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Madonna de Montserrat, um presente brasileiro ao Vaticano

Escultura em madeira presente brasileiro em 1963 ao recém eleito Papa Paulo VI. Desde então, a Moreneta tem lugar de destaque nas principais celebrações papais

Escrito por Ronaldo Casarin

03 SET 2025 - 10H34 (Atualizada em 03 SET 2025 - 16H07)

Reprodução/Vatican Media

No verão de 1963, Paulo VI foi eleito como novo Papa. Em sua homenagem, o governo do Brasil presentou o novo pontífice com uma escultura em madeira que reproduz a Virgem de Montserrat, do século XV.

A santa é a padroeira da Catalunha — comunidade autônoma da Espanha — e também é conhecida como Moreneta ou Virgem Negra de Montserrat. A imagem presenteada pelo Brasil, desde 2011, por vontade do Papa Bento XVI, acompanha as principais celebrações na Basílica Vaticana ou na Praça de São Pedro.

Reprodução/Vatican Media Reprodução/Vatican Media Stefania Colesanti com a imagem de Nossa Senhora de Montserrat

Para manter a obra em boas condições, e a salvo de avarias por conta das constantes movimentações, é de primordial importância o acompanhamento especial que ela recebe do Laboratório de restauração de pinturas e materiais de madeira dos Museus Vaticanos. A Moreneta passa por dois “check-ups” anuais, e tem especial carinho por parte de Stefania Colesanti, mestre restauradora do laboratório.

A imagem original da Virgem de Montserrat tinha pele escura, daí o apelido “moreneta” (morena, em espanhol). A versão presenteada ao Papa Paulo VI pelo governo Goulart, tem a pele clara. Usa uma vestimenta ricamente decorada, e com efeito como se estivesse inflada pelo vento.

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Os olhos são feitos de pasta vítrea. Em seus braços, segura o Menino Jesus, que está abençoando com a mão direita, enquanto segura um globo com a mão esquerda. Na ocasião de sua chegada ao Vaticano, o Paulo VI, que era grande admirador de esculturas em madeira, mandou colocar a “Moreneta” na antessala pontifícia.

Reprodução/Vatican Media Reprodução/Vatican Media Escultura da Virgem de Montserrat no Vaticano

Restauro e conservação

Há 14 anos a imagem da Madonna de Montserrat frequenta regularmente o Laboratório de restauração de pinturas e materiais de madeira dos Museus Vaticanos. O órgão é responsável pela conservação e restauro de todas as obras que pertencem ao Vaticano.

Segundo explica a restauradora Stefania Colesanti, a técnica utilizada na escultura brasileira é conhecida como “estofado de ouro”. Nela, o artista recobre a superfície de madeira com uma preparação de gesso e cola, depois aplica uma folha de ouro e, em seguida, aplica a cor por meio da técnica de têmpera.

Reprodução/Vatican Media Reprodução/Vatican Media O uso de Posidonia na restauração

Os forros internos do manto são prateados, e a parte externa traz uma decoração floral muito bem conservada. Segundo Stefania, o manto da escultura tinha um verde-esmeralda com reflexos dourados, que infelizmente se perdeu com o tempo.

A última intervenção da restauradora do Vaticano na obra foi realizada com o uso de técnicas inovadoras e sustentáveis. Dentre as ferramentas utilizadas, estão desde o laser até o uso da Posidonia, uma planta marinha que ajuda na reintegração natural da madeira. “Graças aos dois check-ups anuais aos quais é submetida, a Madonna de Montserrat do Papa goza de boa saúde e, apesar da idade, segue trabalhando o ano todo”, finaliza Colesanti.

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Fonte: Vatican News

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