavras e ações, transformando vidas.

A Sabedoria promove estratégias, rompe o medo, incentiva a criatividade. Muitos são os sinônimos de sabedoria, e entre esses estão: sapiência, conhecimento, ciência, entendimento, experiência, compreensão e educação. Neste sentido, não é possível pensar em formação humana sem o exercício da sabedoria, que é um dos sete dons do Espírito Santo.

E o amor? É possível ensinar sem amor? Se a escolha for de ensinar valores que preservam a vida, a integridade, a solidariedade e o bem comum, a resposta é não. “Educar ao Humanismo Solidário” é o nome do documento da Congregação para a Educação Católica, de 2017, que propõe a construção de uma “Civilização do Amor”. E a Campanha da Fraternidade 2022 segue nessa mesma direção. Por isso, é urgente uma formação integral, assim como sinalizou Papa Francisco na mensagem de lançamento do Pacto Educativo:

"Nunca, como agora, houve necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações, em ordem a uma humanidade mais fraterna".

Leia MaisUma educação prudente ensina a virtudeA Pessoa como centro da educação: um pacto educativoMuitas são as interrogações acerca dessa tão sublime e desafiadora missão. Uma delas, já apontadas em um dos objetivos da Campanha da Fraternidade 2022: Qual a contribuição da experiência da fé cristã na educação integral?

Por um lado, essa interrogação pode ser respondida com facilidade: a Igreja, desde os apóstolos, padres apostólicos, e outros inúmeros santos e santas que dedicaram suas vidas à causa da Educação (alguns perseguidos e martirizados), apresentou incontáveis ações ao longo da história empenhando-se em oferecer a educação integral.

Por outro lado, ainda que saibamos e reconheçamos a grandiosa ação da Igreja no campo da educação, é preciso manter aberta esta interrogação, para que sejamos capazes de projetar novas ações no presente e para o futuro, bem como corrigir possíveis desvios que possam ter confundido os irrefutáveis sentidos da Educação Cristã. A Campanha da Fraternidade é, sem dúvida, uma fecunda e legítima possibilidade que a Igreja no Brasil nos oferece para este exercício, assim como ocorreu com as Campanhas da Fraternidade de 1982 e 1998.

Reprodução/ CNBB

Outro destaque importante: este ano, a Pastoral da Educação completa 40 anos. Um dos propósitos da Campanha da Fraternidade 2022 é ser uma grande e valiosa oportunidade para que tão importante Pastoral seja enobrecida e que se propague agregando os que buscam, querem e aceitam o desafio de defender a Educação Cristã.

Um gesto concreto para esta Campanha pode ser o de apoiar a Pastoral da Educação e, onde ainda não exista, dar passos para que seja iniciada.

Ao propor a Educação Integral, a intenção não está focada somente nas instituições de ensino regular, mas, evidentemente, elas têm enorme influência na formação humana e devem ser continuamente foco de atenção aos que defendem o projeto da Educação Cristã. E junto delas, destacam-se as Instituições Católicas de Educação, que são convocadas pela Campanha da Fraternidade 2022 a revisitarem seus primeiros e essenciais objetivos.

Ressaltando a importância das Instituições de Ensino em geral, a Campanha da Fraternidade 2022 destaca também a Família como a grande Instituição da Educação. A família não pode abrir mão de seu papel e lugar na educação. Vale lembrar que o sagrado direito que a família tem de educar não pode ser banido por nenhuma força de Lei.

A Sagrada Escritura afirma:

"Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração. Tu os inculcarás a teus filhos, e deles falarás, seja sentado em tua casa, seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares". (Dt 6, 6-7)

As Famílias Cristãs devem assumir suas escolhas diante das ameaças que circundam a formação dos filhos, para que esses não sejam entregues à própria sorte e fiquem à mercê de muitas forças malignas que hoje rondam a convivência social.