Igreja

O Papa que gostava de teatro

São João Paulo II foi um ator e exerceu outras funções no ramo artístico, como autor, diretor e cenógrafo.

Escrito por Elisangela Cavalheiro

19 SET 2021 - 05H00

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Bem antes de ser um padre e papa da Igreja Católica - e hoje, santo - São João Paulo II foi um ator e exerceu outras funções no ramo artístico, como autor, diretor e cenógrafo. É essa história que a gente quer trazer neste dia em que comemoramos o Dia Nacional do Teatro.

O jovem Karol Wojtyla teve se primeiro contato com a arte na escola, e depois em diversas companhias de teatro que integrou. Ele chegou a fundar um grupo de teatro clandestino na época da Segunda Guerra Mundial, o The Rhapsodic Theatre, que fez parte da Resistência Cultural Polonesa sob a ocupação alemã.

Apaixonado por teatro, Karol Wojtyla, mesmo quando não participava de alguma peça, fazia questão de acompanhar os ensaios. Em uma ocasião, quando um dos atores desistiu de uma apresentação em cima da hora, o jovem Karol se ofereceu para substituí-lo, afinal já sabia todas as falas. Assim, salvou um grupo inteiro do fiasco que a apresentação poderia ter sido.

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Jovem Karol no teatro rapsódico

Se a vocação de ator não foi para toda a vida, a arte nunca deixou de acompanhá-lo. Ele escreveu peças e manteve viva a necessidade de ver o mundo com genialidade e beleza.

Já sendo Papa, em 1999, escreveu uma Carta aos Artistas do mundo inteiro. Nela, ele recordou sua ligação com todos eles por suas experiências passadas, que "marcaram indelevelmente" a sua vida.

Em um trecho da mesma carta, ele afirma que a Igreja precisa da arte:

"Para transmitir a mensagem que Cristo lhe confiou, a Igreja tem necessidade da arte. De fato, deve tornar perceptível e até o mais fascinante possível o mundo do espírito, do invisível, de Deus. Por isso, tem de transpor para fórmulas significativas aquilo que, em si mesmo, é inefável.

Ora, a arte possui uma capacidade muito própria de captar os diversos aspectos da mensagem, traduzindo-os em cores, formas, sons que estimulam a intuição de quem os vê e ouve. E isto, sem privar a própria mensagem do seu valor transcendente e do seu halo de mistério".

Em 2012, já depois de sua morte, uma obra teatral escrita por ele em 1960, "A Loja de Ourives", ganhou adaptação para o teatro brasileiro. Assim como essa, inúmeras iniciativas cresceram em todo o mundo no reino da arte sob a inspiração de João Paulo II.

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